Pureza e religião são duas das coisas mais perigosas para se acabar com uma família, mas era o que os Thorwald mais prezava.
Astrid Thorwald não se sentia abençoada, pelo contrário, achava-se uma aberração, com uma maldição impregnada em seus ossos...
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TW.: esse capítulo tem indícios de ataque de pânico, se for sensível ao assunto, pfvr não leia!!
O QUE ANTES eraum gosto doce de chocolate se tornou um amargo gosto de seu futuro decidido por seu pai. Um futuro esse que ela não queria
Entrou na primeira sala vazia que achou e desabou no mesmo segundo. Sua respiração agora estava alta e densa, seus joelhos doíam e logo foi-se de encontro ao chão por não aguentar o peso de seu próprio corpo. Suas mãos tremiam e a direita apertou o a blusa onde ficava seu coração, como se aquele ato fosse fazê-lo parar de doer.
Porque doía, e muito.
Ela sabia da guerra que estava começando, e que todos iriam tomar partido de um dos lados: Com Voldemort ou contra ele. E ela não o temia, na verdade. Mas temia ficar contra a sua família, ter que duelar com eles ao ponto de matarem um ao outro.
Os Thorwald sempre foram gananciosos por poder, nunca estavam satisfeitos com o que tinham. E Astrid sabia que se matariam se isso lhe dessem algum beneficio
Os minutos que pareciam horas passou com a garota sentindo o ar sendo perdido e as lágrimas caindo por livre e espontânea vontade. Estava imersa demais para perceber a porta se abrindo e um par de braços a envolvendo, mas aquilo conseguiu a acalmar. Ele conseguiu a acalmar
E quando tudo que restou foram soluços, Sirius Black a ofereceu um pouco de água.
— Obrigada — Ela murmurou já em pé e apoiada em uma das mesas.
Black apenas concordou com a cabeça, sem falar nada. Astrid não queria que ele falasse, mas sabia que iria, o conhecia bem até demais
Sirius bufou passando a mão pelos longos fios de cabelo e se virou para a garota que encarava um ponto específico no chão.
— Vai, me conta — Ele lhe chamou a atenção — O que foi que aconteceu?
Ela negou com a cabeça sem o encarar. Não era a primeira vez que passavam por aquilo.
— Nada, não foi nada
— Astrid — Ele a chamou, mas ela continuou na mesma posição — Astrid, olha pra mim! Olha pra mim
Seus longos e finos dedos que ainda possuíam um leve cheiro de cigarros tocou o queixo da garota que finalmente o olhou, ainda possuía lágrimas nos olhos que ameaçavam cair a qualquer momento.
— Por favor, Sirius... não — Ela sussurrava
O relacionamento de Astrid e Sirius Black nem sempre foi tão conturbado. No começo, eles se davam muito bem, e a garota não era tão fechada, mas quando a pressão feita em suas costas por sua família começou, ela já não conseguia ser a mesma.
