Capítulo 4

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No último andar de uma grande estrutura, eu estava sentada sobre a cadeira da sala de Carp, girando sobre ela, apenas tentando esperar pacientemente enquanto a "senhorita" estava em ligação.

Aqui era um prédio grande, apenas para o trabalho evolutivo de revistas de sucesso. Não tem o que reclamar. Esse é um dos trabalhos que me fazem bem, e eu gosto de me expressar pela escrita de forma romântica e altruísta. Sua editora fatura a cerca de quinze milhões por ano, era um emprego bom e o salário era melhor ainda.

Carp é uma ótima repórter. Todos a conhecem e se inspiram na figura exigente e mandona da mesma.

— O que quer dizer sobre isso? — perguntou a Srta. Carp enquanto falava pelo telefone — Acha que eu não dou jeito? Eu fui a melhor! todos gostam de mim! — não sei dizer se isso é verdade, a Srta. Carp tem um jeito bem explosivo — Olha... Eu tenho uma filha, hein — ela me deu uma olhada.

Estreitei os olhos fazendo uma careta. Carp não tem filhos, sinceramente ela nem pensa em ter um.

Precisei ficar 30 minutos ouvindo ela discutir com alguns dos investidores pelo telefone. E devo dizer que trabalhar nessa área é um pouco complicado.

Ela então desligou o telefone, e se sentou suspirando frustrada.

— Me desculpa. Foi um babaca que parece não gostar muito de mim. Ele ficou bravinho só porque eu o chamei de covarde na frente de algumas pessoas...

Eu então arregalei os olhos. Caramba.

— Acho que ninguém gosta de ser chamado de "covarde" na frente de ninguém, Srta. Carp — digo.

Ela me olhou meio decepcionada.

— Sério isso? — em seguida acendeu um cigarro.

Eu também não sabia se poderia fumar aqui dentro, mas se eu continuar na minha, posso não ser uma de suas vítimas hoje.

— Quero que você escreva alguma coisa bem legal. Aquele negócio que você faz... Escreva três de diferentes títulos.

— Tudo bem... – concordo — Se é só isso, eu já posso ir?

— Só espere mais um pouquinho, ok? Eu não queria que você viesse até o meu escritório para trazer seu trabalho. Era porque eu tenho mais um trabalho para você! E é muito importante!

Olhei para lado por um instante pensativa, e então respondi.

— Que trabalho? – perguntei, estreitando os olhos.

Ela sorriu.

— Eu tenho uma amiga muito importante de longa data. Ela tem dois netos muito fofos, como ela mesma me relatou. Mas infelizmente não encontrou ninguém para cuidar dos anjinhos enquanto trabalha – comentou... — Então eu disse que tinha uma pessoa perfeita para esse trabalho.

Imediatamente gargalhei.

— E quem é? — perguntei já com pena do indivíduo. Talvez ela me peça para ajudar a encontrar alguém. Não era um trabalho tão difícil.

E para a minha surpresa, Srta. Carp olhou-me de cima a baixo e apontou para mim.

— Você!

Meu sorriso se desfez na mesma hora.

— Eu? Por que eu? – perguntei indignada, fazendo uma careta.

— Você é bonita, gentil e inteligente! E eu vi como você cuidou das filhas da Louise. Todas as crianças gostam de você — disse ela.

Suspirei indignada.

— Olhei as crianças dela porque ela estava precisando de ajuda! E mesmo que você me peça, eu não sou babá!

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