008 ━━ beautiful war

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CATHERINE PRADO
mais do que presença:
presente.
beautiful war | kings of leon

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BESOURO NA JANELA. Foi a primeira coisa que pensei ao ouvir as batidas insistentes contra o vidro às nove horas de uma noite de verão. Quando caminhei até lá e olhei para baixo, revirei os olhos. Era só o bobão do meu melhor amigo tentando quebrar minha janela.

Eu não queria abrir, sendo sincera. Não estava com disposição para interagir com ninguém e muito menos com humor para tratá-lo de maneira adequada. Porém abri mesmo assim, continuando a arrumar meu armário enquanto sentia sua presença atrás de mim após ele subir sem dificuldade alguma.

── Sabia que nem era pra você estar aqui, né? Passou do horário liberado pelos meus pais e pelos seus também ── falei, sem me virar para encará-lo.

── Sabia que existe uma tecnologia muito top chamada mensagem? Seria bem legal se você respondesse as que eu te mando.

── Quanto drama. Te deixei no vácuo por uns minutinhos só.

── Duas horas, na real. Quando eu morrer, não quero saber de ninguém fazendo camisa da saudade ── ergui as sobrancelhas, o encarando com desdém pelo exagero ── Tomara que seu celular exploda na sua mão, também. Uns minutinhos de fogo só.

Fiz careta, uma mão no cabide e outra na cintura.

── Vai continuar me imitando?

── Vai continuar me ignorando? ── rebateu, me fazendo bufar e voltar a organizar os cabides.

── Você sempre foi chato assim?

── E você sempre amou ── assegurou, convencido demais para o meu gosto.

── Tem gosto pra tudo mesmo, né ── ironizei.

Não precisei me virar para saber que ele sorria, pois o cutucão na minha costela extremamente sensível fez com que eu lhe acertasse com o cabide mais próximo.

── Eu já sei que você me adora, agora desenrola. Veio fazer o que aqui? ── puxei todas as roupas para fora e as joguei na cama, ignorando suas reclamações pelas peças que foram parar em cima de seu corpo.

── Proibido visitar a amiga? Já disse, você não me respondeu e eu vim te ver.

── Endrick ── chamei, sorrindo e vendo-o arregalar os olhos diante da minha serenidade. Digamos que comigo tudo era sempre caótico, então calmaria não era meu forte ── Eu tenho um estoque de cabides e nenhum de paciência. Qual você vai querer testar primeiro?

── Amargurada demais, tá doido... Para, Catê! Pra que isso, pô? ── resmungou quando o acertei com o cabide. De novo. No entanto, minha tática saudável de persuasão funcionou, considerando que ele começou a explicar: ── As coisas não estão legais em casa. Às vezes eu acho que meu pai se sacrifica muito pra nada, sabe? Como se eu não conseguisse dar o retorno que ele merece receber.

CÉU AZUL ★ endrickOnde histórias criam vida. Descubra agora