Capítulo 3

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Morgana

Trabalhar para o Diogo foi a coisa mais certa e ao mesmo tempo errada que fiz em toda minha vida. Não me arrependo de ter pego o dinheiro para a cirurgia da vovó, isso me permitiu mais algum tempo ao seu lado. Também não me arrependo de ter começado a roubar itens cada vez mais caros e difíceis.

O meu único arrependimento é ter sido burra ao aceitar os temos dele.

O calor que assola a cidade hoje está deixando a casa toda abafada, depois de fazer uma faxina na casa me deito no chão frio e limpo, olhando para o gesso branco acima de mim. Visualizando a vida que quero ter quando me livrar do Diogo.

Eu sei muito bem que minha dívida com ele já está quitada a muito tempo, sei também que não recebo o montante merecido pelos riscos que corro ao roubar gente poderosa. Esse dinheiro que o Diogo recebe deviria ser só para mim.

Já faz um tempo que venho pensando numa forma de conseguir dinheiro e sair dessa cidade. Aqui nunca foi um lugar que me proporcionou coisas boas. Mesmo com todos os roubos que fiz, a maior parte do pagamento fica com o Diogo, recebo apenas o suficiente para viver.

Eu conheço o Diogo o suficiente para saber que ele não vai deixar eu sair facilmente. Ele não esconde o fato de que sou sua melhor ladra. Os trabalhos mais importantes e difíceis sempre são mandados para mim.

Eu já não aguento mais estar pressa a ele, a esse trabalho.

Uma batida na porta me deixa alerta e curiosa. Eu não recebo visitas de absolutamente ninguém. As pessoas que conheço não viriam a minha casa, é muito arriscado sermos vistos juntos na casa um dos outros, nossos encontros, por mais raros que sejam, sempre é em algum bar da cidade.

Mais uma batida na porta e me rendo. Poderia fingir que não tem ninguém em casa, mas a curiosidade de saber quem é a pessoa do outro lado da porta é mais forte que eu.

Ignorando o fato de estar usando apenas um top e um short curto, me levanto para ver quem está me procurando.

Abro aporta e encontro um homem alto, bem vestido e com um sorriso de canto. Seus olhos azuis me fitam com satisfação.

Samuel Boot está parado na minha frente esperando que eu o convide para entrar.

Por ser uma ladra que rouba de pessoas ricas e influentes, eu conheço todas as pessoas relevantes da cidade. Eu sei onde cada uma delas mora, suas conexões, família, absolutamente tudo que possa me ajudar a fazer o meu trabalho mais rápido e livre de qualquer suspeita.

Com o Samuel Boot não é diferente.

O que eu não sei é o motivo dele está aqui na minha casa.

— Posso entrar? — ele pergunta quando não digo nada.

— Depende. — Olho por cima do ombro dele, vendo apenas seu carro parado na rua. — O que veio fazer aqui?

— Vim a negócios. — Fico curiosa e intrigada com sua resposta. — Podemos falar aí dentro?

Abro espaço para ele entrar e olho a rua para saber se vejo algo ou alguém suspeito.

— Fique tranquila. — Ele diz ao sentar no sofa. — Não tem ninguém à espreita ai fora.

— Você pode ir direto ao assunto.

Fecho a porta e fico parada a alguns centímetros de distância dele, em pé e com os braços cruzados sobre o peito.

— Não vai me oferecer um copo de água?

— Não.

— Direto ao ponto então. — Sua expressão fica mais séria. — Suponho que você saiba quem eu sou. — Confirmo com um aceno de cabeça. — Quero que você faça um trabalho para mim, pago muito bem.

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