Prólogo

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Quando Anthony acordou, o primeiro som que escutou foi o do chuveiro de seu quarto. Ele pensou seriamente em entrar lá e juntar-se a Nancy, mas escutou o som de um desenho animado na televisão do quarto ao lado ao seu e foi impossível ignorar.

Levantou-se e calçou os chinelos, caminhando até o quarto das crianças.

— Televisão já há essa hora? – sua voz rouca soou calma e divertida, enquanto eleencostava-se ao batente da porta.

— Bom dia. – os dois disseram juntos, abrindo espaço para o pai na cama de Dylan.

— Bom dia. – sorriu, sentando-se entre eles. – Por que os dois estão na mesma cama?

— Porque ontem tava chovendo muito forte, aí eu fiquei com medo e o Dylan também, e eu vim deitar com ele. – James falou, sem tirar os olhos da televisão.

Tony sorriu grande, fazendo carinho nos cabelos lisos dos garotos.

— E o que estamos assistindo?

— Phineas e Ferb.

Ele assentiu, olhando a televisão. Mas não durou muito tempo até que os meninos desligassem a televisão e encarassem o pai.

— Hoje é sábado.

— Eu sei disso. – Tony riu.

— A gente quer ir ver a mamãe. Na semana passada a gente não foi. Você se esqueceu? Você não gosta mais dela?

— Hey, não. Claro que não! Não é nada disso, mas no final de semana o papai tinha prometido ir com a Nancy para a casa dos pais dela, e promessa é dívida. Eu amo a mãe de vocês mais do que qualquer coisa. Eu amo vocês quatro mais do que qualquer coisa. Nós vamos visitar ela hoje, eu prometo.

— Eu quero levar uma coisa para ela. –Dylan falou.

— O quê? – o pai perguntou, ajeitando-se na cama e encarando os dois.

— Um desenho. A Phoebe falou que quarta-feira é aniversário de casamento de vocês.

— É verdade. Posso ver o desenho?

— Pode. Pega lá, James.

Jamie levantou, esticando-se para alcançar a cômoda com os pequenos braços.

— Aqui, ó.

Era uma "cópia" da foto do casamento de Kate e Tony. Só que com os filhos junto. Os meninos ainda desenhavam pessoas como palitinhos, mas era um desenho muito bonito.

— Ela vai adorar, Dylan.

Ele assentiu, sorrindo.

Tony escutou o telefone da casa tocar e, por motivos de força maior, não quis levantar da cama com os gêmeos.

— Phoebe, atenda o telefone!

— Atende você. – a resposta veio imediata.

Phoebe tinha doze anos, e estava começando a fase da revolta. E, ainda por cima, estava querendo sair com um garoto da turma dela, mas Anthony não deixou e desde o outro fim de semana, a garota olhava torto para ele.

Ele rolou os olhos, não querendo entrar em outra discussão, e se levantou, correndo escada abaixo para pegar o telefone.

— Anthony Jones.

— Senhor Jones, aqui é do Mary-Grace's Hospital.

A coluna do músico se formou em postura numa fração de segundo. O hospital nunca ligava. Nunca, exceto quando...

— Ela piorou? – sua voz quase não saiu.

— A Doutora Mitchell gostaria de te dar a notícia, um momento.

Ah, Deus. Não podia ser, não agora. A doutora havia jurado que ela não corria mais riscos de morte. Holly Mitchell era uma amiga há anos, mas ela nunca quis falar com ele por telefone quando Katherine piorava.

— Anthony? – uma voz feminina foi ouvida, e ele pigarreou.

— Sim?

— Por que a voz de velório, homem? – ele ouviu a risada da mulher e franziu o cenho. – O que está esperando? Corra para esse hospital, sua esposa está ansiosa esperando por você!

Ele arregalou os olhos.

— Holly...

— Ela acordou, Anthony. Eu estava sem esperanças, e creio que você também. Mas na madrugada de ontem ela simplesmente acordou. Eu disse que ela não iria mais piorar, mas nunca imaginei que fosse acordar...

— Ah, meu Deus. Ela... Ela está bem? Ela se lembra de mim? Você disse que ela poderia não se lembrar, e...

— Ela está bem, Anthony. Sua esposa acordou.

Ela havia acordado. Kate havia acordado.

— Papai, está tudo bem? – Phoebe surgiu no pé da escada.

Quando ele a olhou, com lágrimas nos olhos, ela correu até ele, preocupada.

— Vá se vestir, Phoebe. A sua mãe acordou.

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