𝗦𝗲𝗴𝘂𝗻𝗱𝗮 𝗽𝗮𝗿𝘁𝗲 𝗱𝗲 "𝗦𝗼 𝗖𝗿𝗶𝗺𝗶𝗻𝗮𝗹". 𝗣𝗮𝗿𝗮 𝗲𝗻𝘁𝗲𝗻𝗱𝗲𝗿 𝗲𝘀𝘀𝗮 𝗵𝗶𝘀𝘁𝗼́𝗿𝗶𝗮 𝗲́ 𝗽𝗿𝗲𝗰𝗶𝘀𝗼 𝗹𝗲𝗿 𝗮 𝗽𝗿𝗶𝗺𝗲𝗶𝗿𝗮 𝗽𝗮𝗿𝘁𝗲!
Sadie nunca entendeu a dor da perda, não até perder seu pai adotivo e seu parceiro...
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capítulo três٫ a volta.
TW: Menções a suicídio e perseguição.
O corpo da garotinha ruiva adentrou o dormitório dos meninos, provavelmente porque sentiu um cheiro forte de fumaça, ela não sabia distinguir de onde vinha, mas quando passou pelo dormitório dos meninos ela pode ver de onde aquele estava vindo.
━ O que você está fazendo?! ━ A garotinha perguntou, assim que viu um garoto de cabelos morenos bagunçados fumando um cigarro, ele parecia um pouco mais velho do que ela. O garoto se assuntou com a voz da garotinha ruiva.
━ O que você tá fazendo aqui?! ━ O garoto perguntou, dando uma tragada no cigarro em suas mãos. ━ Responde.
━ Hum, talvez porque eu estivesse passando pelo corredor e senti esse cheiro horrível?? ━ Ela falou irônica e depois revirou os olhos se aproximando do garoto, que estava sentado no chão ao lado da cama.
━ Você é nova aqui né?! ━ Ele perguntou em um tom rude quando percebeu que a garotinha não iria sair do dormitório.
━ Sim. ━ Ela se sentou ao lado dele, encarando ele tragando novamente o cigarro que já acabava. ━ Por que você fuma tanto?
━ Como sabe que eu fumo tanto? Anda me espionando, pirralha?! ━ Ele brincou com ela.
Pirralha.
━ Não, não. Claro que não. ━ Ela disse rapidamente. ━ Só notei.
Ele levantou uma sobrancelha para ela e depois estreitou seus olhos a intimidando.
━ Tudo bem, talvez eu tenha te observado desde aue entrei aqui. ━ Ela afundou mais no chão duro do dormitório, um tom de rosa aparecendo em suas bochechas.
Ele deu uma risada baixa, decidindo ignorar o acontecimento.
Acordei, ofegante e com o coração acelerado. Tentando entender o porque daquele sonho, pesadelo ou memória. Ou do porque de querer tanto voltar àquilo.
Lembrar do jeito que ele me chamava. Pirralha. Me causou um arrepio na espinha, mas balancei a cabeça rindo da possibilidade que tinha vindo a minha mente.
O tempo estava fechado e frio, parecia que ia cair uma tempestade a qualquer momento. Era o clima perfeito.
Visto uma roupa e por cima coloco um casaco com capuz, para esconder meu rosto. Saio do prédio e vou em direção à uma praça. Queria espairecer um pouco e respirar um ar puro, mas foi impossível, já que quando eu passei por uma loja de eletrodomésticos uma tv anunciou mais um assassinato. Dessa vez perto daqui. Nova Jersey. Ele se aproximava cada vez mais e eu não poderia fazer nada além de tentar ignorar aquele pensamento de que, era ele.
Me levantei do banco daquela praça, jogando a bituca de cigarro no chão irritada, e depois o espremendo com a minha bota.
Ajeitei meu capuz tentando esconder o máximo possível do meu rosto, que já estava coberto por lágrimas.
Esse também era um de meus grandes problemas, não gostava de chorar. Na verdade, eu não gostava de demonstrar qualquer sentimento que pudesse ser confundido com fraqueza.
━ Eu quero te prometer uma coisa. ━ Ele deixou escapar, fiquei tensa por causa da sua escolha de palavras.
━ Eu realmente não gosto de promessas. ━ Eu disse fria, Noah franziu a testa em confusão e eu suspirei antes de continuar. ━ As pessoas me prometeram muitas coisas no passado.
━ Me deixe provar que está errada. ━ Ele pediu sério, movendo a mão para a lateral do meu rosto, colocando uma mecha do meu cabelo atrás da orelha, meus batimentos cardíacos aumentaram com essa ação, meus olhos se fixaram mais ainda nos deles. ━ Eu prometo a você que nunca vou te deixar e prometo não quebrar nenhuma promessa que fiz a você.
━ Você poderia ter começado com algo mais simples... ━ Eu afirmei zombando. ━ Não faça promessas que não irá cumprir, Schnapp.
━ Oh, mas eu irei manter essa. ━ Ele disse com o sorriso no canto dos lábios característico do rosto dele, Noah olhou para mim com aquele olhar de quem sempre tinha algo a mais para dizer.
Aquelas lembranças eram boas, mas me traziam uma sensação de dor e angústia. Me faziam ficar com um nó na garganta toda vez que me lembrava delas.
Traguei o segundo cigarro daquela noite fria, não liguei. Afinal, eu queria morrer de qualquer forma.
Lancei um breve olhar para o céu, que antes estava repleto de nuvens, agora já estava limpo e totalmente estrelado.
━ Quero que você prometa a mim, Noah... ━ Eu disse com uma voz suave e baixa.
Noah se aproximou de mim assim que olhei para os seus olhos, afim de querer ver a sinceridade neles, encostando nossas testas e eu fechei os olhos.
━ Eu prometo. ━ Ele sussurrou, em seguida abri meus olhos.
E por um segundo, eu acreditei nele.
Suspirei ao me lembrar que aquelas promessas tinham sido uma completa mentira. Aquelas promessas tinham sido em vão. Me arrependia amargamente até hoje por não ter ficado junto com Noah no porto, assim teríamos morrido juntos.
━ Mentiroso! ━ Exclamei irritada enquanto caminhava de volta para o meu apartamento. Por ser quase meia-noite e estar frio, as ruas já estavam totalmente vazias. ━ Maldito mentiroso! ━ Chutei uma latinha de cerveja que estava no chão daquele beco e que ecoou por tudo ali em volta. Parei para fumar outro cigarro, irritada era a palavra que podia resumir minhas emoções naquele momento.
Por um breve segundo, pude ouvir passos e vulto. Me desencostei da parede que estava e ameacei pegar a faca em minha cintura, mas foi em vão, pois os passos que ouvi já estavam próximos a mim.
━ Quem está aí? ━ Perguntei com a voz embargada, olhando ao redor, mas estremeci, quando uma sombra apareceu atrás de mim. Fechei os olhos e minhas mãos ficaram trêmulas.
━ Pensei que não tinha se esquecido de mim... afinal, quem se esquece do Killer Bunny. ━ A voz firme e masculina que eu conhecia muito bem se fez presente em meus ouvidos.
Parei. Cada osso de meu corpo se tornando pedra.
Eu engulo o seco, me virando para trás com a expressão assustada, e ao vê-lo ali, pareci hipnotizada.
━ Noah? ━ Um murmuro sai dos meus lábios, aperto firme as unhas na palma da minha mão.
Era ele. Ele estava ali.
━ Sentiu minha falta, pirralha?! ━ Noah disse, dando um sorriso cínico e me fazendo lembrar do meu antigo apelido, que ele usava para me irritar.
