Pov's Tom
Às 18H17, estávamos todos no camarim aguardando a produção nos chamar.
Na minha cabeça só havia espaço para uma coisa, uma pessoa, e era ela, S/n. Não conseguia deixar de pensar nela, estava contando as horas para encontrá-la. E não vou negar que estou extremamente ansioso para sua resposta.
Estava tão inerte nos pensamentos que nem percebi me chamarem.
— Tom!
— Hm?
— Você está pronto? Só temos, 10 minutos. Ta aí parado feito uma estátua olhando para o nada. — Bill diz andando apressado pelo camarim.
— Estava pensando. — pergunto me levantando de onde estava.
— Por favor, se for relacionado a S/n, pensa no seu fora depois.
— Obrigado pelo auto-astral. — digo vendo o mesmo ainda andar de um lado para o outro. — O quê você tanto procura, hein?
— Meu microfone. Era para estar com a equipe de áudio, mas eu acabei trazendo para cá e agora não sei onde coloquei.
Olho para o sofá atrás de mim, o mesmo em que estava sentado minutos atrás. Puxo a almofada que estava nele e vejo o bendito microfone. Eu estava sentado em cima dele o tempo todo em que Bill vasculhou a sala.
— Esse aqui? — pego o microfone na mão e estendo para ele.
— Ah, você achou, até que enfim. — ele diz e logo o pega. — Onde estava?
— Eu.. sentei em cima. Vamos, está na hora. — saio do camarim as pressas.
— Ora seu.. eu estava igual a um condenado procurando esta merda, e você nem pra levantar e olhar.
Estou com medo. Acabamos de subir no palco e a platéia está muito cheia. Rolei meus olhos por todo lugar e até agora não a encontrei.
Estamos quase terminando a música para conversar com o público e eu estou extremamente nervoso, pois eu queria que ela estivesse aqui para chamá-la ao palco novamente.
Mas o meu corpo relaxou quando a vi. Ela estava próxima as grades com S/a. Percebendo meu olhar em si, ela deu um leve sorriso e aceno.
Enquanto a gente tocava, olhei para S/n várias vezes e vi que ela estava se deixando levar totalmente pelo som, sabe? Depois virei para Bill, que estava cantando com a alma. Aí pensei: Este é o melhor show que já fizemos.
Quando terminamos, enquanto Bill falava com o pessoal, voltei meus olhos a ela. Não sei quanto tempo passou, mas eu não conseguia desviar meu olhar de si, tanto que ela desviou algumas vezes.
Acho que estou encarando-a demais.
Após uma breve conversa, logo chamamos S/n ao palco. Muitas pessoas que talvez estivessem no show anterior vibraram, provavelmente já prevendo o que iria acontecer.
— Então, pronta para mais um dueto? — pergunto, estendendo uma guitarra.
— Eu nasci pronta. — ela diz sorrindo e logo pega a guitarra.
— Seria ainda melhor se soubesse cantar. — Bill comenta. — Aí seria um show e tanto.
— Ela sabe cantar! — ouço alguém gritar da platéia, era S/a. — Solta essa voz, GOSTOSAAA!
Sorrio com o comentário. Essa garota é mesmo impressionante.
— Pelo visto você é uma caixinha de surpresas, S/n. — Bill diz sarcástico. — Se é assim, vamos começar.
— Aahh — S/n resmunga — a S/a está blefando. Eu não sei cantar.
— Bobagem. — digo. — Ajeita o tripé para ela, vamos ver se ela consegue fazer duas coisas ao mesmo tempo.
Após colarem o tripé, sinalizo com a cabeça para ela começar.
— Tá né. — ela suspira e começa a tocar a guitarra, junto com a bateria. Iremos com a mesma música do show anterior, Monsoon.
Quando começou a cantar com Bill, ela estava meio tímida, e isso me deixou surpreso. Mas dava para sentir que estava entrando cada vez mais no clima da música. Ela se soltou completamente no segundo refrão, começou a sorrir. E as pessoas não conseguiam tirar os olhos dela. Quando foi chegando o fim da música, Bill parou de cantar e deixou que ela mandasse ver. O lugar veio abaixo.
— ARRASOU GATA! — S/a grita, juntamente com a platéia. Todos gritam e aplaudem, e eu avisto várias expressões chocadas.
— Estou sem palavras. — digo ainda de boca aberta.
— Acabei de perder meu emprego. — Bill diz e todos riem. — Gostaria de cantar mais uma? Acho que todos aqui adoraram a sua voz.
Vejo o público vibrar e pedir por mais.
— Desculpa, mas eu não sei completamente outras letras das músicas de vocês. — ela diz.
— Não precisa ser uma das nossas, pode escolher qualquer uma. — digo me aproximando. — É só falar as notas.
— Bom, tem uma que está significando muito na minha vida no momento e.. acho que eu devo tentar.
— Vá em frente.
Ela nos dita as notas básicas da música, que eram na verdade bem fáceis e logo começamos a tocar. Pelo som das notas é uma música desconhecida por mim.
Ela dita as primeiras palavras da letra e eu quase não consegui continuar a tocar, a voz dela nessa música me deixou desnorteado. Tentei ao máximo me concentrar nas notas, mas o refrão me chamou a atenção.
And what the hell were we?
(E que diabos nós somos?)
Tell me we weren't just friends
(Me diga que não somos "apenas amigos")
This doesn't make much sense, no
(Isso não faz muito sentido, não)
But I'm not hurt, I'm tense
(Mas não estou magoada, estou tensa)
Cause I'll be fine without you, babe
(Porque eu fiquei bem sem você, amor)Parei de tocar por uns instantes e a fitei. Ela estava olhando para mim, enquanto tocava e cantava ao mesmo tempo.
Ela tinha visto a entrevista, era óbvio que ela assistiria.
Porra.
Deixei claro que éramos apenas amigos.
Me localizei na música novamente e voltei a tocar, só que dessa vez eu estava péssimo mentalmente.
Não consigo manter o contato visual, então logo desvio. Volto minha atenção para Bill, que aparentava estar hipnotizado, estava com os olhos vidrados, não piscava nem sequer uma vez.
Quando ela terminou, toda a platéia foi abaixo. Todos gritaram e aplaudiram.
— Isso foi bem pessoal. — Bill comenta, se aproximando de S/n.
S/n apenas concorda com a cabeça, aparentemente envergonhada.
— Você compôs essa música? — Gustav pergunta. — Seria um desperdício não mostrar ao mundo, você tem talento.
S/n aparenta ficar pensativa e sem conseguir achar as palavras certas, então ela apenas agradece.
Ela fez um breve agradecimento para o público e desceu para a grade novamente, recebendo muitos elogios de todos a sua volta.
Demos continuidade ao show, mas eu ainda estava um pouco disperso. A letra era complexa e muito certeira na situação em que nos encontramos.
Nossa distância está me corroendo, espero que após o show consigamos conversar e que possamos consertar essa tensão entre nós.
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Música utilizada:
friends Chase Atlantic
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illusions | Tom kaulitz
FanfictionApós s/n sofrer um grave acidente de carro, ela volta para o ano de 2006, onde a banda Tokio Hotel está no auge da fama. S/n só não imaginava ficar no fogo cruzado dos irmãos Kaulitz. início: 17/04/23