Kate escutou o despertador do celular e resmungou, sentando-se na cama. Ela abriu bem os olhos e seu coração se encheu de amor ao ver os gêmeos abraçados na sua cintura, dormindo pesado. Tinha sido assim desde que ela e Tony decidiram que ela devia voltar pra casa.
— Meninos... – ela murmurou, se abaixando para beijar suas cabeças vermelhas. – Vamos levantar?
— Não. – James resmungou, abraçando mais firme a cintura da mãe.
— Sim, senhor! Hoje é o último dia de aula de vocês e daqui a pouquinho o papai chega aí pra alimentar essas barriguinhas. Levantando! – mandou, fazendo cócegas nos dois.
— Para, mamãe! – Dylan gritou, gargalhando.
— Então andem! A roupa de vocês está arrumada, é só trocar. – ela avisou. – E acordem a Pheebs! – gritou, quando eles já não estavam no quarto.
Ela caminhou até o banheiro e ligou o chuveiro, para tomar seu banho matinal. Kate começou a encarar seu corpo debaixo do chuveiro e suspirou, passando as mãos por todas as cicatrizes: as de gravidez, as de infância e as do acidente. Suas coxas e braços tinham pequenos vales, cheios de risquinhos brancos de uma cicatriz que não foi bem tratada. Ela nunca se importou com marcas na pele, mas essas particularmente a deixava zonza. Não era justo o que aconteceu.
Ela saiu do chuveiro enrolada em uma toalha e colocou seu sutiã e calcinha. Ela foi até o espelho e começou a se encarar, tentando procurar mais alguma falha visível.
— Acho que 'tá tudo no lugar. – ouviu a voz de Tony e arregalou os olhos, pulando para a trás e puxando a toalha para cobrir seu corpo.
— Anthony! – ela pegou o desodorante da estante e atacou na direção dele, que escapou por pouco.
— Sua louca! Eu tava te elogiando! – ele gargalhou.
— Seu safado! Eu vou te matar. – ela procurou por alguma coisa pra atacar nele de novo, mas dessa vez ele se escondeu atrás da porta.
— Alguma chance de fazer isso usando essa roupa? Ai! – exclamou quando levou um tapa na cabeça.
— O que você tava fazendo aqui no meu quarto? – ela colocou as mãos na cintura.
— Eu vim te chamar para o café. – ele deu um passo para trás, temendo que fosse acertado com mais alguma coisa.
— Estou indo, engraçadinho. Pode saindo. – mandou, mas agora ela já não estava brava.
Ela esqueceu como gostava de bater nele.
Quando chegou na cozinha, os gêmeos estavam devorando brownies e Phoebe tinha um muffin de blueberry na mão.
— Mãe, isso é muito bom! – ela murmurou, abocanhando metade do bolinho.
— Tony! São da Liza? – Kate perguntou, tomando a cesta de muffins na mão e pegando dois, gulosa. – Meu Deus, obrigada! – ela pulou em cima dele, o abraçando. – Isso é o paraíso.
Tony riu, retribuindo o abraço.
— Sabia que ia gostar. Ela mandou os muffins com recheio de chocolate, como você gosta. E desejou melhoras.
— Quem é Liza? – Phoebe perguntou, pegando um pedaço de Brownie.
— É uma confeiteira. Seu pai descobriu ela no centro da cidade quando eu estava grávida de você e cheia de desejos. – a mãe contou. – Eu amo tudo o que ela faz.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Regress
RomansaUm fatídico acidente leva uma família a loucura. O marido se vê sozinho para cuidar dos três filhos, dois deles pequenos, quando a esposa entra em coma. Mas ela acorda. E quando ela acorda, parece que tudo mudou. O seu homem havia encontrado outra p...