O expresso 486 (Ash x Eiji)

🚂 Capítulo 04 🚂

Tóquio
15 de maio de 1924.
02:56 - Madrugada

Logo após sua saída do departamento, o jovem japonês se encontrava andando até seu apartamento que era consideravelmente perto de seu trabalho. Não via problemas em ir caminhando.

Com as mãos no bolso, os passos lentos e a fumaça branca que saia de sua respiração devido ao clima frio da cidade ele se prendia aos próprios pensamentos enquanto observava as pessoas que passavam pelas ruas em seus trajes elegantes julgando que pelo horário provavelmente a maioria delas ou estavam voltando de seus trabalhos ou estariam indo aos clubes noturnos para beber e não lembrar-se de nada na manhã seguinte.

Estava em frente a porta do prédio em que morava. - O local continha uma faixada delicada e desenhada em concreto branco, as paredes em um bege claro e seus 12 andares que o fazia consideravelmente alto. - Entrando no prédio Eiji verificou sua correspondência, não achando nada de interessante apenas suas contas que pagaria ao final do mês.

Já em seu apartamento, após tomar um banho e se vestir com algo mais leve. Deveria dormir mas estava pensando tanto que se deitava, fechava os olhos e agoniava-se por não pegar no sono.

- Será que eu vou conseguir dormir hoje? - Pensou alto, suspirando pesado encarando o teto com uma careta.

- Não sei quem és, Ash. Mas eu vou te caçar e te prender!

Aconchegou-se e olhou para a janela, observando as luses brilhantes de sua cidade e os carros que ainda passavam por aquele horário, antes de sentir as palpedras pesarem e cair em sono logo em seguida.

Tóquio
06 de Junho de 1924
12:03 - Tarde

Quase um mês desde a descoberta do caso em Nova York e isso ainda se fazia parte dos pensamentos de Eiji.

Estava andando em direção ao departamento como sempre fazia quase todos os dias em uma calma caminhada depois de seu almoço. Chegando lá e batendo o ponto como sempre por sua volta.

- Carteiro! - Gritou uma voz grave entrando ao departamento.

Eiji acenou positivamente para o jovem rapaz não demorando em pegar as correspondências, curiosamente olhando seu verso para ver do que se tratavam.

Contas, boletos, empréstimos, Nova York, assalto em residência de Shibuya... Nova York?!

Os olhos do jovem japonês se arregalaram, fazia muito tempo desde a ultima correspondência que recebeu dos EUA. Ele não poderia estar vendo coisas, certo? Pegou a carta e guardou-a de forma rápida em sua pasta. Subiu as escadas até seu departamento e sentou-se à mesa.

- Bom dia, Okumura! - Shunichi, seu colega de departamento o cumprimentou assim que o jovem se sentou.

Eiji apenas murmurou um "bom dia", andava carrancudo desde que o Sr. Darui o proibiu de ver o caso. Colocou as cartas encima da mesa, como se estivesse mostrando ao colega.

- O que temos aqui? - Shunichi pegou as cartas, olhando-as. - Assalto em Shibuya! O que achas de irmos lá?

- Uhum...

- Vamos, Eiji. - O mais velho pediu. - Desde o caso de Nova York você anda pelo departamento como se tivessem assassinado seu gato.

- Mas eu não tenho um gato.

- Esse é o ponto. Eiji, faz quase um mês que você nem sorri direito! Vamos, deixe de birra você sabe que o Sr. Darui pediu que não fosse... Compreendo que seja difícil, mas pense por favor. - Pontuou em um tom preocupado, repreendendo o rapaz.

Eiji apenas suspirou, voltando a olhar os papéis de sua mesa. Abrindo discretamente a carta de Nova York.

Arregalou mais uma vez os olhos naquele dia ao se assustar quando dois bilhetes de navio quase cairam ao chão junto ao papel da carta em uma letra de bonita caligrafia que o garoto conhecia muito bem. A letra da comandante do departamento de Nova York.

"Nova York, 21 de maio de 1924.

Olá, caro Darui Ritako.

Sei o quanto tem relutado por minha proposta, na mesma situação eu não arriscaria perder um de meus melhores detetives, se não o melhor. Mas estamos desesperados, só nessa semana já perdemos mais de vinte detetives dos nossos, sinceramente, eu não sei mais o que fazer.

Se mudar de ideia, mando dois bilhetes de navio que vão partir do porto de Tókyo no dia 08 de junho, no final da tarde. Aguardo o Senhor e o Sr. Okumura."

Atenciosamente,
Srta. Augusted Dupon.

Eiji estava boquiaberto, não podia acreditar que exatamente naquele momento os bilhetes de sua fuga estavam consigo, parecia fácil demais... Estava tudo entregue em suas mãos, literalmente.

Levantou rápido, assustando seu colega.

- Está indo para algum lugar? - Levantou uma das sobrancelhas direcionando ao colega.

- Acabei de me lembrar de uma emergência familiar. - Mentiu. - Pode avisar ao Sr. Darui que terei de ficar fora por cinco dias... Ou até mais que isso, talvez.

- Mas Eiji...

Ele não o escutou, saiu do departamento sem dar satisfação alguma ou ao menos trabalhar o resto do dia. Queria arrumar as coisas e ir naquela embarcação, estava ansioso.

Só não saberia as complicações que teria ou como iria se virar lá, mas iria para Nova York mesmo sabendo que seu emprego estava em jogo ou que morreria.

Depois de muito tempo voltei a escrever 🙈🙈🙈🙈

O capítulo não foi revisado, então peço desculpas por erros.

Beijocas, até mais!