Eleven

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Aneliese POV

Entro no restaurante perto do parque, um lugar encantador com luzes suaves e uma atmosfera acolhedora. Andreas já está lá, esperando por mim com um sorriso que ilumina seu rosto. Ele se levanta ao me ver e me cumprimenta com um abraço caloroso.

— Você está linda, Aneliese — ele diz, seus olhos brilhando.

— Obrigada, Andreas. Você também está ótimo — respondo, sentindo-me lisonjeada e um pouco mais à vontade.

O garçom nos leva a uma mesa próxima à janela, onde podemos ver o parque iluminado à noite. A vista é linda, e a companhia, ainda melhor. Andreas é charmoso e atencioso, fazendo questão de garantir que estou confortável e feliz.

— Então, como foi seu dia? — ele pergunta enquanto estudamos o cardápio.

— Foi bem agitado, cheio de reuniões e provas de roupa. Mas agora que estou aqui, tudo parece mais tranquilo — digo, sorrindo.

— Fico feliz em ouvir isso. Sabe, desde que vi você desfilar ontem, fiquei impressionado. Você tem uma presença incrível na passarela — ele comenta, seus olhos nunca desviando dos meus.

A conversa flui naturalmente. Falamos sobre nossas infâncias, carreiras e sonhos. Andreas compartilha histórias sobre sua irmã, a modelo que desfilou na mesma noite que eu, e sobre como ele se sente orgulhoso dela.

— Sempre soube que ela seria uma estrela. Desde pequena, ela adorava moda e desfiles — diz ele, com um sorriso carinhoso.

— Ela é incrível. Você deve estar muito orgulhoso — respondo, realmente tocada pela sua devoção à família.

Ele fala também sobre sua carreira no Fulham, as pressões e alegrias de ser um jogador de futebol profissional, e como encontra alívio na culinária.

— Cozinhar é uma das minhas formas de relaxar. É quase terapêutico, sabe? — ele diz, rindo.

— Eu adoraria provar alguma coisa que você cozinhe um dia — sugiro, brincando.

— Está marcado então. Prometo preparar algo especial para você — ele responde, sorrindo de orelha a orelha.

Cada momento com Andreas me faz sentir mais leve. Ele é divertido, sincero e parece realmente interessado em me conhecer melhor. Rimos, trocamos histórias engraçadas e, por um tempo, esqueço completamente da confusão emocional que Mason trouxe de volta.

Depois de uma refeição deliciosa e muitas risadas, Andreas sugere um passeio pelo parque. Aceito prontamente, apreciando a ideia de prolongar a noite agradável.

Caminhamos lado a lado, a brisa noturna acariciando nossos rostos. Ele segura minha mão de forma natural, e isso me traz uma sensação de conforto.

— Aneliese, estou muito feliz que você aceitou sair comigo hoje. Sinto que temos...uma conexão?! — ele diz, parando e virando-se para me encarar.

— Eu também sinto isso, Andreas. Esta noite foi incrível — respondo, sentindo meu coração aquecer.

Ele se inclina devagar, e nossos lábios se encontram em um beijo doce.

Andreas me leva de carro até meu apartamento, e no caminho, continuamos conversando e rindo, como se nos conhecêssemos há muito tempo.

— Boa noite, Aneliese. Mal posso esperar para te ver de novo — diz ele, segurando minha mão por um momento antes de me deixar.

— Boa noite, Andreas. Eu também estou ansiosa — respondo, sorrindo.

Entro em casa, sentindo-me leve e feliz. A noite foi além das minhas expectativas, e Andreas provou ser uma companhia maravilhosa. Deito-me na cama, ainda sorrindo, e permito-me sonhar com as possibilidades que este novo começo pode trazer.

***

Mason POV

Assistir Aneliese sair com Andreas foi como levar um soco no estômago. Cada passo que ela dava ao lado dele parecia um martelo batendo em meu coração. A sensação de impotência e arrependimento me consumia. Andreas, com seu sorriso fácil e confiança, era tudo o que eu não conseguia ser naquela noite.

Assim que eles saíram, não fazia sentido continuar na festa. A música e as risadas ao meu redor pareciam abafadas, distantes. Tudo o que eu conseguia pensar era no olhar frio de Aneliese e no sorriso que ela reservava para Andreas. De repente, o ambiente se tornou sufocante. Sem dizer uma palavra aos meus amigos, saí rapidamente, ansiando por ar fresco e distância da cena que acabara de presenciar.

A noite foi longa e cheia de pensamentos turbulentos. Mal consegui dormir, e quando o sol finalmente nasceu, me senti exausto. No entanto, tinha um treino cedo e sabia que precisava estar lá. Futebol sempre foi meu escape, mas hoje, tudo parecia errado.

Cheguei ao campo de treinamento com a mente nublada. Kai e Dec notaram imediatamente minha falta de concentração. Normalmente, sou o melhor do time, um dos jogadores mais consistentes, mas hoje, eu estava péssimo. Minhas jogadas estavam imprecisas, meus passes errados. Era como se toda a energia e foco tivessem sido drenados de mim.

— Mount, você está bem? — Kai perguntou durante uma pausa, a preocupação evidente em sua voz.

— Só uma noite ruim, nada demais — respondi, tentando soar casual, mas sabendo que não estava enganando ninguém.

Os exercícios continuaram, mas minha mente continuava a vagar. Cada vez que fechava os olhos, via o rosto de Aneliese. Seu olhar de desdém, sua voz fria... e depois, o sorriso caloroso que ela deu a Andreas. Era como um filme repetindo sem parar, um lembrete constante do quanto eu estraguei tudo.

Dec, que agora pertence ao Chelsea, finalmente foi fechado o contrato com o time logo após o último jogo contra o West Ham, geralmente é um dos meus maiores incentivadores, estava claramente frustrado com minha performance. — Cara, você precisa se concentrar. Estamos todos contando com você — disse ele, tentando me motivar.

Mas as palavras de Dec só aumentaram meu sentimento de culpa. Não era só o time que eu estava decepcionando; era eu mesmo, por não conseguir superar meu passado e minhas próprias falhas.

Finalmente, o treino terminou, e eu estava mais cansado do que nunca. Ao voltar para o vestiário, me sentei no banco, cabeça entre as mãos, tentando entender como consertar as coisas.

Aneliese tinha todo o direito de me odiar, e eu precisava encontrar uma maneira de lidar com isso. Mas, no fundo, sabia que não poderia desistir. Ela significava muito para mim, mais do que eu poderia expressar. Deixá-la partir novamente sem tentar consertar as coisas era simplesmente inaceitável.

Por enquanto, tudo o que podia fazer era tentar melhorar, tanto no campo quanto fora dele. Precisava reencontrar meu foco, minha determinação, e mostrar a ela, de todas as maneiras possíveis, que eu havia mudado, que estava arrependido, e que ainda havia uma chance para nós.

Enquanto saía do campo, uma ideia começou a se formar. Eu não podia forçar Aneliese a me perdoar, mas poderia começar mostrando que estava disposto a lutar por ela, a ser o homem que ela merecia. E isso começaria comigo, aqui e agora.

The Time - Mason MountOnde histórias criam vida. Descubra agora