Capítulo 1

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- O MISTÉRIO DAS ESTRELAS

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- O MISTÉRIO DAS ESTRELAS.

1953 - Seul, Coreia do Sul.


Durante séculos, as estrelas cativaram a raça humana; um mistério, nunca totalmente desvendado, mas conhecido por todos. Minúsculas, brilhantes, as estrelas podem contar as histórias de grandes feras no céu noturno, podem revelar o que o futuro reserva ou ajudar um soldado perdido, mostrando-lhe o caminho através da escuridão. As estrelas eram a janela para universo; um vislumbre fugaz do desconhecido. Elas eram às luzes nos lugares mais escuros, quando todas as outras luzes se apagavam.

E para Nayeon, elas eram cativantes; a sua válvula de escape da realidade.

Ela passava as noites deitada de costas, com a cabeça inclinada para o céu na margem do rio Han; o bater suave da água contra o aterro é uma canção de ninar reconfortante.

Naquele dia, a noite estava linda. E estava apenas começando.

Levou apenas um segundo antes de Nayeon ficar intrigada, mas um o sorriso antes de ficar totalmente hipnotizada. Como de costume, ela estava sozinha na margem do rio Han, a cidade dormia, sua única companhia eram as criaturas da noite. Entretanto, ao longe, esse visitante em particular era diferente de qualquer um outro.

- O que a senhorita está fazendo tão tarde da noite aqui embaixo? - Questiona, inclinando levemente a cabeça para frente. Uma das sobrancelhas arqueadas, em um gesto de pura curiosidade. Sua voz rouca soa pelos ouvidos de nayeon como uma melodia.

A jovem se sentou em um salto, sobre o cobertor azul. Sem palavras, ela encarou o estranho antes de, finalmente, encontrar sua voz.

- Eu poderia lhe fazer a mesma pergunta, senhor. O toque de recolher já tocou a muito tempo. - respondeu com o nariz empinado. - E eu, bem... Estou aqui todas as noites.

Ele endireita sua postura. Sua expressão era surpresa, como se Nayeon soubesse o que ele estava pensando. Mas ela apenas lia suas expressões.

- Se me permite perguntar... Sozinha como hoje?

Nayeon quis bufar com o intrometimento do homem, mas, por fim, pigarreou empinando o fino nariz.

- Sim, algum problema? - Nayeon questiona, mas sem esperar por uma resposta, continua. - Nada é melhor do quê a companhia das estrelas.

As sobrancelhas do estranho se erguem, uma pitada de curiosidade brilhou em seus olhos. - Você não se sente sozinha vivendo no seu próprio mundo?

Ela respondeu:

- Você não se sente impotente vivendo em mundos de outras pessoas?

Aquele homem de roupas amarrotadas há olha por tanto tempo que ela começa a mexer na manga do seu vestido, se sentindo pequena sobre seu olhar ferroz. Nayeon odeia a sensação intrusiva daqueles olhos escuros a perfurando. A mulher está a dois minutos de mandá-lo parar quando ele começa a rir.

- Você fala como um livro.

Ela expira desacreditada ao inclinar a cabeça para o céu mais uma vez. Ela não esperava que alguém saísse tão tarde, especialmente quando às últimas noites de outono eram menos que mornas.

- Sim. - Nayeon diz lentamente, tentando o seu melhor para mostrar ao desconhecido que ele não era bem-vindo. - Como um livro.

Para a surpresa da morena de pele pálida, ao invés de sair, o desconhecido sentou-se na grama ao lado dela, inclinando a cabeça para o céu. Soltando um suspiro pesado, ele sentou-se lá, uma expressão calma em seu rosto.

- É estranho, não é? - Ele murmurrou depois de alguns minutos em silêncio. Seu olhar ainda fixo nas estrelas acima de nós. - Quando olho para o céu, me sinto... Sem peso. Como se todos os meus fardos tivessem sido lavados. - ele solta um riso baixinho. - É como olhar para um mundo completamente diferente. Sem guerras, sem morte, sem destruição. - Ele pausa apenas para trazer seus olhos curiosos até o rosto da jovem mulher - É por isso que a senhorita vem aqui quando o sol se põem?

Nayeon não respondeu de imediato. Na verdade ela não tinha certeza. Em vez disso, ela permanece em silêncio. Isso era exatamente o que ela sentia quando estava aqui; exatamente o que a encantou. O silêncio tornou-se sua melhor maneira de falar. Virando-se para encarar o estranho, os lábios do homem se erguem em um sorriso dócil.

- Eu sou: Jung Hoseok. - ele diz, amigavelmente estendo a mão para a Nayeon, que relutante, pegou. - É um prazer conhecê-la senhorita...?

- Min. Min Nayeon.

O sorriso de Hoseok se alargou em seus lábios finos e ressecados pela brisa do fria que soprava aquela noite. Ele apertou a mão de Nayeon antes de se levantar batendo a mão em sua calça para afastar as pequenas folhas na parte traseira. Ele lançou um último olhar para o céu noturno, então se virou, começando a subir o aterro.

- Senhorita Min. - Hoseok chamou, olhando-a por cima do ombro. - Vejo você amanhã?

Com um suspiro silencioso, Nayeon permitiu que seus ombros caíssem em derrota enquanto observava as costas de Hoseok recuando, gradualmente, ficando menores contra o horizonte, sem aguardar por uma resposta.

Ela sentiu-se irritada de início, aquele era o seu lugar. Pelo menos quando o sol desaparecia por completo, mas agora outra pessoa o descobriu. Descobriu o quão extraordinária era a vista do céu noturno observando daquela margem.

Ela inspirou e expirou em um total de cinco vezes antes de chegar a uma conclusão.

E então ela pensou que devia ser menos egoísta, afinal, o céu é para todos. E a companhia do homem do sorriso amigável poderia não ser tão ruim.

Por fim ela apenas se conformou antes de agarrar seu lençol e levantando-se, respondendo a sí mesma.

- Eu estou aqui todas as noites.

A Sinfonia De Um StargazerOnde histórias criam vida. Descubra agora