Capítulo 10 = Ainda somos amigas?

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Rodrigo dar um abraço e um cheiro no caio, mas ele parece está com o olhar distante, preocupado.

- Tem alguma parada rolando e eu não sei? - Rodrigo questiona sem ter o menor medo da resposta.

- Não, nenhuma. - Caio responde friamente.

- Você pode se abrir comigo, estamos juntos nessa agora.

- É que sabe, eu estou preocupado com a Joyce. Ela simplesmente sumiu. Há dias não vemos ela na escola, vocês são primos, tem alguma notícia dela?

- Ai meu Deus, não acredito que você tá assim por causa dela! Esqueceu de tudo que ela fez com a gente? O bullying, as humilhações, as agressões? Você só pode tá muito maluco, cara!?

- Pensei que "estivéssemos juntos agora". Mas vi que eu estava enganado.

- Tá bem, tá bem. Você me convenceu! Olha lá, a Jéssica tá vindo pra cá. Vamos perguntar para ela, ou ver se tem alguma notícia da Joyce.

- Inhaí bicha! - Jéssica cumprimenta ao se aproximar dos meninos.

- Como assim "inhaí bicha"? Quem você pensa que é pra falar assim com a gente? Tá maluca? - Rodrigo se aborrece com Jéssica.

- É só uma brincadeira, aff para de ser chato. - Caio fala para Rodrigo.

- Tá, tô nem aí. O Caio queria falar com você. É sobre a Joyce.

- O que ela aprontou dessa vez? - Jéssica faz uma pergunta esperando uma resposta.

- Nenhum. É esse o problema, ela sumiu, sem paradeiro e nem nada. Estamos com medo que ela possa ter feito alguma besteira. Você precisa falar com ela agora. Afinal ela ainda é a sua melhor amiga, certo?

- Não sei se ainda somos amigas, mas ela me ajudou muito. Com essas roupas de grife, as bolsas, os sapatos. Esse novo visual. Devo muito á ela. Vou ver o que posso fazer.

- Está bem, a gente agradece. Olha só? O sinal tocou. Vamos pra próxima aula, anda logo Caio! - Rodrigo corre puxando o Caio.

- Obrigado! - Caio agradece Jéssica com um sorriso sincero.

Depois da aula Jéssica resolve ir para a mansão de Joyce. Os empregados todos pareciam zumbis, sem expressão até mesmo o mordomo Maranhão que Joyce apelidou carinhosamente de Alfred. Todos estavam muito estranhos. O pai de Joyce estava em uma viagem a trabalho, Joyce nunca falava sobre sua mãe. E Jéssica também nunca perguntava. Tinha alguma coisa muito errada acontecendo. O quarto de Joyce parecia um cômodo qualquer da Família Addams. Jéssica encontra Joyce virada de costas ajoelhada na cama.

- Amiga, como você chegou a esse ponto? Você precisa superar o Caio, seguir sua vida. Você é linda, rica e loira natural, você pode ter o boy que você quiser. Supera!

- Eu já superei o Caio. - Diz Joyce batendo a própria cabeça na parede repetidas vezes.

- Amiga, não é o que parece. Olha só para o seu quarto, essas fotos com a cabeça do Caio cortadas. Essa pichação na parede escrita "Morte aos gays", esses trabalhos de macumba espalhados pelo chão. Se olha no espelho, você está parecendo a Regan do filme O Exorcista. Diz Jéssica ao se aproximar de Joyce.

Joyce desaba e começa a chorar nos braços de Jéssica:

- Qual é o meu problema? Porque ele não quer ficar comigo?

- Ai amiga, eu sei lá. Vai ver você não tem a fruta que ele gosta.

- Eu não aguento! EU NÃO AGUENTO! - Joyce grita, Jéssica se assusta e dar um tapa na cara de Joyce.

Jéssica leva Joyce até á banheira, dar um banho nela. E aconselha ela a seguir em frente. Fazia tempos que Joyce não se divertia tanto assim. Ambas escutaram músicas e dançavam. Nem Jéssica sabia o tanto que a amizade de Joyce era importante pra ela.

- Ainda somos amigas? - Joyce pergunta ao tocar na mão de Jéssica formando um coração.

- Não, nós somos melhores amigas! - Jéssica abraça Joyce calorosamente.

Triângulo de FogoOnde histórias criam vida. Descubra agora