Capítulo 12 - Por Phillipe

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Phillipe

Ela finalmente chegou. E está excepcional, eu não sei o que é isso que acaba de fazer meu coração pulsar mais rápido, mais forte, minhas mãos começarem a suar, mas espero que seja isso o que chamam de amor.

Sorri para ela, mas ela parece distante. Mais pálida que o normal, o buquê cai de sua mão, seja lá o que for, ela não está bem. Vou em sua direção mas ela desmaia e também cai no chão. Corro em sua direção, ela tem que estar bem.

-Rápido chamem um médico! - grito.

- É melhor levá-la para ala médica.- uma moça fala.

- Sim, chame Charlie, eu vou levá-la.

- Sim, alteza.

Assim que chegamos vários médicos já nos esperavam. Fizeram diversos tipos de exames mas nenhum deles conseguia dizer o que ela tinha.

- Onde está o Charlie?- perguntei à um dos médicos.

- Não sei, alteza.

- Eu preciso dele aqui! Vocês são ... inúteis!

- Perdão alteza, mas estamos fazendo o melhor possível...

- Não é o suficiente.

Ela ainda estava inconsciente. Mas onde estaria o Charlie?! E eu ainda me pergunto! Claro que está com a Julia, só vivem grudados.

Um barulho, a porta se abriu, mas não é o Charlie, é a Julia.

- O que aconteceu? - ela pergunta, vindo em minha direção.

- Eu não sei, ninguém sabe.

- Calma, Phillipe. - ela me abraçou.

- Eu estou calmo.

- Você está tremendo...- enfim percebi que realmente eu estava tremendo.

- Só estou um pouco assustado, quem poderia esperar que algo as...- mas algo me interrompeu, alguém limpou a garganta, a Julia e eu viramos em direção do barulho, o Charlie estava lá, e então percebi que a Julia e eu ainda estávamos abraçados, nós separamos.

- Até que enfim você chegou, onde esteve? Esqueça a pergunta, ajude-a por favor. - falei e ele foi em direção de Ana.

- Tem muita gente aqui.- ele falou baixo - Doutores, por favor, eu peço que se retirem do quarto. - todos os médicos saíram. - Vocês dois também.- ele falou olhando para a Julia e eu.

- Charlie, eu não vou sair daqui!- mas ele nem se quer me respondeu, olhou para Julia e virou-se novamente em direção de Ana.

- É melhor a gente esperar na porta, o Daniel deve saber o que está fazendo.

- Tudo bem... Mas, se demorar demais eu vou entrar.

Ficamos do lado de fora esperando, até que o Daniel nos chamou. Entramos e lá estava ela, acordada.

- Graças a Deus! - fui em direção de Ana, ela estava um pouco desnorteada.- Meu amor, como você está?

- M-Melhor...

- Ela teve uma "explosão de estresse", muitas preocupações em curto espaço de tempo, não estava se alimentando direito, e na hora que ela iria entrar na cerimônia foi o que poderíamos considerar como o " ponto máximo ", muita emoção somado ao estresse da preparação de um casamento mais um corpo 'fraco' e noites mal dormidas fez com que ela não suportasse tudo ao mesmo tempo e se " desligasse", desmaiando, para tentar restabelecer o que estava errado. O melhor seria que ela passasse todo o resto do dia descansando e tomando o medicamento que mandarei a enfermeira trazer.

- Tudo bem, Charlie, faremos isso.- segurei a mão de Ana, mas não conseguia formular uma frase se quer. Charlie e Julia estavam conversando do outro lado do quarto, parecia mais uma discussão, até que ela saiu do quarto um tanto brava. Charlie olhou para mim como se estivesse me perguntando algo. - Olha "doutor", recomendo que você vá atrás dela.

- A Julia é muito complicada...

- Você está apaixonado por ela.

- O que?!

- Está sim. Todo mundo do palácio sabe, e até quem não é do palácio.

- Phillipe!...

- V-você está sim. - a Ana falou. Fazendo com que Charlie se espantasse.

- Eu esqueci que você estava aqui...

- Tudo bem, Charlie. Os apaixonados agem assim.

- Que engraçado, Ana.- ele falou irônico

- Ei! Deixe-a em paz e vá atrás de Julia! - ele bufou e foi.

- Isso não é bom...

- O que não é bom?

- Nada.

- Então... OK. Mas diga-me, porquê não me contou que estava tão estressada?

- Eu não queria te preocupar...

- Não se preocupe mais, querida. Já está tudo resolvido, não tem mais com o que se preocupar.

- Pois é...

- Ana, tem alguma coisa que queira me contar?

- Ér... Não, não tenho. - eu segurei sua mão, ela estava gélida.

- Tem certeza, querida? Não quero que você se preocupe com nada, pode me contar, eu juro que não importa o que seja a gente consegue resolver.

- M-Mas, não é nada, Phill.- ela olhou para os lençóis. Acaricie seu queixo fazendo-a olhar para mim.

- É o casamento não é? Você não quer mais se casar?

- Não! Não é isso! Eu só... Bem, eu desmaie, estou me sentindo um pouco mal, apenas isso. - Eu sabia que não era apenas isso, mas não iria pressioná-la a contar algo que não queira.

- Tudo bem, mas lembre-se: eu estou do seu lado, não importa o que seja.- Ela me abraçou, e nos beijamos, foi um dos beijos mais tristes que já tive, ainda mais triste que o beijo que a Rosalya me deu quando me contou que iria casar com outro, um beijo de despedida. Eu a amava, mas não como amo Ana, Rosalya foi apenas uma paixão passageira, além do fato que meu pai nunca aceitaria que eu me casasse com ela, foi o maior escândalo quando contei à ele que queria corteja-la.

- Obrigada por tudo isso, Phill. Eu sei que tudo vai dar certo no final.

- Sim, tudo vai dar certo.

- Acho que você deve ter coisas para resolver...

- Ei, eu posso ficar aqui. Mas, na verdade, eu tenho cerca de mil convidados esperando mais explicações.

- Uh, é verdade! Acho que você deveria ir lá resolver. Não se preocupe, eu vou pedir para Julia passar o resto do dia e a noite me fazendo companhia. Não se preocupe, seja o príncipe.- ela sorriu para mim, meu Deus, tão doce, tão linda.

- Seu pedido é uma ordem, Alteza.

- Ei! - ela riu e eu também. Beijei-a mais uma vez e fui "ser o príncipe"

"Ana Julia"Onde histórias criam vida. Descubra agora