XEQUE-MATE - malila

•Rendição•

Maraisa Gentilli Point of View.

O rolls royce phantom passou pelos enormes portões de minha casa lentamente, sendo devidamente revistado pelos seguranças na portaria. Danilo repousou a mão sobre minha coxa em um carinho suave. Eu encarei seu rosto que, carregava um sorriso cansado. O homem me fitou, antes de bocejar pela quarta vez em menos de dez minutos. Eu sorri para ele, antes de voltar meus olhos para a mulher que estava sentada do outro lado. Marília  não me olhava nos olhos. Provavelmente nervosa demais pela situação. E eu não estava diferente, afinal, aquela era a primeira vez que eu dopava Danilo. Aquela era a primeira vez que eu o trairia dentro de nossa própria casa.

- Chegamos. - o homem falou.

Carlos rapidamente se aproximou da porta, abrindo para que pudéssemos sair. Danilo saiu do carro, e gentilmente estendeu a mão para mim, e logo depois para Marília . Subimos as escadas em direção a porta de entrada. Em um completo silencio.

- Finalmente, estava exausto. - disse ele, enquanto desabotoava seu blaser

- Eu acho que já vou. - Marília  comentou.

Me virei de frente para ela, que também recebeu um olhar de Danilo.

- Não mesmo. Você fica.

Os olhos castanhos da agente se fixaram nos meus por uma pequena fração de segundos, e logo desviaram.

- Está tarde, agente Mendonça . Fique, amanhã de manhã bem cedo mando levar você em casa. - meu marido falou calmamente.

- Mas...

- Sem mas, querida. Eu vou levar você até o quarto de hospedes.

- Faça isso, meu bem. E depois venha para o quarto comigo. - Falou em meio a um bocejo.

- Pode deixar, meu bem.

Me aproximei de Danilo, depositando um beijo rápido nos lábios de meu marido que sorriu. Eu daria tudo para ver a cara de Marília  agora, ou ao menos saber o que estava se passando em sua cabeça.

- Boa noite, agente Mendonça . - disse ele antes de subir a escada para o segundo andar.

- Boa noite, Sr. Gentilli.

Assim que Danilo sumiu no alto das escadarias, eu voltei minha atenção para Marília . Ficamos uma de frente para a outra, sem falar absolutamente nada. O clima parecia estar pesado e intenso.

- Vou lhe mostrar seu quarto.

- Eu vou embora.

Marília  falou se afastando.

- Você não vai. - segurei em seu braço rapidamente, fazendo seu corpo parar.

- Vou.

- Tem tanto medo de mim assim, agente Mendonça ? - Marília  virou seu corpo novamente em minha direção. Ela tinha as sobrancelhas unidas, com o cenho franzido.

- Eu não tenho medo de você, Maraisa. - sua voz soou rouca, sexy.

- Ótimo, então fique.

Marília  suspirou, ainda com o olhar fixo em mim. Eu não ousei desviar, eu mostraria que estava firme ali.

- Tudo bem, Sra. Gentilli.

Abri um sorriso de canto, mas nada falei. Apenas dei as costas para a loira  e, caminhei em direção a um dos corredores. Marília  prontamente se movimentou, e caminhou atrás de mim. Havia dois quartos de hospedes naquela casa. Um ficava no segundo andar, bem ao lado do meu quarto com Danilo, e outro no andar de baixo. Marília  ficaria nele.