A semana foi passando e meu aniversário chegou. Felizmente, tudo entrou nos eixos antes disso. Craig retornou a escola, pois sua saúde melhorou e ele estava se sentindo mais disposto. Ele pegou de volta os porquinhos da Índia, apesar de eu ter me apegado a eles, mas tudo bem. Não eram meus, de qualquer forma.
A única coisa que ficou em branco foi a questão do meu diário, e apesar de eu ter uma ansiedade latente em relação a isso a cada dia que passava, com o tempo eu acabei me esquecendo disso e tentei me conformar de que eu nunca mais acharia o diário.
Se ninguém havia dito nada e ele não tinha aparecido no achados e perdidos da escola até agora, eu não o encontraria mais. Se ninguém falou nada sobre em uma semana, me convenci de que ninguém acabaria me expondo, seja lá quem tivesse pego. Talvez tivessem jogado fora!
É, isso seria uma ideia mais reconfortante, apesar de que imaginar todos aqueles anos de relatos sendo jogados fora me deixasse chateado pra caralho.
Mas a semana passou, e quando vi, o sábado já tinha chegado. Dezessete anos. Provavelmente meu último aniversário com meus amigos por perto, já que ninguém sabe onde estaremos ano que vem. Fiquei feliz por saber que Kyle e Stan estariam lá, porque se eu não voltasse a falar com eles agora, talvez nunca o fizesse....
Acabo vestindo roupas diferentes do que costumo usar sempre, ou seja, abandono a camisa verde mal-abotoada, mas decido que não usar jeans é mudança demais.
Escolho uma camiseta dos Ramones e uma jaqueta verde, porque apesar de querer mudar, verde é minha cor favorita. Coloco os All Stars da mesma cor e então pego minha caneca de café. Viro o líquido escuro de uma vez só em minha garganta e respiro fundo enquanto sinto o sabor amargo desprovido de açúcar inundar minhas papilas gustativas.
É meio-dia, e a festa começa às 14h. Butters está lá em baixo, arrumando as coisas com meus pais, e me proibiu fervorosamente de descer e espiar, o que significava que tenho que ficar aqui em cima, ansioso e especulativo.
Mando mensagens para Craig e Kenny, mas nenhum deles me responde. Acho que eles devem estar lá em baixo junto com Butters, mas não escuto suas vozes. Eu normalmente escreveria em meu diário, mas eu não sei onde está. Puta merda.
Estou pensando em começar a desenhar para passar o tempo quando escuto batidas em minha porta. Não faço a menor ideia de quem é, porque ignorou meu sistema de batidas, mas chuto que seja Butters.
Eu destranco a porta e abro, esperando ver a cabeleira loira de Butters, mas tudo o que vejo é um gorro azul com uma pontinha amarela. Craig Tucker.
- Eu estava arrumando algumas coisas lá em baixo, mas a chefia disse que sou muito desajeitado e me mandou vir ficar com você.
Soltei uma risada alta, notando logo depois que ele tinha um embrulho nas mãos.
- Feliz aniversário, Tweek. Posso te dar um abraço?
- Deve.
Craig envolve seus braços ao redor do meu corpo e minha cabeça fica apoiada em seu peito pela diferença de altura. Ele tem cheiro de perfume adocicado. Eu gosto. Inspiro fundo e o abraço com mais força, querendo ficar assim para sempre. Não é todo dia que se recebe um abraço de Craig Tucker, e meu coração está acelerado pra caralho quando nos afastamos (cedo demais para o meu gosto).
Percebo que ele carrega uma mochila e o embrulho.
- Anda, me dá logo o meu presente.
- Não, eu vou dar só na hora da festa.
- Mas já é meu aniversário, Craig! Por favor....
- Tweek, não.
- Por favor.... - Pressiono ainda mais, fazendo minha cara de cachorro abandonado na sarjeta. (Ou seja, minha cara de sempre)
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kindergarten love | creek.
Fanfictiononde após uma brincadeirinha de namoro falso na infância, tweek ainda é apaixonado por craig.