Infanta Sofía está cansada de ser a sombra de sua irmã, Leonor futura rainha da Espanha.
A menina resolve entrar para um time de futebol feminino para finalmente se destacar em algo, onde de tudo pode acontecer
Buenos dias! Hoje é o dia! Eu acordei como sempre, a dona Fátima, minha aia veio até mim e me despertou:
- senhorita Sofia, vamos acordar?
- aí Fátima é hoje....! Digo me espreguiçando pulando em cima de minha aia. Fátima reclama do meu abraço.
- Sim sim sim Sofia, e você está atrasada! Vamos tomar banho e se arrumar pestinha! diz me tirando de seus braços.
Fátima sempre cuidou de mim, desde quando eu era uma bebezinha. Posso dizer que ela é mais minha mãe do que minha própria mãe. Tenho mais intimidade com ela do que qualquer um desse palácio. Quer dizer, tem a Leonor, minha irmã, mais é complicado.
Fátima é uma senhora de 68 anos, ela possui olhos castanhos, cabelos presos para trás na cor grisalha. Sua roupa é um simples vestido com o avental uniforme de todos os funcionários.
Eu sei que já falei isso mas me sinto diferente das outras pessoas da família, talvez eu saiba o que é porém não quero assumir em voz alta. Eu fico pensando, o quanto a vida seria mais fácil se eu não tivesse tudo o que eu tenho. Não quero ser ingrata, porém, a vida seria melhor sem eu ser da Realeza.
- SOFIA, TÁ NA HORA! PARA DE OLHAR PRO NADA! VOCÊ IRÁ SE ATRASAR, VISTA SEU TRAJE AGO-
- Aí meu Deus Fátima, não precisa disso tudo! saio da cama batendo os pés no chão. - E NÃO É TRAJE, É UNIFORME.- Digo depois de entrar no banheiro, saindo com um som abafado. Poxa está um frio estrondoso lá fora, e ainda tenho que tomar banho. Que torturante!
Depois de uns 10 minutos, saio do banheiro já com o uniforme:
-Uooou sofia você está linda! Agora está na hora de descer, vamos seu pai esta a sua espera .- vejo Dona Fátima sair do quarto. -Há!, diz abrindo a porta- esqueci de amarrar seu cabelo flor.
- Não precisa Fátima! eu amarro sozinha.
-Certeza?
- ESTÁ DUVIDANDO DE MIM?
- Estou.... Brincadeiras a parte, sabe como seu pai vai ficar quando souber que não foi eu que amarei né?
- Ele só vai saber se você contar.... E outra, eu tenho idade o suficiente pra isso!
-Então ok... não deixe seu pai saber disso.- diz batendo levemente a porta.
Estou me olhando no espelho agora, me sentindo feliz e confiante. HOJE É MEU DIA!!!
Desço as escadas na espera de um elogio e o que recebo é um puxão e um esporro sussurrado da minha mãe:
-Sofiaaa, que cabelo é esse, todo bagunçado! Fátima! Arruma ela direito! O pai dela não pode a ver assim!
Recebo um olhar de desaprovação de Fátima. Retribuo com um sorriso envergonhado.
A hora da refeição para mim é a pior parte do meu dia, todo mundo age monotonamente, como se tudo fosse perfeito. Queria eu que nada disso fosse perfeito, só fosse.... sabe? como todas as outras famílias são. É sempre a mesma coisa:
Os garçons atrás da gente, na espera de que algo aconteça para eles concertarem, como um copo quebrado. ( Pra mim é a pior parte, amo eles, porém me sinto observada e desconfortável.)
Mamãe tentando contar uma história interessante para meu pai afim dele rir de algo que a mesma diz ou se interessar. O que nunca acontece...
Meu pai tomando seu café e comendo seu rotineiro Bolo Dourado do Sultão lendo jornais e desculpa o termo, pouco se fudendo pelo o que tá acontecendo na mesa.
E tem eu e Leonor. Ficamos quietas sempre, porém trocamos olhares que só nós sabemos o que significa.
Sabe a sensação de liberdade? É a que estou agora. Meu pai me deixou participar do time de futebol feminino Nacional. Esse time é elite aqui onde eu moro, um passo para o Time oficial da Espanha. Vocês não tem ideia do quanto eu lutei para meu pai deixar.
Agora estou na Limusine, esperando chegar no ginásio. É minha primeira vez indo lá, logo vai ter toda uma cerimônia chata. aff
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