Festival

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Martín acordou assustado com um barulho extremamente alto, olhou na direção do corredor e viu Luciano se esgueirando com um pote de ração, ele ainda estava ouvindo uma maldita canção de samba, mas ao menos teve a decência de colocar uma camiseta.

- Que porra foi essa?

- Você realmente não fala "bom dia" pras pessoa neh?

- Só pra você, que porra foi essa?

- Meu coelho, ele provavelmente está meio... nervoso.

- Você não disse que tinha um coelho.

- Você não perguntou se eu tinha um coelho.

- Engraçadinho – Martín se estava usando e foi onde Luciano estava – Eu quero até ver ele.

- Tudo bem, mas ele morde, sério...

Eles entraram no primeiro quarto a direita e meu Deus parecia que um tornado tinha passado depois de um terremoto pelo quarto, tinha feno espalhado por absolutamente todos os cantos do quarto, almofadas e caminhas viradas, pelo menos três tapetes higiênicos bagunçados e no centro de todo caos uma bola de pelos preta que não deveria ter mais de duas palmas de tamanho.

- Oi meu amor – O coelho começou a correr enlouquecidamente ao redor das pernas de Luciano que abaixou e colocou o pote no chão – pronto meu filho.

A bolinha de pelos comeu enlouquecidamente a ração ficando completamente alheia a presença dos dois no quarto. Luciano parecia hipnotizado olhando o coelho, os dois se abaixaram pra ver de perto a criaturinha.

- Então foi aqui que você deixou toda a bagunça da sua casa.

- Eu limpei o quarto ontem de manhã.

- Meu Pai eterno.

Quando o animalzinho tinha acabado de comer Martín estendeu a mão pra fazer carinho nele, Luciano tentou impedir mais era tarde demais, o coelho queria a cabeça em um movimento rápido e mordeu a mão dele.

- Aí seu putinho!

- Eu te avisei, deixa eu ver – Luciano segurou a mão dele avaliando o ferido - sorte sua que foi uma mordida leve, você não sai colocando a mão em quem você não conhece.

- Eu até esperei ele acabar de comer – Ele encarou o coelho – Monstrinho.

- Vem aqui – Luciano virou a mão dele com a palma para baixo e deixou o coelho cheirar – Robson esse aqui é o Martín, ele tem essa cara de insuportável e fala igual um insuportável mas ele pode ser legal, eu juro.

- Você é um puto.

O coelho se aproximou e cheirou a mão dele, depois de alguns segundos olhou nos olhos de Martín e bateu na patinha traseira.

- Que porra foi isso?

- Ele não gosta de você.

- Porque? – Ele olhou bem nos olhos pretos do coelho – Você vai me amar Robson.

O coelho venceu o pé novamente e saiu em direção ao pote de água.

- Boa sorte, mas pra ele gostar de você vai precisar vir aqui mais vezes.

Nesse Martín reparou que Luciano ainda estava segurando sua mão.

- É... você pode... – Ele apontou para as mãos de ambos.

- Ah claro foi mal – Luciano soltou de imediato e se colocou de pé – Bom, eu vou terminar de me vestir e assim que a Catalina chegar a gente já pode ir pra sua casa.

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