Primeiro Ato.
-Tio?! Está tudo bem? Você está pálido como um fantasma. -Luke fica assustado com aquela situação, e lentamente se aproxima.
Aemond finalmente abre os olhos, respira fundo e com calma diz.
- Não é nada! Não precisa se preocupar My Lordy Strong.
Ele da um sorriso de canto de boca e um suspiro, abaixando um pouco a cabeça. Ele sai e deixa Lucerys ali sozinho, sem muitas explicações.
Aemond agora sabe o porquê de tanta "raiva". Sua "raiva" era ansiedade, coisa que não sentia a muito tempo. Ele compreende, tem certeza de que não sente mais nada por Lucerys e que tudo que passaram foi algo infantil e supérfluo, e que esses sentimentos já se foram. Será?Quando finalmente se da conta já está no corredor perto do quarto de Heleana, ele percebe então o quanto precisa de seus conselhos, mas por um breve momento ele excita, com medo do que irá escutar. As vezes a verdade é amarga, mas antes uma verdade amarga do que uma doce mentira.
Tok tok tok
Aemond entra, Heleana está no chão brincando com as crianças, junto com uma criada. Ela nem se quer olha para Aemond, enquanto a criada vai embora após ele sinalizar. Ela permanece ali, enquanto ele se senta perto de uma escrivaninha, de forma desleixada completamente esticado.
-Sabia que iria vir até aqui.
- Mas uma de suas visões ou sou tão previsivel? -Se indaga com ironia.
-Você e previsível irmão, quando algo lhe incomoda é quase impossível não perceber. -Ela finalmente levanta a cabeça e o olha. -Desde que mamãe anunciou a vinda de nossa irmã, juntamente com seus filhos você está assim.
- Não tem nada haver com ele.
- Eu não disse que tinha.
Aemond muda de posição, agora curvado apoiando seus braços nas coxas, de cabeça completamente baixa, com os cabelos escondendo o rosto, enquanto Heleana o observa. Ele finalmente levanta a cabeça e a olha.
- Como eles cresceram, logo logo serão tão grandes quanto eu.
- Não veio aqui para isso, não veio pelas crianças. Precisa falar sobre ele. -Heleana se levanta, e se senta no pequeno sofá que fica encostado em sua cama, a esquerda de Aemond.
- Eu soube que a mamãe passou aqui, e que vocês duas discutiram, o que houve?
Heleana suspira e entende que ele não irá falar sobre até se sentir confortável.
- Ela quer que Aegon volte a dormir comigo, que nós dois somos casados e que é sem sentido essa separação de corpos. O que ela não entende, é que ele não dorme nem mesmo aqui no castelo. Raramente vejo Aegon e quando vejo está bêbado, fedendo e é claro acompanhado de alguma prostituta barata.
- Achei que vocês dois já estivessem dividindo o quarto de novo. -Ele se encosta na cadeira.
- Sim. A alguns meses ele voltou a dormir aqui comigo, mas o cheiro dele é insuportável e mamãe brigou com ele, ela disse que se ele quiser dormi ao meu lado teria que pelo menos tomar um banho. O que e claro não o agradou, então ele decidiu voltar para o quarto dele.
Aemond está incomodado com aquilo, toda vez e a mesma história, Aegon e a bebida.
- Foi só isso ou tem mais? Por que não me parece que tenha sido só isso. Mamãe pode ser chata com essa situação com o Aegon, mas ela mais do que ninguém entende tudo isso. Então por que insistir nisso?
- Ela disse que os boatos de que somos amantes voltaram e com mais força, já que você passa mais tempo comigo do que o Aegon. Ela acredita que se ele começar a dormir comigo, novamente, as pessoas vão parar de falar. -A um tom de ironia e sarcasmo, e um leve sorrisinho de canto de boca.
- E pensar que toda essa briga com Rhaenyra para colocar um bêbado no trono! Eu ficaria mais bonito ali. - Ele ri, como se fosse uma brincadeira, mas no fundo é verdade.
