Unintentional Love

Meio

— Cyno, você se sente bem?

Bem?

Ele está um pouco mais do que bem, na verdade, ele se sente ótimo. Não importa muito que Tighnari é homem, ele só quer fazê-lo se sentir tão bem quanto está agora.

— Uhum, ótimo. - Cyno murmura antes de beijar novamente.

Tem gosto de saliva e sêmen, meio azedo, mas ele gosta de beijar Tighnari. É uma coisa que ele se acostumou depois de tantos beijos: Gosta de beijar Tighnari, mais do que já gostou de qualquer pessoa.

Gosta de apertar a cintura, de deitar por cima de Tighnari quando eles se movem pra cama. Gosta de despir Tighnari, contendo os segundos de pânico intenso ao estar de cara com um pênis que não é seu e se surpreende em gostar da textura do pau, deslizando na sua mão.

Cyno faz isso da maneira que ele gosta em si mesmo, Tighnari geme no seu ouvido o tempo todo, sua cauda subindo para enrolar na coxa  de Cyno, as unhas arranhando no ombro e Cyno ganha seu tempo assistindo o rosto de Tighnari durante o orgasmo.

Tão vermelho, a boquinha se abrindo, os olhos fechados bem apertados e o suor descendo na tempora.

Ele gosta.

Foda-se que ele é hétero, Tighnari é alguém que ele gosta.

Cyno o beija na bochecha, se sentindo tímido. Ele limpa a mão no lençol, uma das pernas de Tighnari está entre as suas, sua cabeça está no mesmo travesseiro.

Ele descobriu que não quer terminar esse relacionamento e até mesmo conseguiu fazer algumas coisas, ele gostou de fazer, tudo está dando certo.

Sua ex está pisando por aí como uma noivazilla emputecida, ele tem alguém que lhe dá carinho, ele teve uma boa mamada e até conseguiu retribuir isso.

— Não termina comigo. - Ele pede baixinho, não quer que Tighnari termine porque ele acha que Cyno tem medo dele. — Eu era virgem de boquete de homens, você tem que ficar.

— Oh meu deus, você... - Tighnari dá uma risadinha. O humor do Cyno é um pouco estranho, ele não esperava por algo que fosse engraçado. — Eu maculei o princeso?

— Sim, sou um café com leite por sua causa.

— Quê?

Cyno ergue a mão, onde apesar dos esforços pra limpar ainda está com porra num dos dedos.

— Eu sou o café, você só adicionou seu leite. - Ele ri.

Tighnari o olha indignado.

— Ainda bem que você está se formando bio médico e não pretende ter um show de stand-up.

— Você acha que eu levo jeito pra piadas?

Tighnari apenas ergue uma sobrancelha, não diz nada e fecha os olhos, como se fosse dormir.

[...]

— Como assim você teve seu pau chupado por um homem? Você não era hétero? - Alhaitham recebe as notícias com um olhar de surpresa, ele olha para as chaves do seu carro e junta um ponto com o outro. — Por favor, não tenha dado o seu cu dentro do meu carro.

— Eu não dei a minha bunda, eu sou hétero. Quer dizer, metade. Argh, Alhaitham, eu gostei de beijar ele.

— Tu tá saindo do armário pra mim?

— Eu não estou saindo do armário pra você, tu é a última pessoa que eu falaria sobre isso. - Cyno respira fundo e se senta no chão, de frente pra Alhaitham, que está deitado no sofá, um livro aberto em cima do seu peito. — Mas, assim, qual a probabilidade de eu não ser hétero?