Capítulo 3

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- Pelo que vi, parece que você consegue desenrolar um bom papo com as meninas, uh?! - Senhor Beauchamp disse normalmente, mexendo em seus anéis

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- Pelo que vi, parece que você consegue desenrolar um bom papo com as meninas, uh?! - Senhor Beauchamp disse normalmente, mexendo em seus anéis.

- Como assim? - franzo os cenhos confuso, focando o olhar nele.

O que raios esse homem quis dizer com isso?

- Pensava que pessoas como você não teriam envolvimento com mulheres. - disse dando de ombros e seu olhar finalmente cai sobre mim.

- Mas de que porra você está falando? - eu não estava entendendo onde ele queria chegar com isso.

- Ah, você sabe Urrea. Achei que baitolas só falassem e ficassem com outros baitolas. - ele sorri irônico em minha direção e sinto meu sangue ferver na hora.

Além de insuportável ainda era homofóbico, tava pior demais para ser verdade.

- Não é porque sou gay que não posso me socializar com meninas ou meninos que não sejam gays também, senhor Beauchamp. - disse simples mas por dentro eu estava incrédulo com o que havia acabado de sair de sua boca.

- Já pensou em pegar a loirinha? Ela é gata e poderia te fazer virar homem de verdade novamente. - disse piscando um dos olhos para mim com uma tranqüilidade enorme e de dar medo.

- Qual o seu problema? - levantei, puto e ele me encarou confuso.

- Eu que devo perguntar! Qual o seu problema? Com tantas garotas gostosas nessa escola, você decide pegar um cara? Isso é ridículo! - se levantou, parando na minha frente e cuspindo as palavras como se elas não fossem nada. - Vocês, baitolas, não tem nada na cabeça pra escolherem ser assim, isso é a porra de uma doença!

- Eu não escolhi ser assim, seu otário! - gritei pra ele que me olhou assustado. - E se alguém aqui é doente, esse alguém é você, Senhor Beauchamp! - digo mais calmo e perto o suficiente dele para sussurrar.

Ele riu anasalado e começou a me rodear, parou mais uma vez, me encarando.

- Eu gosto de mulher, meu caro, e acho que essa semana comigo, depois das aulas, vai te fazer muito bem, só não pense em me pegar porque não curto a sua fruta, Urrea. - deu dois tapinhas de leve em minha bochecha e se afastou. - Agora senta, moleque.

Depois dessa nossa conversa, pude perceber o quão babaca e homofóbico meu professor era. Essa semana seria longa e ele não desistiria dessa maldita história de me tornar "homem".

- Você tem esposa? - perguntei de repente e ele balançou a cabeça.

- Noiva. Taylor é o nome dela. - mostrou a aliança no dedo e eu assenti rindo - Por que tá rindo, moleque?

- Nada, eu só acho que você não deveria ficar reparando em outras mulheres, já que está noivo - dei de ombros e ele se apoiou mais em sua mesa.

Nessa hora, pude reparar nos músculos de seus braços, enormes em comparação com os meus e chamava atenção. Seus olhos eram iguais ao oceano, o nariz fofo e delicado, os lábios finos e a barba por fazer, ele era realmente lindo, pena que era um lixo de ser humano.

- Você me ouviu, Urrea? Ou será que está ocupado demais reparando em meu rosto? - ele pergunta e eu faço uma careta, balançando a cabeça para expulsar aqueles pensamentos idiotas.

- Desculpe, pode repetir? - perguntei e ele riu sarcástico.

- Não é porque estou noivo, que eu estou morto. Ainda não sou casado e mesmo se já estivesse, isso não me tiraria o direito de reparar em mulheres bonitas e gostosas.

- Coitada da sua noiva. - revirei os olhos e cruzei os braços.

- Aprenda que olhar não tira pedaço, Noah. - disse, ainda com aquele sorrisinho irritante no rosto. - Você deveria tentar pegar uma mulher, talvez a loirinha, ela é bem gostosinha, ou umas daquelas garotas da sua sala, a de cabelo cacheado e a outra loira.

- Primeiro, que eu não gosto de buceta. Segundo, que Savannah é uma puta, Sina e a Any são minhas amigas e uma delas tem namorado.

- Qual delas tem namorado? - ele perguntou, parecendo se interessar no assunto.

- Any.

- Então a outra está disponível? - sorriu de lado. e eu balancei a cabeça rapidamente.

- Não pra você, Beauchamp. - fechei a cara.

- Temos um avanço aqui, o baitola está com ciúmes da amiguinha loirinha. Já é um passo pra virar um homem de verdade. - gargalhou e eu pude jurar que aquela era a risada mais gostosa que eu já ouvi.

Não, Noah, não!

- Nada haver, ela é como uma irmã pra mim e não vou deixar ela gostar de um otário cuzão como você!

- A bichinha ficou brava? - levantou as mãos em sinal de rendição.

Meu celular apitou e ele fechou o sorriso, estendendo a mão para que eu desse o celular.

- É proibido essa merda aqui, Urrea. Me dê, anda!

Bufei e levantei, indo em sua direção e entreguei o celular em suas mãos, ele me olhou por uns segundos, lendo a minha expressão e depois olhou para o aparelho.

- Vamos ver o que temos aqui. - desbloqueou, já que eu era muito burro e não tinha senha na porra do meu celular. - Any e Alex, a loira disse que sua mãe ligou pra ela perguntando onde você estava, mas que já a tranqüilizou, parece que essa tal Sina mente bem, hein?! - riu baixo e eu revirei os olhos, cansado daquela palhaçada. - Seu namorado, esse tal de Alex?

- Não. - disse secamente com meus braços cruzados contra meu peito e meu olhar sério em direção a ele.

- Oh, não é o que ele pensa... Nonô. Acho que ele é mais nojento que você, Urrea. - disse fazendo uma careta. - Droga, sexo gay não, urgh! - jogou o celular em cima da mesa, se levantando, sorri de sua expressão. - Pega essa merda e sai, anda.

- Ainda bem que já deu a minha hora - continuei sorrindo e peguei minha mochila junto com meu celular das mãos daquele babaca, mas antes de me virar e ir embora, ele pegou em meu braço.

- Não se esqueça de que ainda temos o resto da semana juntos... Nonô. - sorriu sarcástico e eu me apressei para sair daquela sala antes que eu me descontrolasse e partisse pra cima daquele desgraçado.

Esse maldito loiro babaca ainda vai me enlouquecer pelo resto da semana e não será de um jeito nada bom.

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BAD TEACHER | ⁿᵒˢʰ Onde histórias criam vida. Descubra agora