Nine

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Mason POV

Observar Aneliese se divertir e interagir com Andreas é mais difícil do que eu esperava. Quando Dec finalmente nos apresenta formalmente, ela age como se eu fosse um completo estranho. Não que eu a culpe - sei que a machuquei profundamente e nunca tive a coragem de pedir desculpas. Ver seu rosto, agora mais maduro e ainda mais bonito do que eu lembrava, traz de volta uma enxurrada de sentimentos que tenho tentado suprimir.

Estou ao lado de Dec e Kai, tentando não deixar minha irritação transparecer. Kai, sempre com uma piada na ponta da língua, não ajuda em nada.

- Então, Andreas, como está sendo jogar para o Fulham? Ainda treinando para alcançar nosso nível? - Kai provoca, um sorriso de deboche no rosto.

Sinto a atmosfera mudar imediatamente. Andreas parece calmo, mas há uma rigidez em seu olhar.

- Estamos nos saindo bem, obrigado por perguntar. Aliás, parabéns pelo jogo da semana passada. Foi um empate interessante - Andreas responde, mantendo um sorriso que não chega aos olhos.

Não consigo resistir a entrar na provocação, a tensão entre nós é palpável. - Talvez na próxima temporada vocês consigam subir na tabela, Andreas. A prática leva à perfeição, não é? - digo, meu tom carregado de sarcasmo.

A rivalidade vai além do campo de futebol, e todos aqui sabem disso. Há histórias, pequenas humilhações e grandes vitórias que se entrelaçam em nossas carreiras. Andreas tenta manter a compostura, mas posso ver que minhas palavras o atingiram.

Aneliese troca um olhar preocupado com Sophia, e isso só aumenta minha frustração. Eu queria impressioná-la, mostrar que mudei, mas parece que só estou piorando as coisas.

Dec, sempre o mediador, tenta desarmar a tensão. - Vamos, pessoal, estamos aqui para nos divertir. Esqueçam o futebol por uma noite.

- Claro, Dec. Só estava brincando - Kai diz, levantando as mãos em um gesto de paz.

- Sim, vamos aproveitar a festa - acrescento, embora meu olhar ainda esteja fixo em Andreas.

Aneliese, tentando aliviar a situação, pergunta sobre os hobbies de Andreas. - Andreas, você estava dizendo que gosta de cozinhar?

- Sim, adoro cozinhar. É uma das minhas formas favoritas de relaxar - ele responde, voltando a sorrir.

A conversa retorna ao normal, mas não consigo tirar os olhos de Aneliese. Ver como ela sorri e se diverte com Andreas me mata por dentro. Sei que mereço sua indiferença, mas dói perceber que ela pode estar seguindo em frente sem mim.

Preciso encontrar uma maneira de falar com ela, pedir desculpas, explicar minha versão dos acontecimentos. Mas enquanto isso não acontece, fico aqui, observando de longe, desejando poder voltar no tempo e corrigir meus erros.

Sinto a mão de Dec no meu ombro. - Está tudo bem, cara? - ele pergunta, baixinho.

- Sim, estou bem - minto, disfarçando.

A festa continua ao nosso redor, mas a única coisa que consigo focar é nela. Precisamos conversar, mas hoje à noite talvez não seja o momento. Até lá, vou continuar fingindo que não estou sendo destruído por dentro ao vê-la com outra pessoa.

A festa está em pleno andamento, e aos poucos, nossos amigos começam a se dispersar para diferentes partes do local. Dec e Antonella vão dançar mais um pouco, trocando risadas e olhares apaixonados. Kai e Sophia se dirigem para a área VIP, provavelmente em busca de um pouco mais de privacidade. Andreas menciona que vai ao banheiro e se afasta, me deixando finalmente a sós com Aneliese.

Aproveito a oportunidade e me aproximo dela. Meu coração está acelerado, e sinto a tensão no ar. - Aneliese, podemos conversar? - pergunto, tentando soar o mais calmo possível.

Ela olha para mim com uma expressão neutra, quase fria. - Sobre o quê, Mason?

- Sobre nós. Sobre o passado. Eu sei que tenho muito a explicar, a me desculpar. Eu só... preciso que você me escute.

