você não se sente bonito, só usado.

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HARRY STYLES P

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HARRY STYLES
P.O.V.

Os flashes das câmeras no meu rosto quase me cegavam, a mão de Roberto em minha cintura era quase como uma cinta liga, que não ironicamente também estou usando.
Às vezes eu me questiono se ainda sou a mesma pessoa de anos atrás, e a resposta é óbvia. Claro que não.

Acho difícil alguém ainda ser a mesma pessoa depois de passar por longos anos de bajulação, jóias, dinheiro, luxo e fama. Essa é a minha vida agora. Eu deveria estar sendo mais grato, não?
Mas acho que estou cansado disso tudo. É sempre a mesma coisa. Eu existo, eles fazem matérias sobre mim, eu faço o meu trabalho, eles julgam se está bom ou não, eu vou pra casa e fico com o meu noivo, eles arranjam algum boato tosco.

É um ciclo entediante.

As únicas coisas boas que tirei de tudo isso quando entrei nessa vida, foram as minhas amigas, Taylor e Selena. Que me acolheram quando mais precisei na indústria.
Eu vim de um complexo do Rio De Janeiro, consegui destaque no ramo da atuação e migrei para música e empreendedorismo. Hoje sou um artista renomado no mundo todo, mas tudo não passa de sorte. Estava no lugar certo na hora certa.
Deixar aquele lugar foi uma das coisas mais difíceis que enfrentei em minha vida.

— Querido, o que está fazendo? — Roberto indagou assim que me viu observar a paisagem da nossa casa pela janela.

— Pensando... — Suspirei.

— No que está pensando? — Ele parou ao meu lado.

— Eu acho que quero visitar a minha antiga casa. — Confessei, com a expressão longe dali.

— Aquela no fim de mundo que você veio do Brasil? — Ele questionou como se não acreditasse.

Como se fosse um absurdo eu lembrar de onde eu vim.

— Sim. Eu ainda tenho amigos lá.

— Faz anos que você não volta pra lá, demorou muito tempo para fazerem esquecer do seu passado e você quer revivê-lo? — Roberto me encarou com indignação. — Não posso deixar fazer isso, jogar toda a sua imagem no lixo para voltar para aquele lugar de pobreza e-

— Cala a boca! Por favor...só para de falar. — Bufei. — Você não pode me dizer o que eu vou fazer ou para onde eu vou. Eu sinto falta de onde eu cresci, eu não tenho vergonha do meu passado e acredito que foi justamente graças à ele que estou onde estou.

Lhe encarei de perto. Podia sentir sua respiração em meu rosto, mas eu também estava furioso.

— Eu quero férias. E eu vou passar elas no Brasil, na minha casa.

SERÁ QUE AINDA DÁ TEMPO? [em revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora