Realidade paralela: Fragmentos poéticos. (Demo)

Louco escritor!

 Estou exausto. Exausto de tudo e de todos. Cansado de ter que fazer algo o tempo todo, todo o tempo tendo que agradar as pessoas. E não adianta falar que me entendem, porque quando viram as costas, são os primeiros a falar mal, como hipócritas malditos que são. Mas a minha verdadeira luta é contra eu mesmo. É difícil demais lidar com as coisas que crio na minha cabeça, as vozes me dizem que faço tudo errado e mandam no que devo ou não fazer, sempre me sabotam. Elas me dizem que eu falo demais, ou que não falo nada, que penso demais ou que não penso em nada. Estou exausto de mim mesmo. Queria poder silencia-la, mas ela continua falando e falando, sem parar. Não aguento mais ouvi-la. É como se estivesse preso em uma cela e tendo somente ela como minha única e pior companhia. Mas se ouvisse apenas uma voz eu daria um jeito de ignora-la, quem dera fosse assim realmente, não é! Eu escuto Todas as vozes e falam comigo ao mesmo tempo uma atravessando a outra, estou a beira da loucura mas será que é tão ruim assim enlouquecer afinal?

As pessoas ao meu redor nunca me compreenderam, nunca sequer quiseram fazer um mínimo de esforço para me entender. Talvez seja por isso que me chamam de LOUCO, afinal essa é a maneira mais fácil de se lidar com alguém. Eu passei tanto tempo tentando mostrar quem sou de verdade, mas parece que todo o meu esforço foi em vão, pois eles preferem continuar fingindo que não existo, estão sempre prontos para me julgar, para me rotular de todo quanto é tipo de coisa e me deixar de lado, assim como animais que excluem um individuo do bando.

Eu sempre me perguntei se era somente eu que me sentia assim, como um estranho dentro do ninho. Mas recentemente descobri que não estou sozinho. Há muitas outras pessoas que também se sentem igual eu, e é com vocês que quero falar.

Assuma o seu papel de loucura, respondo a minha pergunta anterior com outra, qual a vantagem de não enlouquecer? Assumam o posto principal dessa peça que chamam de vida cada um de nós somos os atores principais e roteiristas de nossas próprias peças o restante são meros coadjuvantes, todo herói precisa de um vilão e todo vilão precisa de um herói, todo protagonista precisa de um antagonista, os autos e baixos, o clímax e a resolução, tudo isso só enriquece a trama, a estrutura dessa história só depende de você.

No meu roteiro o protagonista está na transição do status quo para a busca do desconhecido, quero correr e me jogar mas devo sempre me lembrar de que tudo tem seu tempo e para um roteiro de sucesso os processos precisam acontecer com cautela, pois se atropelar um dos passos a queda é inevitável, lembro também que temporadas existem e se uma terminou foque em escrever a próxima!

Sim eu sou um louco, O LOUCO ESCRITOR do meu próprio roteiro dessa peça maluca que chamo de vida!