Capítulo Oito

975 59 12
                                    


Kate escutou o despertador do celular e resmungou, sentando-se na cama. Ela abriu bem os olhos e seu coração se encheu de amor ao ver os gêmeos abraçados na sua cintura, dormindo pesado. Tinha sido assim desde que ela e Tony decidiram que ela devia voltar pra casa.

— Meninos... – ela murmurou, se abaixando para beijar suas cabeças vermelhas. – Vamos levantar?

— Não. – James resmungou, abraçando mais firme a cintura da mãe.

— Sim, senhor! Hoje é o último dia de aula de vocês e daqui a pouquinho o papai chega aí pra alimentar essas barriguinhas. Levantando! – mandou, fazendo cócegas nos dois.

— Para, mamãe! – Dylan gritou, gargalhando.

— Então andem! A roupa de vocês está arrumada, é só trocar. – ela avisou. – E acordem a Pheebs! – gritou, quando eles já não estavam no quarto.

Ela caminhou até o banheiro e ligou o chuveiro, para tomar seu banho matinal. Kate começou a encarar seu corpo debaixo do chuveiro e suspirou, passando as mãos por todas as cicatrizes: as de gravidez, as de infância e as do acidente. Suas coxas e braços tinham pequenos vales, cheios de risquinhos brancos de uma cicatriz que não foi bem tratada. Ela nunca se importou com marcas na pele, mas essas particularmente a deixava zonza. Não era justo o que aconteceu.

Ela saiu do chuveiro enrolada em uma toalha e colocou seu sutiã e calcinha. Ela foi até o espelho e começou a se encarar, tentando procurar mais alguma falha visível.

— Acho que 'tá tudo no lugar. – ouviu a voz de Tony e arregalou os olhos, pulando para a trás e puxando a toalha para cobrir seu corpo.

— Anthony! – ela pegou o desodorante da estante e atacou na direção dele, que escapou por pouco.

— Sua louca! Eu tava te elogiando! – ele gargalhou.

— Seu safado! Eu vou te matar. – ela procurou por alguma coisa pra atacar nele de novo, mas dessa vez ele se escondeu atrás da porta.

— Alguma chance de fazer isso usando essa roupa? Ai! – exclamou quando levou um tapa na cabeça.

— O que você tava fazendo aqui no meu quarto? – ela colocou as mãos na cintura.

— Eu vim te chamar para o café. – ele deu um passo para trás, temendo que fosse acertado com mais alguma coisa.

— Estou indo, engraçadinho. Pode saindo. – mandou, mas agora ela já não estava brava.

Ela esqueceu como gostava de bater nele.

Quando chegou na cozinha, os gêmeos estavam devorando brownies e Phoebe tinha um muffin de blueberry na mão.

— Mãe, isso é muito bom! – ela murmurou, abocanhando metade do bolinho.

— Tony! São da Liza? – Kate perguntou, tomando a cesta de muffins na mão e pegando dois, gulosa. – Meu Deus, obrigada! – ela pulou em cima dele, o abraçando. – Isso é o paraíso.

Tony riu, retribuindo o abraço.

— Sabia que ia gostar. Ela mandou os muffins com recheio de chocolate, como você gosta. E desejou melhoras.

— Quem é Liza? – Phoebe perguntou, pegando um pedaço de Brownie.

— É uma confeiteira. Seu pai descobriu ela no centro da cidade quando eu estava grávida de você e cheia de desejos. – a mãe contou. – Eu amo tudo o que ela faz.

RegressOnde histórias criam vida. Descubra agora