Confesso que fiquei um pouco tímida no início da conversa com o Igor. Como eu já tinha dito, eu não considerava ele um "amigo" que eu poderia sentar em uma sorveteria e, tranquilamente, conversar sobre assuntos banais do dia a dia.Porém, incrivelmente, era exatamente isso que estava acontecendo. Estávamos tendo uma conversa super agradável e divertida, falando de coisas que eu nem imaginava conversar com ele. Eram assuntos diversos desde coisas banais da infância, como algo que aconteceu a dias atrás.
– Foi quando eu falei: Vou animar essa festa! Então simplesmente peguei um violão que tinha lá na casa dele, todo empoeirado e faltando uma corda, e comecei a cantar.
– Você canta? – perguntei surpresa ao ouvir o que ele me dizia.
– Gosto! – ele respondeu modestamente. – Naquele momento eu precisava. Então tive que usar a minha voz ao meu favor.
– Ah! Mas então um dia você vai ter que cantar para mim! – eu disse tão natural que eu nem imaginei que ele poderia ver segundas intenções na minha ideia.
– Uma serenata? – perguntou com aquele sorriso que eu ainda não sabia como, mexia tanto comigo.
Eu senti um arrepio interno e desejei muito que ele não tivesse percebido.
– N- não! – gaguejei ao falar e me senti ridícula por isso.
– De qual música você gosta? – ele me perguntou.
– Não, não tem nenhuma música em especial! – falei olhando para baixo, tentando voltar ao equilíbrio. Ainda não conseguia entender o porquê de ele ter me desconcertado tanto.
– Vou pensar em algo...
Eu franzi a testa e achei estranho o que ele havia dito. Eu precisava mudar de assunto urgentemente. Ele me olhava com aquele sorriso tendencioso e não estava me deixando nada confortável. Poxa, a conversa estava tão boa. Por que ele tinha que estragar?
No desespero, olhei para o celular e apertei o botão lateral para que a hora parecesse no visor.
– Já está tarde! Eu tenho que ir!
Ele deu uma leve risada. Sabia muito bem que eu estava fugindo da situação.
– Eu te acompanho até a sua casa! – ele disse rapidamente.
– Estou de bicicleta, lembra?
– Ah, verdade...
Ele pensou por alguns segundos e me olhou.
– Posso pedalar e te levar!
– Estou com a mochila, com o patins...
–eu coloco nas costas e te levo. Vamos? Assim você poupa o seu esforço para a competição. - ele riu novamente.
Internamente? Eu tinha a vontade de fugir!
Por que? Não sei!
Estava tudo muito estranho dentro de mim.
Estranhamente, eu não queria estar mais perto dele e sentia que deveria evitá-lo. Bom, depois do seu jeito que lidou comigo, eu podia levantar a suspeita que ele gostava de mim. Isso parecia até fazer sentido. Mas... e o Lucas?
Sei que ele ainda não tinha aparecido, mas eu não queria "perdê-lo" tão rapidamente já que agora estava "tão perto".
– E aí? aceita? – ele estendeu a mão para pegar a minha mochila. – Sei que a carona na bicicleta é meio desconfortável...
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Por trás das Máscaras - Adaptada Sophigor
PoesiaNinitye pode ser considerada uma das revelações no Tik Tok durante a pandemia. Alegre e desenvolta, seu vídeos fazem sucesso entre os milhares que seguidores que a acompanham. Carregando a máscara de proteção (elemento essencial na época de pandemia...