Um Exército De Covardes Me Encurrala

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   O alarme das sete da manha toca. Eu não acordo, pois não dormi a noite, não depois do q ue Tori me disse. Meu reino vai ser  atacado em algumas semanas e eu não tenho tempo para pensar no que fazer. Eu levanto, realizo minhas atividades da manhã como de costume, como se tudo estivesse normal, e para todos tudo está sim normal, pois nenhum deles sabe o que está por vir.

   Após o almoço, eu marco uma reunião com meus pais, ou melhor, com o rei e com a rainha. Não vamos falar sobre um assunto escolar ou sobre algum namorado, como a maioria das familias fazem. Vamos falar sobre o destino de um reino, do nosso reino, e eles precisam saber o que está por vir.

   Enquanto eu caminho ate a sala do trono para a reunião, fico pensando no que fazer, nosso reino é um reino pacífico, não temos exército para uma possível guerra, e não temos parceiros de negócios em nenhum reino próximo, se o exército dourado atacar vai ser impossível vencer.

   Eu paro novamente em frente ao corredor e olho para onde deveria estar o quadro da minha tataravó Elizabeth. Muitas perguntas invadem minha mente, será que eu vou conseguir de fato ser coroada rainha? Será que o reino vai sobreviver tempo suficiente para isso? Será que eu vou conseguir defender o meu reino? Será que em algum dia o meu quadro realmente chegará a ser colocado aqui?

{...}

   Eu chego a sala do trono e meus pais já estão lá me esperando. Eu tento não demonstrar preocupação, mas percebo que estou falhando nisso quando vejo meu reflexo na pilastra de prata. Eu caminho até eles e me sento em uma cadeira na sala.

   A sala do trono é um dos meus lugares favoritos do castelo. Tudo é tão lindo, com cortinas em azul marinho e cinco pilastras prateadas em cada lado do carpete que nos guia até o trono, realmente magnífica, mas hoje não parece tão magnífica assim. Parabéns Dylan, seu babaca, conseguiu estragar até a minha sala do trono.
– Então filha, o que você queria conversar com a gente? – Eu sou interrompida dos meus pensamentos pela fala de minha mãe.
– É que... – Eu respiro fundo. Se eu não falar agora de uma vez, eu não vou conseguir falar nunca mais – Eles vão atacar o nosso reino, o exército dourado vai atacar em algumas semanas e eu não tenho ideia do que fazer.
– Como você sabe disso? – Minha mãe pergunta, e eu me encontro sem resposta. Como poderia dizer a eles que Tori me encontra toda noite no meu quarto?
– Isso não importa agora Íris, o que importa é que temos que nos preparar para o que está por vir, seja verdade ou não. – Meu pai diz antes mesmo de eu responder algo, me salvando de ter que inventar qualquer coisa. – A única forma de vencermos essa batalha é formando alianças. Quais opções nós temos Melanie?
– Reino do Rubi, do Diamante, e da Esmeralda. – Eu respondo quase que de imediato
– Ótimo, o reino do Rubi e do Diamante tem uma parceria, então o melhor a se fazer é procurar uma aliança com eles. Acha que consegue? – Meu pai se vira para mim
– Eu?
– Sim Melanie, você irá se tornar rainha daqui alguns meses, será como um treino para isso.
– Mas eu... – Eu começo a ficar nervosa, retirando e colocando meus anéis no meu dedo, quando sou interrompida com os passos de minha mãe que vem caminhando até mim
– Você é capaz de fazer isso Mel, eu acredito em você – Ela coloca a mão em meu ombro. – Confie em si mesma assim como eu confio em você. – Aquilo é suficiente para fazer eu me sentir melhor.
– Quando eu devo ir?
– O mais rápido possível.  – Meu pai diz, e eu começo a correr em direção ao meu quarto.

   Eu pego uma mochila e começo a colocar qualquer coisa que pareça importante, um kit de primeiros socorros, uma adaga para proteção, uma caneta (sim, isso é importante) e algumas roupas extras caso aconteça algo.

   Eu saio do castelo às pressas, pego um cavalo no estábulo e saio em direção ao vazio, sem nem ao menos me despedir de meus pais.

{...}

   Após um tempo cavalgando rumo ao reino do Rubi, eu cometo o deslize de olhar pra trás, e é nesse momento que eu percebo que esqueci de colocar o capacete, quando dou de cara com uma árvore dentre tantas outras nessa floresta. Eu caio com o impacto, batendo diretamente com as costas no chão. O medo de acabar ficando inconsciente me consome, mas daí percebo que estou bem, com dor, mas bem. Eu me levanto com dificuldade e olho ao redor. Anota mais um problema na lista: perda de cavalo. Eu estou oficialmente a pé agora. Eu simplesmente aceito a derrota, pego minha mochila do chão e começo a andar.

   Após longos vinte e cinco minutos de caminhada, eu avisto um castelo dourado e vermelho, e percebo que cheguei ao meu destino. Não muito próximo,  porém perto o suficiente para enxergar, avisto outro castelo, porém em um tom prata com detalhes em um azul bem clarinho.
– Que falta de originalidade, tinham que ter escolhido justo o azul da Safira?
– Na verdade – Diz uma voz atrás de mim – O Diamante veio primeiro, vocês são os "sem originalidade, logo, tem que ser eliminados não é? – Eu me viro e sinto um arrepio. Ali está Tori, com todo o Exército Dourado em posição de ataque . E o que mais me assusta é que as armas não estão viradas para os castelos, estão viradas pra mim.
– Tori o que você está fazendo?
– Acha mesmo que eu iria permitir que você formasse alianças? Eu quero vencer Melanie, e para isso eu preciso garantir que vocês não tenham nenhuma chance de ganhar.
– Tori nós somos amigas, por favor nao faz isso.
– Amigas? – Tori ri – Até parece, somos rivais Melanie, e mesmo assim você foi tola o suficiente para confiar em mim durante meses, me permitindo entrar no seu castelo, me dando chances de mapear todo o território, e agora eu tenho a estratégia perfeita para te vencer, e você nunca vai conseguir evitar isso. – Eu me seguro para não começar a chorar ali mesmo. – Exército Dourado – Ela continua – Permissão verde para atacar.

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Demorei bastante para atualizar, mas para compensar vou tentar lançar três capítulos essa senana.
Até o próximo capítulo.

Precious Stones - A Rainha DesaparecidaOnde histórias criam vida. Descubra agora