Sem luz

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Pov Luíza ♡

Outra vez ali estamos, sem saber mais nada sobre a vida ou oque ela representa para nós, eu queria entender o que passava em sua mente e quando nos separamos percebi que um arrependimento ou um medo estalou sobre seus olhos, me aproximei dele e ele se recuou, ficamos ali nos olhando por alguns milésimos segundos e foi ali que entendi que era melhor nos afastarmos e cada um seguir a sua vida. Semanas se passaram e eu não ouvi e nem vi o Otto desde daquele acontecimento, a Poliana as vezes falava sobre pai, mas eram sempre as mesmas respostas e a Dona Gloria não comentavam nada, apenas falava que ele estava bem distante, por vários dias eu pensei em ir até a mansão para conversar com ele conversar sobre o que aconteceu e dizer o quanto estamos sendo dois adolescentes inseguros.

Era uma tarde nublada, eu estava no ateliê resolvendo algumas questões sobre a galeria, Poliana havia mandado mensagem dizendo o quanto estava animada, pois iria dormir na casa da Kessya, disse para ela tomar cuidado e ela me pediu o mesmo, estava indo tudo bem até que a luz resolveu ir embora.

- Ótimo era só o que me faltava. – Digo para mim mesma enquanto procurava o celular em cima da mesa. – Ele estava aqui agora. – Depois de muito procurar encontrei ele, liguei a lanterna e fui para sala, sentei-me no sofá e lá fiquei até pagar no sono.

Algumas horas se passaram e fui despertada pelo um barulho vindo da cozinha, quando eu tento ligar a lanterna percebo que o próprio tinha acabado a bateria. Outra vez escuto barulho só que agora de passos vindo até sala, rapidamente pego jarro de flores que estava na comada e me escondo atrás do sofá. Os passos foram ficando próximos e quando senti que estava próximo demais, atiro vaso na pessoa e adivinha quem era essa pessoa.

- Otto! – Digo quando ele da um grito. – O que você está fazendo aqui? – Digo com raiva e corro em sua direção.

- Vim ver se você estava bem? – Ele estava com uma das mãos na cabeça e outra estava se segurando na pilastra, vejo um líquido vermelho escorrer sobre seu rosto e me desespero. – Calma Luíza, não aconteceu nada. – Disse ele tentando disfarçar sua cara de dor.

- Como não aconteceu nada, olha como está seu rosto. – Digo puxando-o para o sofá. – Eu vou ver se consigo encontrar o kit de primeiros socorros.

- Você vai sozinha? – Ele pergunta assustado.

- Logico, você não consegue nem ver direito. – Digo me levantando.

- Eu vou com você! – Ele se levantou.

- Você tem medo de escuro senhor P.? – perguntei com um pouco de sarcasmo.

- É logico que não! – Respondeu ele. –Só não quero que vá sozinha. – Sorri com sua justificativa. – Me dê sua mão. – Quando sua mão tocou a minha eu senti um frio na barriga, não conseguir dizer mais nada, peguei a lanterna que estava com ele quando chegou e fomos até a cozinha.

- Eu tinha certeza de que estava aqui. – Sussurro para mim mesmo.

- Talvez o Antônio deva ter trocado de lugar.

- Aqui! – Digo animada.

- Seja mais delicada. – Disse ele quando estava abrindo a maleta.

- Eu sei o que estou fazendo, até porque já fui casada antes e lema do Marcelo era se machucar.

- Ele recebia muitos vasos na cara? – Gargalhou.

- Não, ele não me assustava.

- Não foi por mal, eu só fiquei preocupado com você.

- Não estou reclamando, fico feliz que esteja aqui.

Pov Otto ♤

Depois daquele beijo eu pensei melhor e preferir me afastar, até porque não quero que ela pense que sou uma pessoa ruim, ou sem sentimentos como ela costuma dizer, ficar longe é a única alternativa que eu tinha ou a que eu achei que poderia ser mais adequada. As vezes perguntava sobre algo para Poliana ou até para minha mãe, mas elas respondiam sempre as mesas coisas.

Quando a energia foi embora, eu logo imaginei na Luíza, sozinha naquela mansão, poderia acontecer qualquer coisa, não pensei duas vezes e sai às pressas, só não esperaria que ia ser surpreendido por um vaso.

Ficamos em silencio enquanto ela fazia o curativo, eu estava conseguindo olhar no fundo dos seus olhos, estava com medo, receio, insegurança ou qualquer outra coisa, eu sabia o que tinha feito foi errado, sabia que eu fui muito imaturo da minha parte, eu precisava me desculpar, precisava que ela me perdoasse.

- Luíza! – Seus belos olhos me encararam. – Eu quero pedir desculpas.

- Pelo o que?

- Pelo os beijos que lhe dei.

- Otto...

- Eu sei que foi imaturidade da minha parte, deveria ter pensado na confusão que arrumei dentro do seu coração, e eu sei que você ficou confusa, o Marcelo ainda está aí dentro e eu não respeitei isso...

- Obrigado por entender meu lado.  – Ficamos em silêncio.

- Agora me responda uma coisa.

- Diga!

- Nos vamos continuar sendo amigos, né? – Pergunto e ela dá um sorriso. – Porque é chato ficar sem falar com você, e como a Poliana é uma adolescente agora, eu preciso ainda mais da sua ajuda.

- A gente vai continuar sendo amigos. – Disse ela sorridente. – E está pronto seu macucado, quando a luz volta vamos ao médico, para ver se precisa de ponto.

- Ok. – Uma dor de cabeça fina começou.

- Está tudo bem? – Estava preocupada.

- Estou sim, é só uma dor de cabeça, mas em breve passa.

- É melhor você descansar.

Voltamos para sala, ela arrumou as almofadas e eu me sentei, ela se sentou ali do meu lado, a minha cabeça estava a mil, e aos poucos senti meu corpo cansado, eu só senti sua mão segurando a minha.

- Otto é melhor irmos para o hospital.

- Eu já disse que vai passar e outra não deve ter luz lá também.

- Com certeza lá tem.

- Luíza está tudo bem, não precisa ficar desesperada assim.

- Eu fico, porque não quero perder outra pessoa de novo. – Ela estava desesperada.

- Calma Luíza... – Minha voz estava ficando fraca. – Você precisa ficar calma...

De repente a luz voltou, Luíza logo vai no ateliê para pegar o carregador do celular, observo pelo canto do olho que ela estava desesperada e depois disso eu não vi mais nada.

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⏰ Última atualização: May 02, 2023 ⏰

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