Aneliese cruza os braços, seu olhar é duro e impenetrável. - Não acho que há muito a ser dito, Mason. Você deixou bem claro como se sente quando me abandonou no meu aniversário de 18 anos. Nunca se desculpou, nunca tentou consertar nada. Então, por que isso agora?

Sinto um nó na garganta, suas palavras são como punhais. - Eu fui um idiota, Aneliese. Sei que errei. Naquela época, eu estava confuso, assustado com meus sentimentos, e fiz a pior escolha possível. Me arrependo todos os dias. Só quero uma chance de explicar e pedir desculpas de verdade.

Ela suspira, claramente cansada desse tipo de conversa. - Mason, você não tem ideia do quanto me machucou. E agora, depois de todos esses anos, você quer aparecer e consertar tudo com palavras? Não é tão simples.

- Eu sei que não é simples. Mas, por favor, me dê uma chance. Podemos começar de novo, como amigos, ou pelo menos como pessoas que não se odeiam?

Aneliese me olha por um momento que parece eterno, e antes que ela possa responder, Andreas volta do banheiro. Ele olha para nós dois, percebendo a tensão.

- Está tudo bem aqui? Estou atrapalhando alguma coisa? - pergunta ele, seus olhos alternando entre nós dois.

Aneliese imediatamente desfaz a postura defensiva, virando-se para Andreas com um sorriso forçado. - Não, Andreas. Mason e eu só estávamos conversando.

Andreas parece aliviado e me lança um olhar de aviso antes de se virar completamente para Aneliese. - Bem, se você diz. Quer pegar outra bebida? - ele pergunta a ela.

Ela acena com a cabeça e, antes de se afastar com Andreas, me lança um último olhar, carregado de emoções misturadas que não consigo decifrar totalmente. Fico ali, sozinho, com uma sensação de impotência e arrependimento. Esta noite não foi como eu esperava, mas pelo menos consegui dizer parte do que estava preso dentro de mim.

O peso do arrependimento é esmagador. Lembro-me claramente do seu aniversário de 18 anos, do sorriso que ela tinha no rosto quando me viu chegar, e como esse sorriso desapareceu quando eu a decepcionei. Eu estava confuso, assustado com a intensidade dos meus sentimentos, e ao invés de lidar com isso, fugi. Fugi dela, dos meus sentimentos, e do que poderíamos ter sido.

Naquele tempo, tudo parecia complicado. Mas agora, olhando para trás, vejo como tudo poderia ter sido simples. Bastava honestidade, coragem para enfrentar meus próprios sentimentos e a capacidade de respeitar os dela. Ao invés disso, optei pelo caminho mais fácil: me afastar e fingir que nada importava. E, ao fazer isso, machuquei a única pessoa que realmente significava algo para mim.

Se eu pudesse voltar no tempo, teria sido mais honesto. Teria dito a ela como me sentia, mesmo que isso significasse expor minhas próprias vulnerabilidades. Teria enfrentado meus medos ao invés de deixá-los me controlar. Mas, o passado é imutável, e agora, tudo o que resta são as consequências das minhas ações.

Observar Aneliese com Andreas me faz perceber o quanto ela mudou e o quanto eu perdi a chance de ser parte dessa mudança. Ela é mais forte, mais confiante, mas também mais distante. E é tudo culpa minha.

Sinto-me um grande idiota, e essa sensação é insuportável. Cada momento que passa, me faz questionar se algum dia terei a chance de reparar o dano que causei. Por enquanto, tudo o que posso fazer é tentar, passo a passo, mostrar a ela que mudei, que cresci, e que estou sinceramente arrependido. Mas sei que as palavras não serão suficientes. Vou precisar de ações, de tempo, e de uma paciência que talvez ela não esteja disposta a me dar.

Enquanto isso, permaneço ali, sozinho na festa, sentindo o peso do meu passado e o vazio do que poderia ter sido.

Xxx

Oieeee, e aí ?
Espero que estejam gostando desse retorno, votem e comentem para que a história seja atualizada com mais frequência.

Att; Yas e May

The Time - Mason MountOnde histórias criam vida. Descubra agora