- Exatamente! Você disse que eu poderia escolher, não é? Então... Eu quero ser imortal! 'Imorrível', 'imatável'. E tem condições, é claro! Eu quero que meu corpo sempre volte ao normal assim que eu morrer, minha consciência e memórias também. Quero minha saúde física e mental restabelecidas! - cada palavra saía da minha boca como um motivo novo para sorrir.
- Seu trapaceiro! Eu não posso te dar esta habilidade
- Claro que pode. Você me disse para escolher, não é?
- Este seu poder vai direto contra o nosso acordo. Por quê eu te daria algo assim?
Ela não estava facilitando o nosso acordo, e eu sabia que ela negaria de primeira. Eu sabia o que fazer quanto á isso.
- Mas... E se fizermos um acordo?
- Como assim? - ela demonstrou interesse.
- Eu irei acabar com o problema das guerras neste mundo. Irei reestabelecer a paz. Todas as raças, sejam elas quais forem. Todas passarão a obedecer uma única divindade - eu fiz uma pequena pausa dramática, apenas para observar sua reação.
- Huuh - ela suspirou por um momento.
Tentou segurar uma gargalhada á todo custo, não demorou muito até ela explodir em risadas altas e ecoantes.
- Você não me ouviu falar? - em seu rosto estava óbvio o sentimento de deboche - o planeta inteiro está em guerra. Cada país, cada reino, cada raça deseja ver a extinção das outras. Se isto não bastasse, os deuses estão travando uma guerra milenar pelo poder a deusa maior foi presa pelos seus pecados. Você, um simples humano, deseja mudar tudo isso?
- Sim! Vou parar a guerra neste mundo. Mas para isso, não posso morrer. Por isto, que poder melhor que a imortalidade?
Seu rosto antes divertido, agora transpareceu um semblante sério. Seu silêncio não literalmente era mortal e por um momento exitei antes de falar.
- Responda-me uma pergunta, com sinceridade. Se sua resposta me agradar, talvez eu faça o que pede - seu sorriso diabólico ao terminar sua frase me causou calafrios na espinha - por quê você se importa com as pessoas de um universo que não é o seu?
Desta vez, fui eu quem ri. Ela sorria para mim, mas não de diversão. Era como uma onça prestes á fazer um ataque mortal.
- Por favor, não pense isso. Não me importo com essas pessoas tanto quanto não me importava com as pessoas do meu universo. Eu quero apenas comprar tempo para mim. Vender todos os pecados que irei cometer nesta segunda vida pelo bem maior do planeta e garantir uma segunda vida ainda melhor. Que plano seria mais perfeito que este?
- Não sei, você poderia viver sua vida como alguém bom, pacífico, alguém solidário. Morrer e garantir uma pôs vida belíssima. Não é tão difícil, sabe?
- E ser tão patético quanto eu era antes? Não, não. Seria ir contra a minha natureza! E você sabe bem disso, não é? Me conhece mais do que eu mesmo e é por isso que sabe que eu nunca diria algo assim sem ter certeza de que irei conseguir.
Ela se levantou de sua cadeira, todas os móveis, todos os papéis, até mesmo os símbolos espalhados nas paredes desapareceram como se um tornado houvesse levado tudo alí.
A pessoa que antes parecia uma mulher de meia idade e estatura normal, agora havia tomado uma proporção gigantesca. Todo o seu corpo cresceu em questão de segundos, todos os pilares se quebraram. Era como se um terremoto estivesse quebrando todas as estruturas e me vi sendo pego por suas mãos como um gigante diante de uma formiga minúscula.
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Galatia - Nasce um vilão
FantasiCom gêneros aventura, ficção fantasiosa, comédia, humor negro e piadas eróticas, a história segue o jovem Gael, que após morrer em um acidente causado por ele mesmo, acaba por vias do destino indo parar em um outro universo onde sua missão é salvar...