EXTRA - FLORES

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Eu tava com um friozinho na barriga pra postar isso aqui, espero ter escrito algo a altura desse casalzão tão pouco valorizado.

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Maria conseguia sentir as batidas do coração em todo o corpo, tinha certeza que teria um ataque cardíaco antes de chegar ao apartamento da outra, ela sentia o aperto forte de Catalina ao redor do pulso, não o suficiente para machucar, mas passava uma mensagem, a colombiana por sua vez apenas seguia pisando forte em direção a própria moradia. A venezuelana começou a sentir que as batidas do coração estavam ritmadas com as batidas de pé da outra.

Ela viu Catalina abrir a porta sem nenhum cuidado e basicamente a arrastar para o sofá, a mulher obedeceu de bom grado e encarou a criatura furiosa, mas extremamente maravilhosa, que a encarava de volta com os braços cruzados.

- Desde quando você sente isso? – A colombiana nunca tinha soado tão seca.

Maria respirou fundo e olhou para o chão por alguns segundos, ela não podia fugir de novo, precisaria ter aquela conversa.

- Umas duas semanas depois que eu fui efetivada na escola...

- Mas isso tem mais de UM ANO!

- Eu sei... – Dessa vez a resposta foi um sussurro.

- Por que você não me falou antes?

- Primeiro eu precisava saber se você gostava de mulher, ai eu fui tentando descobrir, só que quando o Martín me contou a gente já estava muito próxima e você me via como amiga.

- O Martín sabia?

- Bom... A gente nunca falou com todas as letras, mas com toda certeza ele sabia.

Catalina deu uma última olhada para a outra e então virou o rosto de uma vez, Maria teve a impressão que ela parecia corada.

- E Lina, eu já tinha decidido não falar nada...

A colombiana permaneceu com o rosto virado.

- ... Mas ai o Martín e o Luciano começaram... Bem... Começaram...

Maria seguia conversando com a nuca da outra.

- ... E eu fiquei com inveja... Só que você era a mulher mais perfeita que eu já tinha conhecido na minha vida, e eu ficava em pânico toda vez que pensava em falar alguma coisa...

Mesmo que a colombiana continuasse virada Maria notou que a postura pareceu suavizar um pouco.

- ... Mas aí eu conversei com o Drazen e ...

- COM O DRAZEN? – Catalina virou de forma abrupta em direção a outra – VOCÊ ACHOU MELHOR CONTAR PRA ELE DO QUE CONTAR PRA MIM?!

Foi só nesse momento que Maria notou que a outra tinha lágrimas escorrendo pelo rosto, ela estava chorando, no mesmo instante ela se levantou e abraçou a colombiana.

- Eu só não queria correr o risco de perder você, me desculpa.

- E aí você achou melhor nem me dar o direito de te amar de volta...

Maria sentiu o coração parar de bater, cada célula do corpo ficou travada e o sangue congelou nas veias.

- Lina...? – A voz estava totalmente tremula, ela na verdade ficou surpresa por ter conseguido falar alguma coisa.

Catalina apertou o abraço que unia as duas, Maria sentiu que o corpo voltou a funcionar de forma frenética, ela estava tremendo.

- Não é por que a gente não percebe um sentimento que ele não esteja lá, então a partir de agora – A colombiana afrouxou o abraço para que pudesse olhar diretamente o rosto da outra – Você pode me dar o direito de também querer você?

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