Capítulo 20

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Ana

Depois de muitas mensagens trocadas eu finalmente iria ver o Benjamin novamente, só o fato de não ser em um hospital já era animador.

Ele parece um cara legal, mas ainda não sei se é hora para pensar em um relacionamento, afinal a poucos meses atrás eu quase me casei, então vamos dar tempo ao tempo.

- Vai sair hoje?- perguntei a Julia que tinha acabado de passar para a cozinha.

- Uhum.

- Pedro?

- Você sabe a resposta...- ela sorriu simpática- e você? Dr. Benjamin?

- Sim... Finalmente vamos nos ver! Eu estou meio nervosa, o último cara que eu conheci eu quase me casei com ele. - a Julia sorriu mas logo o sorriso sumiu.- A gente tem que superá-los, Julia.

- Você supera Phillipe do seu jeito e eu supero Daniel do meu.

- E o seu jeito seria...? Não, não fala, eu já sei: Não superando-o.

- Por favor, Ana, vai para seu encontro com o tal doutorzinho e me deixa!- ela bateu a porta do quarto, levantei e fui até lá, mas não abri a porta.

- Sabe de uma coisa?!- falei alto para que ela conseguisse ouvir.- Pelo menos eu não estou passando o resto da minha vida trancada em um quarto desenhando Phillipe.- eu não sei desenhar, mas tudo bem.- Ou pior ainda, alimentar as minhas esperanças de vê-lo outra vez e alimentar as esperanças de um cara que tenta me tirar do fundo do poço!- ela abriu a porta estava com os olhos vermelhos e com cara de brava, duvido que eu estivesse diferente.

- E você quer saber de uma coisa?! Eu não fico procurando amor em outros quando já tenho o cara perfeito bem em baixo do meu nariz! E sobre o Pedro, eu nunca alimentei esperanças nenhuma, ele sabe que eu amo o Daniel, e não tem espaço para outro.- ela se virou mas depois olhou novamente para mim.- E ele vai vim, você vai ver.- ela fechou a porta, e eu fui para o meu quarto.

Não sabia porquê eu tinha falado aquilo, mas não queria brigar com a Julia, eu não sou assim. Fico triste em vê-la desse jeito, e como ela tinha certeza que ele iria vir para cá, isso não deve fazer bem. Ela que dizia para não se envolver e agora acredita cegamente em coisas quase impossíveis, não que eu acredite que ele não venha, mas que isso é bem complicado, é sim. Peguei meu celular e liguei para o Leo.

- Diga, Aninha.

- Leo...

- Essa voz melosa... O que foi que teve?

- Eu briguei com a Julia.

- Você a ama, vá lá pedir desculpas.

- Poxa, posso nem contar a história?!

- É que eu tô meio... Tá complicado falar agora... É muitíssimo importante para você? Se for...

- Afff, deixe pra lá. - eu desliguei a ligação.

Pode nem desabafar mais! E agora? Vou mesmo pedir desculpa?

Meu celular tocou.

- Alô...?

- Ana, diga o que aconteceu...

"Ana Julia"Onde histórias criam vida. Descubra agora