- Aemond já estou cansada desse papo fiado, irá ou não falar sobre o Lucerys e seu problema? Não tenho o dia todo para isso. - Ela se levanta e caminha até o outro lado do quarto, para pegar um copo de vinho que está sobre a mesa perto da janela.
- Não é nada! Estava ansioso por causa de Lucerys, com medo que ainda sentisse algo por ele...
-E ainda sente? - Ela o interrompe.
- Não! -Aemond se levanta e vai na direção dela.
-Eu não sinto mais nada por ele, isso foi a muito tempo, e agora eu tenho certeza pois o encarei e só senti raiva daquele bastardo.
Heleana ri com tristeza e sarcasmo, caminha até Aemond, o olha profundamente e então sussurra próximo ao seu ouvido.
-Mentira.
Bem longe dali, a rainha se encontra com Lorde Strong. Em seu gabinete ela já estava lavando os pés após mais uma informação que o Lorde lhe entregava.
-Você tem certeza disso? -Alicent pergunta, enquanto lava os pés curvada.
- Sim minha rainha. Mas tem algo que para mim não bate. - Ele ajeita as calças.
- E o que seria?
- Quando perguntei a quanto tempo isso havia acontecido, meu passarinho disse que a mais ou menos 5 anos. Como que algo tão escandaloso ficou escondido por tanto tempo. E por mais que DragonStone fique relativamente isolado, tal informação não ficaria 5 anos adormecida e com tantas poucas provas.
- Você tem razão, é muito estranho, e é por isso que você precisa ter certeza mais que absoluta de que o que está me falando é verdade. Se Lucerys fez o que fez e temos testemunhas, será o fim de Rhaenyra. -A sua voz parece mais triste que o normal.
- Com todo respeito minha rainha, mas não parece feliz com tal situação. Se Lucerys realmente manteve um homem como amante e temos testemunhas contra ele. Nossa vitória é forte. - Ele diz com uma leve suspeita de que a rainha irá desistir do plano.
- Eu sei. Agora saia.
Lorde Strong sai mas ainda sente que não pode confiar nas palavras da rainha. Alicent por outro lado não tem de fato certeza se quer prosseguir com isso.
Conforme o dia vai passando os Verdes começam a montar seu teatro, ainda falta dois dias para o aniversário do rei, então ainda a tempo para tudo.
"Hoje seremos uma família feliz"
Segundo Ato
Em alguma parte mais escondida do Castelo.
-Hoje seremos uma família feliz. Nada de brigas ou inconveniências, principalmente para vocês dois! Onde está Aegon? Helaena onde ele está? (Otto)
-Ele saiu a 3 horas, disse que pode ser que chegue até a hora do jantar, mas que é melhor não ter muitas esperanças.
-Tudo bem, é melhor assim. Sem aquele bêbado para nôs atrapalhar. Prestem atenção, daqui a dois dias iremos finalmente acabar com nosso inimigo, o rei não poderá se vendar diante disto. -É nítida a preocupação, na voz de Otto.
-Ele já se vendou uma vez, por que não faria isso a segunda. - Aemond diz com arrogância.
-Não dessa vez! Essa será difícil de esconder. Não é simplesmente uma acusação de adultério e alta traição, o que já são crimes graves, se ele fez o que fez, Rhaenyra estará arruinada. -Á prazer nas palavras de Otto.
Aemond não concorda com as palavras de Otto, mas não irá contestar.
A hora do jantar finalmente chega, e como cães adestrados seguem até a mesa, mas ninguém imaginária que o rei não se sentaria em sua cadeira no centro. Ele prefiriu sentar-se ao lado de Rhaenyra, deixando uma cadeira vazia entre ele e a rainha, forçando assim Lucerys se sentar ao lado do tio Aemond.
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Sangue de Dragão
FantasiEm meio a uma provável guerra civil pelo trono de ferro, Aemond e Lucerys precisão decidir entre o coração e seu dever. A medida que a guerra se tornar mais próxima, sua relação entra em grande conflito e dor. Será que serão capazes de lidar com iss...