Cariño

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Martín sentia um friozinho na barriga naquela manhã de segunda, claro que no dia anterior quase teve que expulsar Luciano a chutes de casa, o moreno realmente só desistiu quando lembrou que tinha uma boca para alimentar na própria casa e que aquela altura do campeonato provavelmente já tinha comido metade do apartamento e estava se preparando para comer a outra metade. Mas mesmo com o outro sendo muito meloso e muito aberto em demonstrar afeto, o que definitivamente era estranho para ele, Martín não podia dizer que estava incomodado, afinal ele descobriu rápido que gostava muito de ser abraço e receber mensagens de "bom dia" e "boa noite", sempre seguidas de fotos adoráveis de coelho, sentia na verdade que a vida tinha o surpreendido com uma coisa boa, e quando chegou na sala dos professores lembrou como essa "coisa boa" dava trabalho.

Ele entrou na sala dos professores e já sabia que tinha algo de errado quando viu, por uma glória do Senhor, Drazen sozinho sorrido na própria mesa, o moreno não disse nada, mal moveu um músculo, mas aquele sorriso de canto de boca, totalmente atípico, entregou o que estava por vir, quando focou na própria mesa viu, APENAS, sem bilhetes, sem cafés, sem coelhos desenhados, apenas e somente um lírio colocado em cima.

"Claro por que com toda certeza apenas o lírio é bem mais discreto.

Só que hoje ele me paga."

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Luciano estava um pouco agitado quando saiu pro almoço, checou o celular mais uma vez e percebeu que o loiro ainda não tinha se dado o trabalho de responder a última mensagem, talvez realmente tivesse exagerado com o negócio da flor. Ele chegou na sala dos professores e nem sinal do outro, o lírio não estava mais lá, bom sinal, pelo menos ele se deu o trabalho de guardar, tentou enrolar um pouco antes de sair para o almoço, mas nada, "o que diabos ele ta fazendo?". Quando o celular vibrou ele abriu a mensagem em menos de um segundo.

"VOCÊ VAI VIR ALMOÇAR OU TA DIFÍCIL?!"

Uma Catalina totalmente faminta e irritada aguardava por ele do lado de fora, é, infelizmente precisaria sair. Mas seguiu segurando o celular, totalmente alerta.

- Caralho Luciano, se você não ta com fome a gente ta.

Maria e Catalia esperavam com uma cara de poucos amigos.

- Desculpa meninas desculpa, vamos? – Luciano olhou para tela do celular.

- Eu quero um sorvete de pedido de desculpas – O humor de Catalina ao menos parecia melhorar rápido.

- Ah pois eu também quero.

- As duas devem estar com um salário diferente do meu para achar que eu to podendo comprar sorvete assim – Luciano olhou para a tela do celular.

No caminho, consideravelmente curto, o moreno deve ter olhado para a tela do celular ao menos mais umas cinco vezes, o que com toda certeza não passou desapercebido, durante a fila para pegar a comida olhou mais duas vezes, as meninas já estavam quase quebrando o pescoço para tentar ver pelo menos um tiquinho da tela dele, mas sem sucesso, só que quando sentaram para comer a colombiana quase se jogou na cadeira ao lado de Luciano.

- Ué gata ta tão ansiosa pra sentar do meu lado?

- Claro meu bem, é que faz tempo que a gente não conversa.

- Eu literalmente almoço todos os dias com vocês.

- É mesmo? Tinha esquecido...

- Aham, sei.

- Lu o que você tan... AI PORRA! – Maria estava prestes a perguntar quando sentiu um pisão absurdamente forte no pé.

- Ai Mari desculpa – Catalina nem corava com a própria mentira.

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