Beijo doce

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Morte. No fim, o que era de ser aquilo?

De acordo com o próprio Google; nada mais é: Interrupção definitiva da vida de um organismo. Fim da vida humana.

O óbito pode ser interpretado de inúmeras condutas, existem diversas formas de se deslisgar do corpo. Há vezes que não necessariamente venha a falecer por completo, apenas um desligamento da mente ao corpo, forá isso que aconteceu com Sana naquela noite fria de inverno. Sua mente se desfez em pedaços, seu coração se agitou após parar por segundos e já não correspondia bem aos comandos. 

A noite estava indo bem, perfeitamente bem até demais. Jihyo se declarou, não diretamente com palavras, mas ainda sim o fez. Não conseguia se despreender da euforia com seu gigantesco e enfileirados dentes brancos.

Ao resoar o último toque da música Jihyo pulou do palco em busca de sua amada, seu destino no entanto não ocorreu já que vieram artistas amigos seus e outras pessoas parabeniza-lá pela música e presença ilustre, por mais que fosse de sua vontade ignorar colocou seu melhor sorriso e deu sua devida atenção aos indivíduos ao mesmo tempo em que buscava com atenção pela japonesa no meio do público e murchou por não encontrá-la ali. Divagou rapidamente afim de sair dali e começou a andar sem rumo na esperança de achar a mais velha.

- Ayato respira, por favor, eu não consigo compreender... tá bem passe para ele. - Instigou ao ver a situação que seu irmãozinho se mantia. Ao fim do show seu telefone tocou e tocou no bolso do casaco e se assustou ao ver no visor "Ayato maninho", o garoto nunca ligava assim, ainda mais com consciência que Sana era ocupada.

Seus nervos não se controlavam, seu irmão mais novo chorava sem parar e aquilo apertava dentro de si, não saber o que estava acontecendo piorava tudo. Queria acalma-ló, dizer que tudo ia ficar bem porém não podia, não daria falsas esperanças sem ao menos saber o que havia.

- Sana, hum, sou eu Satoru. - A voz do Minatozaki mais velho, nunca ponderou que teria de ouvi-lo novamente, a vida era mesmo cheia de peças. - Preciso que venha para o hospital, vou te mandar a localização. Não vou abranger muito, saiba que descobrimos que mamãe está com câncer no útero e o pai largou ela quando soube, simplesmente sumiu do mapa. Há boatos que voltou pro Japão, enfim, ela não sossegou um minuto pedindo para que viesse vê-la.

- Uh, eu... eu estou à caminho. Satoru, como ela está? - Ousei a inquirir.

- Mal. Talvez com tudo que deveras acontecer é normal, mas ela está muito mal mesmo. - Uma quietude se fez antes de ouvir a voz da mulher gritando e repetindo "aonde está minha garotinha, eu quero ver minha garotinha" seguido de Ayato pedindo para ela se acalmar.

- Ela... - Não se aguentou, ajoelhou-se no chão e deixou as lágrimas convidativas deslizarem pela camada de pele.

- Vamos te aguardar na porta. - E desligou. Não ouve respostas de sua parte e era de se esperar que não houvesse.

Kaori Minatozaki, a mulher que lhe deu à luz. Sana conseguia se lembrar com clareza às raras vezes em que sua mãe forá presente em sua vida, ela era muito ocupada a maior parte do tempo ademais sempre priorizou seus filhos, ao menos quando ela era pequena. Até os seis anos de idade moravam apenas Sana, seus irmãos e sua mãe depois disso seus pais reataram o casamento e o pesadelo se deu início.
Kaori que antes era uma mãe amorosa e presente, levava os filhos na escola e se arriscava em penteados exóticos na pequena Minatozaki que gargalhava alto ao lado da mulher enquanto suas pernas balançavam de um lado para o outro esperando sua mãe terminar seu cabelo. A conexão de mãe e filha era inexplicável, Sana era a princesa da casa antes do pai voltar a morar com eles. A menina era ouvida, e seus sentimentos nunca foram motivos de piadas ou ignorados, o medo junto da insegurança não era presente em sua vida naquela época, os momentos alegres foram embora junto de seu último aniversário em família quando a Minatozaki levou as crianças para o zoológico após uma maratona de filmes no cinema.

5 Coisas estúpidas sobre você | Sahyo Onde histórias criam vida. Descubra agora