Eu juro.

16 2 0
                                    


— O que você esta fazendo? — perguntei tombando de sono, após acordar com ele mexendo no meu corpo.

— Vou te levar para cama. — respondeu me pegando no colo com a coberta.

Apenas fiquei em silêncio tentando me manter acordada e processar tudo. Ele se levantou e foi comigo para o quarto, entrou e me deitou na cama, senti meu corpo arrepiar por ela estar gelada e me encolhi enquanto ele forrava a coberta em cima de mim. Após forrar ele se retirou e em questão de segundos voltei a cair no sono. Apenas me lembro dele se deitando, me abraçando e dando boa noite.

— Boa noite, dorme com Deus. — disse e me deu um beijo na nuca.

— Amém você também. — respondi.

                              ..........

Acordei sentindo frio por conta do ar gelado da casa e me questionando se choveu essa noite. Olhei para o lado e não está aqui, peguei meu celular para ver as horas e vi que são 10h21.

Aonde ele está? Será que ele levou o celular? — me questionei mentalmente.

Passei a mão embaixo do travesseiro dele e não encontrei nada.

Me levantei e saí do quarto indo para a sala e me deparei com ela vazia, olhei a cozinha e não o encontrei, mas ele a deixou limpa e deixou o café feito. Decidi ir tomar um banho e escovar meus dentes. Fui ao banheiro, me despi e liguei o chuveiro, deixei a água esquentar um pouco e então entrei.

Aonde será que ele foi? Ele nunca sai assim de casa. Mas enfim independente, é hoje que eu vou embora. Nunca pensei que isso fosse acontecer, mas infelizmente aconteceu. Por que Deus? Eu não queria isso. Mas ele tinha que correr logo para a porcaria daquela garota né?!

Senti raiva.

Não podia ser outra pessoa. Tinha que correr logo para aquela infeliz que ódio. Logo para ela que tanto me desrespeitou. Eu não quero ir embora, mas não sei mais o que eu faço, se ele pelo menos...

Estava começando a me questionar o que poderia ser de nós daqui para a frente, até que ouvi o barulho do portão e fiquei apenas escutando. Ele entrou e ouvi alguns barulhos de sacola, e em seguida ouvi seus passos vindo.

— Bom dia amor, você quer leite com café? — perguntou aparecendo na reta da porta.

— Pode ser. — respondi meio desanimada. Olhar para ele me deixou triste, ouvi-lo me chamar de amor como se nada estivesse acontecido me deixa triste.

— Ok. — respondeu e se retirou.

Será que ele chamou ela assim em algum momento? Se bem que nas mensagens ele não chamava ela desse jeito.

Terminei de me esfregar, lavei meu rosto, escovei meus dentes, desliguei o chuveiro e me enrolei na toalha. Fui para o quarto me sequei, me troquei e fui colocá-la no varal. Ao entrar na cozinha o vi mexendo limpando a pia, apenas passei reto, abri a porta e pendurei a toalha, a fechando em seguida.

— Seu leite está pronto. Eu comprei pão, requeijão e pão de mel. — falou meio triste secando as mãos em sua blusa.

— Ata. — falei e peguei meu copo indo em seguida para a sala e ele veio atrás. Me sentei no sofá e ele também.

— Você vai mesmo embora? — perguntou sem me olhar.

— Vou. — respondi em um impulso, tomando meu leite em seguida.

— Mesmo?

— Pelo menos agora você pode trazer a sua família. — falei em um tom meio debochado erguendo a sobrancelha e olhando para baixo, tomando em seguida um gole do meu leite.

— Eu já te falei que não quero nada com essa garota, eu só estava brincando com ela para te dar um troco. — falou em um tom irritado me olhando.

O Acordo.  Onde histórias criam vida. Descubra agora