Recomeçar

18 6 34
                                    

Olivia leu a mensagem algumas vezes para ter a certeza de que não estava sonhando.

"O que ele ainda tem para falar comigo? Não importa! Não vou responder!" Ela pensou.

O celular vibrou indicando uma nova mensagem:

[Sei que leu a mensagem! Você pode me responder? O tempo aqui no Rio está horrível. Não quero que dirija!]

- Hã, não quero que dirija! Quem ele pensa que é pra mandar em mim?_ disse ela para si mesma em voz alta.

Fernando estava levando Olivia para o Aeroporto junto com Carlos, quando uma nova mensagem chegou em seu celular, desta vez era de seu pai:

[Olivia minha filha, que horas você chega? Vou te buscar no aeroporto!]

Olivia estranhou a mensagem seu pai e rapidamente respondeu:

[Se o vôo não atrasar, chego aí às cinco horas. Está tudo bem?]

[Cinco horas? Está bem, te espero lá. Aqui conversamos melhor.]

Uma onda de preocupação tomou conta de Olivia, mas ela não queria que Fernando nem Carlos suspeitassem de nada. Assim que chegou no aeroporto ela se despediu deles e embarcou, rezando para que o vôo não atrasasse. Mas suas rezas foram em vão.

Quando desembarcou no Rio de Janeiro, já eram seis e cinqüenta. De longe viu seu pai, visivelmente agitado, andando de um lado para o outro e suando.

- Pai, porque está assim. Aconteceu alguma coisa?_ Olivia perguntou com medo da resposta.

- Minha filha, que bom te ver!_disse ele pegando a mala da mão dela. – Vem não temos tempo a perder! Te conto tudo no caminho.

Ele estava andando de forma apressada e olhando de um lado para o outro. Seu semblante era de cansado, suas olheiras estavam marcando seu rosto pálido e magro.

Olivia tentava acompanhar os passos do pai, mas seu salto dificultava andar com agilidade.

O celular dela tocou e o número indicava que era Augusto. Ela rejeitou a ligação e colocou o celular de volta no bolso da calça.

- Pai, anda um pouco mais devagar! Estou de salto!_ pediu ela logo atrás dele.

- Minha filha, tire os sapatos e me acompanhe, não podemos perder muito tempo!

- Pai, da pra me explicar o que está acontecendo?_ ela pediu, ignorando o pedido absurdo dele.

- Olivia, ande! No carro eu te explico!

Do lado de fora do aeroporto chovia forte, típico para o mês de março.

- Pai, você está me assustando! O que está acontecendo?_ ela perguntou novamente, agora já se aproximando do carro.

Daniel, pai de Olivia estava com o rosto molhado de suor e chuva.

Olivia já estava com os cabelos e roupas molhadas.

Ele colocou a mala de Olivia no porta-malas e entrou no carro muito agitado!

- Pai, você está visivelmente agitado. Me deixe dirigir?

- Eu dirijo, temos que chegar em casa o quanto antes!

O telefone de Olivia tocou novamente. Augusto tentava falar com ela, para informar que estava a caminho do aeroporto.

Olivia rejeitou a ligação outra vez e agora colocava o telefone em sua bolsa. E pergunto para o seu pai, que acelerava com o carro pelas ruas da cidade.

- Pai, para de dirigir assim, você está muito rápido! Está chovendo, você vai acabar matando a gente!_ disse ela apavorada.

- Você não entende? Precisamos chegar rápido em casa!_ gritou ele para ela.

Conflito de InteressesOnde histórias criam vida. Descubra agora