O Ômega de Prata [pjm+jjk] ABO

carta de copas |•

Os sapatos azuis de madeira e seda chocam-se no piso amadeirado, praguejando sons ocos e baixos. A saia suave, tão azulada com aquelas flores bordadas, balança entre as pernas escondidas do nobre príncipe, que mantém a postura firme e segura.

Os olhos meigos, porém devassos, observam o corredor e ficam sensíveis graças a luminosidade calorosa que invade o ambiente. Às grandes janelas permitem a entrada da luz solar, que ilumina o sapato de seda e o piso bonito. 

Os céus, satisfeito com as oferendas, bençãos e tributos, trouxe o verão mais rápido para as terras de solar. Roseiras, lagos cristalinos, ventos fortes e céu azulado.

Jimin caminha em direção a cozinha, seu novo lugar favorito do castelo inteirinho. 
Ele apressa o passo, segurando a saia de seu vestido jovial, ele corre em direção a modesta cozinha real, que sempre encontra-se movimentada e viva.

Ele pode ouvir a voz da governanta, que pede pressa na organização da ceia dos monarcas do reino. Um vapor quente foge da cozinha, batendo na feição serena do loiro, que sentiu-se rubro.

Um jovem beta, segurando uma enorme cesta, passa correndo em sua frente. Os fios chocolate balançam e moldam a face agitada do rapaz, que não nota a presença da sua alteza.

— Oh! — Jimin exclama, assustado com a aparição repentina. Todos param, arregalando os olhos. Ele sorri sem graça, notando os olhares curiosos sobre si. — O-olá.

Uma simplória ômega, de feições cansadas e endurecidas pelo tempo, caminha em direção ao ômega com fascínio.

— Vossa graça, o que faz aqui? —  Ela indaga calmante, com sua voz gasta e serena. Seus olhos não vão em direção ao ômega, muito menos ousa levantar a face.

Às bochechas pálidas ganham cor ao notar tantos olhares em si, os quais logo vão em direção ao piso escuro.

— Hm, — ele sorri timidamente, fechando os olhinhos escuros — gostaria de saber se os mais novos ajudantes estão se saindo bem. — Diz timidamente. As mãos delicadas vão até a cintura moldada, descansando ali com ternura.

A governanta contorce a face velha, mas acena rapidamente. O salto de madeira bate no chão límpido, chamando a atenção dos mais novos contratados, que hesitam em mover-se.

Diana Hon, uma ômega dócil e prendada, aconchega-se ao lado da governanta com rapidez e nervosismo. 

Kim Seokjin, um ômega astuto e arisco, porém habilidoso, caminha em direção a Diana. O aroma de amêndoas e sândalo preenchem o ambiente, causando inquietude em Jimin, que franze o cenho.

O sorriso ameno do príncipe ilumina toda a cozinha, o que causa uma avalanche de ternura nos corpos dos empregados, que ficam fascinados com a beleza daquele nobre.

“Oh, vossa alteza real foi mesmo abençoada pelos deuses! ” — Uma criada murmura abismada, vendo outras concordarem com sua fala. Jimin sorriu novamente, porém, dessa vez, cobriu os lábios bonitos com suas mãos brancas e macias.