— Prefiro não fazer apostas com uma criminosa condenada.
— Condenada? — Vovó ficou horrorizada. — Vire essa boca para lá! Estou apenas de passagem, até esse pequeno mal-entendido acabar.
— Eu não chamaria uma van branca sem placas, um bilhete de resgate e uma quantidade de drogas suficiente para apagar um urso de... — ele ergueu os dedos, fazendo sinal de aspas — “mal-entendido”.
— Pode chamar do que quiser. Sou inocente.
— E eu sou o Charlie Sheen.
— Sabia que você era familiar! — Vovó deu uma risadinha. — Diga, como vai aquele seu pai bonitão?
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CAMILA
A primeira coisa em que pensei quando entrei no avião foi álcool. A segunda? Todo o sexo que eu não estava fazendo e que a imprensa estava convencida de que eu estava. O que era engraçado, porque àquela altura se estivesse envolvida nessas atividades extraoficiais com prostitutas, com certeza não agiria de forma tão descuidada.
A única evidência que tinham era uma ex-noiva amarga e Lauren aparecendo no aeroporto comigo.
Meu assessor de imprensa tinha mandado uma mensagem dizendo que eu não me preocupasse, até onde a população sabia eu já planejava tirar férias. Tudo que ele precisava fazer era explicar que eu fora a um casamento e reencontrara uma velha amiga. Uma velha amiga que eu não via fazia dez anos e que então decidira ver sem o vestido de madrinha. O que também era engraçado, já que eu duvidava que alguém além de Lauren e eu soubesse que já nos conhecíamos. E que como eu era convencida o bastante para pensar, de todas as pessoas que deviam ter babado por ela no colégio, eu dera o único beijo de que ela ainda se lembrava.
Gemi. A verdade era que eu já estava por um fio. Tinha ralado muito para chegar onde estava e ficava apavorada com a ideia de que tudo poderia ir por água abaixo. Eu tinha me formado cedo na faculdade. Havia terminado o mestrado em menos de um ano. Estudara por noites sem fim. Havia gastado milhões da poupança em campanhas. E para quê? Para as pessoas ficarem esperando que eu falhasse? E depois me tirarem do cargo sem cerimônias? Tudo porque acreditavam em uma mulher que... Senti um aperto no coração. Ainda sentia o cheiro da casa.
Eu tinha acabado de voltar de uma reunião em Washington.
Alguém tinha acendido a lareira do primeiro andar. Dava para sentir o cheiro de um assado com batatas no forno.
Eu havia subido dois degraus de cada vez. Estava doido para ver Taylor, para abraçá-la e esquecer tudo por alguns momentos. Sério, era tudo o que eu pedia a ela. Eu a usava para relaxar, e em troca, ela ficava linda em meus braços.
Meu tempo era precioso. Depois de alguns encontros, começamos a brincar que passar dois minutos com ela era como lhe entregar centenas de dólares.
Para mim, o tempo é a coisa mais preciosa que nós humanos possuímos. Queria aproveitar ao máximo cada momento.
Mas talvez não devesse ter feito isso.
Porque, se eu não tivesse subido dois degraus de cada vez...
Se eu não tivesse ido mais cedo para casa...
Minha vida seria diferente. Tudo bem que eu estaria vivendo na ignorância, mas mesmo assim.
Eu não teria essas cicatrizes, não iria querer sair correndo cada vez que uma mulher sorrisse para mim.
--Pigarreei e olhei de soslaio para Lauren. Ela estava folheando a revista People.
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The Charllenger. Temp 2 (CAMREN)
FanfictionLauren nunca fez nada de arriscado. De inconsequente. De divertido. Isso é, até acordar em um quarto de hotel ao lado de Camila, uma senadora sexy, que ela reencontrou em uma festa de casamento na noite anterior. O problema é que sua última lembranç...