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NA PRIMEIRA SEMANA olheiras profundas e escuras tomaram conta do meu rosto, indicando que eu precisava urgentemente caçar. Mas eu não me importava. A ardência da garganta nada se comparava as chamas do meu coração, queimando lentamente e doendo como o inferno.
Na segunda semana, Carlisle e Esme me forçaram, praticamente me empurraram até fora da casa, me obrigando a caçar antes que eu ficasse completamente desidratada.
Na terceira semana, não sai do meu quarto. Focava minha energia em ler um livro antigo que eu tinha em minha estante. Me perdendo em outra realidade para que a dor cessasse minimamente.
Na quarta semana, pude ouvir minha família chutando algumas pessoas de nossa propriedade. Eu não tinha forças para lutar, então me mantive no quarto, com o fone de ouvido no último volume afim de não ouvir absolutamente nada além da música que tocava.
Na quinta semana, decidi sair do quarto. Aproveitei que toda minha família estava fora e me arrisquei a tocar um pouco de piano. Eu não era boa como Edward, por mais doloroso que fosse admitir isso, mas eu sabia algumas notas.
Deixei que meus dedos percorressem as teclas em uma melodia melancólica, na tentativa de tirar toda aquela dor da minha alma, se é que eu tinha uma.
Conforme eu pegava confiança no instrumento, mais alto o som ficava, fechei meus olhos e desfrutei daquele momento, como se a dor estivesse pronta para sair, para que finalmente, eu pudesse recomeçar.
Em mais de um século de vida, eu só matei os homens que me fizeram mal e depois disso, não matei mais nenhum humano. Eu andei na linha por todas as décadas, me esforcei, dei orgulho a Carlisle e Esme, eu não era uma pessoa ruim, era? Carlisle era um vampiro de mais de três séculos e era um bom homem, ele era a prova viva que nossa espécie também podia ser boa. E eu fui criada por ele, então eu sou boa, não sou? Ainda há salvação para mim, não há?
Parei de tocar quando ouvi passos se aproximarem, fui até a porta de entrada, pronta para expulsar quem quer que fosse e me surpreendi ao ver o bastardo.
Ele parou em frente a escada principal do lado de fora da casa, sua posição estava ereta e seu rosto sério, abri a porta e o encarei.
— Vá embora. - Rosnei.
— Melodia boa, eu aprecio uma boa música. - sorriu.
— Vá embora. - repeti ainda mais irritada.
— Não condene minha irmã.
O olhei surpresa e então, ri amargamente. — Me poupe com sua hiprocrisia suja. Você foi quem mais a condenou por séculos.
— E eu me arrependo todo santo dia. - respirou fundo, parecia haver um debate interno ali, uma breve pausa e então, continuou. - Eu a amo, quis protege-lá. Rebekah pode ser muito... ingênua quando o assunto é amor.
— E foi assim que ela passou décadas presa em um caixão enquanto a vida passava. Que jeito mais carinhoso de se proteger alguém.
— Mas ela ainda está viva, então funcionou de certa forma.
Vertiginosamente me pus em sua frente, o olhando mortalmente. — Ela está viva, mas você matou a parte boa que habitava nela.
— Se isso fosse verdade, você não estaria apaixonada por ela, estaria?
— Por que você não vai ver se eu estou lá na esquina? - fechei minhas mãos, cravando minhas unhas na palma da mão, usando todo o meu autocontrole para não enfia-las em seu coração e esmaga-ló até que ele finalmente morresse.
Ele sorriu. — Os anos trinta foram conturbados para a minha família e eu e bom, impossível viver por mil anos e não enlouquecer uma década ou outra. Quem sabe daqui mais alguns séculos, você entenda isso.
— Não somos iguais e nunca seremos.
— Ainda. - sorriu mais uma vez e olhou ao redor brevemente, ponderando. - Desde o nascimento de Hope, tenho sido mais protetor do que costumava, você deve compreender. Tenho inimigos e não são poucos, mas não quero que ela viva em meio à guerra e bom, ela ama Rebekah e sua ausência tem lhe afetado, assim como afetou toda a minha família.
— Ou seja, agora você se vê sozinho outra vez e quer concertar as merdas que fez.
— Basicamente. - sorriu de forma debochada. - Mas não só isso. Não pretendo ir embora de Forks e gostaria de ter minha irmã de volta, então presumo que talvez pudéssemos, não sei... não tentar nos matarmos, a princípio. Pois é claro que você acabaria morta.
— Eu morreria feliz se soubesse que você viveria em eterna agonia. - sorri com falsa gentileza.
— Em outra vida, poderíamos ter sido bons amigos, talvez. - seu olhar agora era sério. - Não a condene. - repetiu com o maxilar trincado. - Minha irmã realmente parece gostar de você, seja lá qual for o motivo.
E antes que eu pudesse responder ou fazer qualquer outra coisa, como lhe dar um chute bem no meio das bolas, fomos interrompidos.
Alice nos olhava desesperada e pela primeira vez em um mês, um medo absurdo tomou conta do meu corpo.
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