Capítulo 1

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Julia

Estamos no carro de uma senhora que até agora não entendi quem é, mas que diz que vai nos levar até o nosso apartamento.

-Ana, será que da pra explicar de uma forma mais fácil quem é essa dona Manuela? - mandei uma mensagem para o celular de Ana.

Sentindo a vibração ela logo puxou o celular da bolsa e começou a digitar:

''Hj vc tá meio perdida viu?! Ela é a prima da amiga da tia da minha mãe. Entendeu agr?''

''Será que não dá pra vc desenhar não?! Kkkkk''

''Palhaça!kkkk Agr presta atenção que dona Manu tá falando com vc!!!!!''

Eu tentei segurar o riso e escutar o que dona Manuela estava falando:

- Então querida, você disse que faz o que mesmo na faculdade?

- Vou começar a fazer Engenharia Química dona Manu- respondi com entusiasmo.

Com 17 anos eu decidir que esse seria o "meu curso" e sempre me deixava de bom humor falar sobre ele, no começo eu fiquei com muitas dúvidas já que eu nunca fui muito fã de matemática e sempre me diziam " engenharia é matemática pura!", mas eu sempre tive paixão por química e sempre me sair bem em matemática, eu sei o que você deve estar pensando " então por quê não cursa só química? " eu posso e vou explicar o porque, meu ensino médio também foi técnico e no meu caso técnico em química, e eu também sempre fui fascinada em um dia ser chamada de engenheira, " Engenheira Julia", lindo né?!

Conversamos muito com dona Manu, que até disse pra gente chamar de "tia", como boa mineira ela ama pão de queijo e disse que fez uns especialmente para a Ana e eu. Ela é muito legal, e me faz lembrar minha mãe que é tão adorável quanto dona Manu. Felipe o filho da dona Manu estava nós esperando na frente do modesto prédio que fica o nosso apartamento, ele nos ajudou a levar as malas lá pra cima (infelizmente não tem elevador), contou várias piadinhas e jogou várias cantadas, dona Manu puxou várias vezes a orelha de Felipe.

- Felipe, vai lá em casa e pega aquele pote vermelho que está em cima da mesa.

- Certo mãe! Meninas não chorem, eu vou voltar.- respondeu Felipe sorrindo e piscou pra gente antes de sair.

Rimos e dona Manu meio envergonhada disse:

- Desculpas meninas, mas esse menino está com os hormônios a flor da pele, eu vou conversar com ele e mandar ele parar com isso.

- Ah tia, ele só tem 14 anos, é assim mesmo. - disse Ana.

- Não se preocupe! Eu mesma já gostei muito dele, ele é tão divertido.- falei.

Conversamos sobre muitas coisas, é incrível a facilidade que a dona Manu tem para mudar de assunto sem a gente ao menos perceber. Os pães de queijo estavam uma delícia, Ana e eu só fomos dormir uma e meia da manhã assim que deixamos a casa organizada, não é nada chique ou como diria minha irmã "com cara de rico" mas ficou lindo! Tudo bem colorido, muitas fotos por todos os lados, um monte de coisa de cozinha que nem faço ideia pra que serve mas que minha mãe fez questão que a gente trouxesse. Não vejo a hora das coisas ficarem mais movimentadas nessa cidade.

"Ana Julia"Onde histórias criam vida. Descubra agora