1. ☀️

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Diz pra eu ficar muda, faz cara de mistério
Tira essa bermuda que eu quero você sério
Tramas do sucesso, mundo particular
Solos de guitarra não vão me conquistar

Meus pés se afundam no gelo e eu podia jurar que meus dedos estavam prestes a caírem das mãos, olho ao redor nenhum rosto me parece simpático o suficiente para me ajudar, bufo

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Meus pés se afundam no gelo e eu podia jurar que meus dedos estavam prestes a caírem das mãos, olho ao redor nenhum rosto me parece simpático o suficiente para me ajudar, bufo. O meu hálito vira neblina pelo caminho e eu imploro aos céus para que eu esteja no endereço certo.

Tenho apenas horas na Alemanha, mais especificamente no estado Renânia do Norte-Vestfália, cidade de Dourtmann. Meu avião pousou no solo alemão há uma hora e meia e ainda não sei se estou certa do que estou fazendo da minha vida. Certamente, comprar uma passagem no meio da madrugada sob efeito de vinho não fora uma das melhores decisões que tomei na vida, ainda mais quando acordei na manhã seguinte e notei que gastei todo dinheiro que papai e mamãe tinham guardado para a minha faculdade.

A solução foi fingir um intercâmbio.
Nada que um inglês afiado não resolva.

Verifico o número do apartamento que consegui alugar com o valor que meu pai me ofertou e encaro a porta do mesmo mais uma vez, tendo a certeza que estou no lugar certo decido esperar pela hospedeira, dona da casa. Enfio minhas mãos geladas no bolso e imploro mais uma vez a Deus que o aquecedor desse lugar funcione porque eu definitivamente não teria dinheiro para pagar por um.

Dez ou quinze minutos passam e me deparo com uma mulher branca quase pálida de cabelos loiros e uma criança ao seu lado, o pequeno segurava sua mão e balançava um carrinho na outra fazendo ruído na tentativa de imitar o motor de um carro. A mulher me olha e a única coisa que entendo sair de sua boca é meu nome.

— Oi, eu não falo alemão. — Digo em inglês me permitindo sorrir e instantaneamente a moça muda a expressão para surpresa.

— Oh, meu Deus! — agora compreendo 100% e ela ri — Perdão, havia me esquecido. Any Gabrielly, huh? — A mesma me estende sua mão e eu a pego, num cumprimento.

— Sim, sim sem problemas... pode me chamar de Any.

— Certo, Any, eu sou Rossie, a que trocou mensagens com você durante a semana. — A assisto vasculhar o bolso de sua gorda jaqueta e eu percebo que preciso de uma daquela se não quiser morrer congelada, a moça enfia a chave no trinco e o apartamento é revelado — Essa é a casa...

Adentro no local, suspiro aliviada por ele ser exatamente como nas fotos. Olho ao redor, encontro a sala, o pequeno sofá de dois lugares bege, a televisão smart, o tapete fofo e graças a deus, o aquecedor. No mesmo espaço, divido apenas por uma ilha a cozinha. Nada que uma cozinha já tivesse: fogão, mesa, armários, geladeira e todo o resto. Sigo-a e encontro o primeiro quarto também equipado e a mesma faz questão de mostrar o estoque de cobertores e garante estarem todos limpinhos para uso. Enfim, chegamos na suíte e eu me surpreendo por ele ser tão grande, mal podia esperar para aproveitar a cama e dormir todo sono que perdi durante a viagem.

𝐕Á𝐑𝐈𝐀𝐒 𝐐𝐔𝐄𝐈𝐗𝐀𝐒 | 𝐁𝐄𝐋𝐋𝐈𝐍𝐆𝐇𝐀𝐌Onde histórias criam vida. Descubra agora