Capítulo 1

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Dormir é uma coisa tão divina que deveríamos ter o direito de acordar a hora que quiséssemos, sem termos que nos preocupar com horários, mas, como nem tudo na vida é perfeito, eu ouvi meu celular despertando extremamente alto, por mais que estives...

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Dormir é uma coisa tão divina que deveríamos ter o direito de acordar a hora que quiséssemos, sem termos que nos preocupar com horários, mas, como nem tudo na vida é perfeito, eu ouvi meu celular despertando extremamente alto, por mais que estivesse embaixo do meu travesseiro.

Desliguei o maldito aparelho e decidi levantar antes que o sono me agarrasse novamente e não me deixasse sair da cama.

Fui ao banheiro e tomei um banho para acordar totalmente, depois de uns bons minutos debaixo do chuveiro saí e fui me arrumar, já ouvindo minha mãe conversando com alguém na cozinha.

Provavelmente era a Sina, como sempre.

Depois de me arrumar e tentar dar um jeito em meu cabelo, que não ficou tão mal assim, peguei minha mochila e o celular e desci as escadas, joguei a mesma no sofá e fui em direção a cozinha, vendo minha mãe e a garota de cabelos loiros com as pontas rosadas.

- Bom dia, mãe. Bom dia, otaria - dei um beijo na testa de cada uma e fui em direção à geladeira procurando uma garrafa de água.

- Bom dia, meu amor. Sente para comer e convenca a Sina a comer também - mamãe sorriu, me olhando.

- Eu já tomei café, tia Wendy, mas obrigada. - Sina recusou, gentilmente.

- Sina tá querendo conquistar o jogador babaca da escola, mãe, por isso quer ficar mais magra do que já é - provoquei, levando um soco no braço.

- Eu não estou nada palhaço! - murmurou emburrada me dando o dedo do meio enquanto eu e mamãe rimos.

Minutos depois, ouvimos uma buzina e levantamos ja sabendo de quem era, nos despedimos da minha mãe e fomos para fora, vendo Samuel buzinando mais uma vez.

- Vou enfiar essa buzina no seu rabo se você não parar com isso, loiro falso - disse, abrindo a porta e me sentando no banco do passageiro, enquanto Sina sentava no banco de trás.

- Bom dia pra você também, Urrea. Bom dia, Sina. - sorriu para a menina, pelo retrovisor, e eu revirei os olhos.

- Okay, vamos logo, antes que você nos atrase como sempre - eu disse, ouvi Sina dizer um "ponha o cinto" e Sam arrancar com o carro.

O caminho foi calmo, com Sam sempre perguntando o que esperávamos desse ano, já que ele estava apenas começando. 10 minutos depois, chegamos na escola, Victoria estacionou e todos descemos e fomos em direção ao casal 20, Any e Lamar.

- Oi, casal - Sam disse pulando em Any.

- Eai, bro. - cumprimentei Lamar e depois dei um abraço e um beijo na cacheada.

- Gente, eu e Lamar descobrimos que vamos ter um professor novo de literatura esse ano - Any diz com certa euforia e Lamar a abraçou, concordando.

- Espero que ele não seja um saco como o Sr. Collins era - Samuel resmungou e todos concordamos.

- A conversa ta boa mas vamos entrar, eu ainda tenho que pegar os livros no armário e encontrar o Alex - disse, e vi Any fazer uma careta.

- Vamos, nerdzinho, mas não vou ficar perto daquele poste humano - ela revirou os olhos e sorriu carinhosamente, já estava acostumado, afinal, esses quatro eram os únicos amigos que eu tinha, e estranhamente eram os melhores.

Fomos em direção aos armários, e, sem querer, esbarrei em alguém, indo direto pro chão. Ótimo, Noah, começou o ano muito bem, passando vergonha logo na porra do primeiro dia.

- Oh, desculpe. - ouvi uma voz grossa e olhei pra cima, vendo um homem alto de olhos azuis, cabelos cacheados no tom loiro me olhando.

- Não tem problema, eu estava distraido - eu disse totalmente envergonhado e me levantei, ignorando sua mão, que estava estendida para me ajudar.

- Me desculpe mesmo - ele recolheu a mão e eu fiquei o encarando pelo que pareceu serem minutos, vendo ele se virar.

- Ta tudo bem, cara - disse novamente, enquanto o olhava indo embora, até que ouvi alguém gritando meu nome.

- Nô! - Alex chegou perto e pude ouvir Any murmurar um "chegou o insuportável".

- Hey, Lex - sorri pequeno e ele me abraçou.

Bom, nós não éramos namorados, apenas ficávamos, mas ele levava isso um pouco a sério demais. Não que eu estivesse reclamando, afinal, eu gostava dele, mas, às vezes, ele enchia um pouco o saco.

- Quem era aquele, babe? - me deu um selinho e eu olhei por seus ombros, vendo Any puxar Lamar enquanto Samuel e Sina os seguiam, conversando.

- Não faço a mínima ideia mas temos que ir, certo? - disse, ele assentiu e me acompanhou até o armário, me levando até a sala de aula em seguida.

- Tchau, babe, até o intervalo - me puxou pela cintura, me beijando.

Não pude fazer nada além de retribuir o beijo mas paramos assim que ouvimos um pigarreio e nos separamos, olhei para ver de quem se tratava e vi o mesmo cara que trombei mais cedo.

- Algum de vocês é dessa sala? - ele perguntou, ríspido.

- Eu sou, por quê? - perguntei, com as sobrancelhas arqueadas.

- Então o que está fazendo aqui fora? O sinal já bateu, e você - apontou para Alex - direto pra sua sala, garoto, agora!

Ele nos olhou com
nojo, Alex bufou se soltando de mim e indo para sua sala.

- Saiba que eu não tolero esse comportamento inapropriado. Agora entre, ou prefere passar as primeiras aulas de hoje com o diretor? - me olhou de cima a baixo, ainda com nojo no olhar.

- O que? Mas não estávamos fazendo nada demais! - eu estava totalmente confuso com sua forma de falar, nem parecia o cara que me pediu desculpas por trombar em mim.

- Vai querer discutir isso na detenção? - sorriu irônico e eu o olhei incrédulo antes de entrar na sala - Hm, foi o que eu pensei.

Ainda pude o ouvir dizendo, antes de me sentar perto de Lamar, que conversava com Sam.

Ele adentrou a sala e fechou a porta, colocando suas coisas em cima da mesa do professor e logo foi pra frente da sala, e, assim, todos se calaram, enquanto ele estava observando o local e os alunos.

- Bom dia turma, sou Josh Beauchamp e serei o novo professor de literatura de vocês - ele disse, com um sorriso totalmente diferente do que havia usado quando estávamos lá fora - Relaxem, não sou um professor horrível, me formei com mérito em Oxford, então, não terão problemas comigo. Mas eu não tolero qualquer comportamento inapropriado dos meus alunos - falou e me olhou novamente com semblante sério, Lamar e Samuel me olharam confusos - mas caso isso venha a acontecer, serei o pior pesadelo de vocês. Sejam bem-vindos a mais um ano escolar.

Ele sorri para a classe toda e antes de começar a explicar sobre o conteúdo me encara novamente agora com um olhar debochado.

Eu estava com um pressentimento ruim, esse não seria um ano normal, pelo menos, não como eu desejava. Algo me diz que esse tal professor novo vai contribuir para isso.

att tds os dias :)

dré¡

BAD TEACHER | ⁿᵒˢʰ Onde histórias criam vida. Descubra agora