Capítulo 33

100 9 34
                                    


       Totalmente presente naquele momento, eu relaxava em cima do seu corpo.  Igor inclinou o copo um pouco para o meu lado e sorriu. 

      — Quer tomar banho sozinha ou vamos juntos?

    — Prefiro sozinha. — sorri. — Mas... Eu não trouxe outro pijama.

    — Quer pegar um da Bela?

    — Não. — falei prontamente. — Nem tenho coragem de pedir isso para ela agora.

   Ele deu risada e me deu um beijo no rosto.

  — Pegamos uma roupa minha então. Mas... — ele suspirou me apertando mais em seu abraço. — Não estou conseguindo sair daqui agora.

   — Eu também não. — eu me aconcheguei mais. 

  E depois de dizer isso, em pouco tempo eu dormi. Ao lado dele eu esquecia que tinha um mundo cruel lá fora em que riam e debochavam de mim. Tive um sono profundo e relaxante.

   Fui despertada com um beijo dele e sorri em meio a claridade que invadia o quarto.  

    — Tenho que levantar. — ele me disse dando mais um beijo e me colocando delicadamente na cama, tirando-me de seus braços. 

      Eu me espreguicei na cama e devagar fui me despertando. Não demorou muito e Igor voltou de banho tomado e com uma bandeja de café da manhã.

   — Igor! — sorrir, sentando-me na cama. — Isso é lindo, mas não precisava.

   — Mas eu quis. — ele sorriu sentando ao meu lado. 

   Colocou a bandeja ao lado e  segurou o meu rosto para me dar um beijo nos lábios. O toque de sua língua na minha fazia o meu corpo inteiro se arrepiar e eu sentia cada pedaço de ternura que ele transmitia para mim através de seu ato.  Sua mão segurava forte em minha cintura e eu segurava sua nuca acariciando os fios de cabelo que ali estavam. Ele se afastou um pouco de mim e sorriu.

   — Eu te amo. — ele me disse e eu abri os olhos em meio a uma surpresa e admiração. 

   Quando ele falava de seus sentimentos ou descrevia alguma situação ele sempre dava a entender que amava, mas a frase nunca tinha saído de sua boca. Embora eu já soubesse, ouvir aquilo foi uma gostosa sensação. Parecia um beijo em forma de letras que eu escutava. 

   Sorri admirada, mas não disse o mesmo.  Ele não ficou esperando uma resposta e nem tampouco pareceu decepcionado com o meu silêncio. Talvez o êxtase estampado na minha expressão já lhe indicava o quanto aquilo havia mexido comigo de uma maneira prazerosa. 

   Ele voltou a me beijar e devo dizer que retribuí com mais intensidade. Deu um longo selinho até se separar de mim para pegar a bandeja e assim tomarmos o nosso café da manhã.

 Com Igor tudo era calmo, tranquilo e divertido. Tomamos nosso café da manhã e em seguida fui tomar banho. Como eu não precisava mais de um pijama, vesti a roupa que levei.  Procurei Bela em seu quarto e ela sorriu ao me ver, mas não parecia tão animada.

  — O que foi, amiga? — perguntei. 

   Bela estava com cara de choro e eu estranhei em vê-la daquela forma. 

  — Nada. — ela abaixou a cabeça, um pouco sem graça e voltou a me olhar. — Não é nada que tenha acontecido. O João estava diferente ontem. Não falava direito e nós saímos, mas não saímos. Ele logo disse que tinha que voltar para casa e eu voltei. 

   — Mas vocês brigaram?

  — Não. — ela me disse. — Só achei estranho o comportamento dele. Geralmente ele é muito gentil e carinhoso, mas ontem não estava assim. Talvez tenha tido um mal dia e não quis falar sobre o assunto.

   — Pode ser. — eu falei.

   Ela deu um suspiro e piscou algumas vezes, antes de voltar a me olhar.

   — Mas diga, como foi com o meu irmão? Vocês estão bem?

  — Sim. — sorri um pouco tímida. — Estamos indo aos poucos e ele me respeita muito. Hoje ele me levou café da manhã na cama.

  Bela deu um ligeiro sorriso.

  — Meu irmão é demais.

  Sua expressão ainda era triste e eu a abracei.

  — Espero que você e o João logo se resolvam. Não gosto de te ver assim.

  — Obrigada, amiga. 

  Os pais de Bela e Igor me trataram super bem e não fizeram nenhuma referencia de eu ter dormido lá ou sobre o meu relacionamento com o Igor. Logo a Duda chegou e ao contar de novo sobre a noite anterior, Bela ficou novamente angustiada.  Isso não era nada bom. Eu torcia realmente para que tudo ficasse bem entre eles. 

   Fui para casa, decidida a escrever meus roteiros para uma campanha antibullying nas escolas. Pesquisei sobre o assunto e vi que existe até uma Lei sobre o assunto, dizendo que as instituições de ensino têm o dever de promover campanhas de conscientização e desenvolver planos de ações para combater as intimidações no ambiente escolar. Mas se é assim, porque a maioria das escolas não fazem nada? Por que a minha não fazia nada?

   Ameaçar uma suspensão ou expulsão da escola foi o suficiente para pararem com o Bullying dentro da escola, mas isso não impediu de continuarem me importunando fora dela e principalmente na internet. Cadê as campanhas de conscientização? 

  E se tinha gente usando a internet para o mal, eu usaria para o bem. Então dei início ao meu primeiro vídeo falando sobre o bullying e chamando meus seguidores para se unir a ação me dando ideias de como podíamos propagar a causa. 

    Olhei meus e-mails e lá estava o convite para o encontro de Influencers. Lembrei do Igor falando que iria comigo e sorri. Era hora de encarar esse desafio. Disse "sim" ao convite e agora era aguardar para saber o que me esperava.


   

Por trás das Máscaras - Adaptada SophigorOnde histórias criam vida. Descubra agora