Eu estava andando sem rumo, indo na direção para onde a elfa estava caminhando antes. Acreditei que seguir ela era melhor do que estar perdido embora tê-la perdido de vista fosse quase a mesma coisa.
"Para quê eu trouxe esse machado, hein? Muito pesado e faz minhas costas doerem!" - eu falei comigo mesmo.
A lâmina era disforme, um tanto torta. O cabo era mal talhado e haviam farpas soltas. Um trabalho mal feito demais para um ferreiro. Algo totalmente distante da arte feita na espada da elfa. Será que isso distingue as duas taças?
Presumindo que ele seja um orc e ela uma elfa, como eu acredito. Seus movimentos foram impensados, sua voz era gutural e não consegui entender nada. Seu jeito era agressivo, violento e bastante dissimulado pois mesmo comigo tendo poupado sua vida, ele ainda assim se voltou contra mim. .
Parando para pensar nisso, que estupidez da minha parte pensar que deixar um inimigo vivo daria algum bom resultado. Bem, ao menos agora eu sei um pouco mais sobre a violência aqui. Falando na mesma, embora a elfa fosse bem menor que os orcs, ela era bem destemida.
Ágil, rápida e precisa. Embora seja um tanto pesada quando dei de cara com ela, em luta ela parecia uma borboleta desviando dos seus inimigos. Foi muito bonito ver aquilo. Digo, até então eu só poderia imaginar algo assim, não é?
Parece que algumas das coisas que eram ficções no meu mundo são bem reais aqui. Ou ou devo estar totalmente louco e na verdade estou preso em um manicômio vivendo uma vida irreal. Talvez em coma ou morto? Vai saber. Prefiro acreditar que não. Que tudo isso é real, palpável.
Aquela elfa... Ela era bonita. É, acho que bem bonita como todo elfo deve ser. Mas... Não sei... Seus olhos. Havia um "quê" de desespero neles. Por um momento aquilo me lembrou um velho eu. Um eu que quero esquecer, seguir em frente sem ele, sem seu passado, sem suas atitudes. Ela era como um cão enxotado e raivoso, acostumado com pancadas de todos os lados.
Que idiota eu fui em escolher aquele nome! É um tanto ridículo e sem criatividade. Olhei para mim e só consegui pensar na cor da minha pele. Que eu era um afrodescendente. Logo, "Afro de Escendente". O que eu tinha na cabeça?!
Faz algumas horas que eu estou andando aqui. Sem um único rastro de vida ao meu redor. Já amanheceu faz algum tempo e fora os orcs e a elfa, só encontrei alguns animais e plantas estranhas. Isso é bem tedioso!
Rynomotepe
Enquanto eu caminhava, encontrei algumas manchas de sangue e decidi seguir os rastros dela. Um animal ferido, talvez? Ou... A elfa! Isso! Com certeza a elfa. Ela parecia bem ferida quando lutou com o orc grandalhão.
Quando chego até onde as manchas de sangue me guiavam como sendo a sua fonte, dou de cara com uma figura horripilante.
Uma criatura imponente, com aproximadamente 2 metros de altura e 3 metros de comprimento. Seu corpo era coberto por pelos cinzentos, grossos e curtos, que se intercalavam com camadas de placas espessas como as de um rinoceronte, quase como se parte do seu corpo fosse uma armadura. Suas garras eram afiadas como navalhas e tão grandes quanto facas de cozinha, suas patas eram imensas, permitindo facilmente que ele se movesse com velocidade e agilidade impressionantes. Sua figura em si era de tamanha truculência que me fez cair de costas imediatamente, deixando também cair o machado ao meu lado.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Galatia - Nasce um vilão
FantasiaCom gêneros aventura, ficção fantasiosa, comédia, humor negro e piadas eróticas, a história segue o jovem Gael, que após morrer em um acidente causado por ele mesmo, acaba por vias do destino indo parar em um outro universo onde sua missão é salvar...