Sempre nos questionamos o porquê dos filmes de romance parecerem tão perfeitos e se encaixarem mesmo quando as coisas não deveriam se encaixar. Como quando a menina feia fica com o cara dos sonhos dela ou quando a gostosa decide fazer uma transformação no cara nerd, que sempre se revela ser a maior tentação do colégio, só estava precisando de uma transformação mesmo. Mas na vida real, as coisas parecem que sempre desandam, quando começamos a gostar de alguém, PUFF! A pessoa se mostra o oposto de tudo o que, talvez tenhamos criado dela ou ela tenha nos mostrado.
Eu conheci um homem na internet por um aplicativo de relacionamento, a princípio, ele me fez uma daquelas ameaças gostosas, me prometeu que eu acabaria acordando com o café da manhã na cama e que ele seria o prato principal durante a noite inteira e que ele faria questão de me servir picanha até eu ficar bem cheia. Disse que estava doido com as minhas fotos, que era para eu ir com o meu batom vermelho, que borraria meu batom bem antes da taça de vinho tocar meus lábios, que seus lábios cobiçavam todos os meus lábios.Eu acreditei. Apesar de nunca ter sido uma mulher padrão, eu acreditei no que ele me falou, transparecia tanta verdade e desejo em cada mensagem dele, em cada áudio, suas palavras, com certeza eram de alguém que estava querendo uma maminha bem grande em sua boca. E eu com certeza poderia oferecer isso a ele. A pessoa que aparentamos quando estamos conhecendo alguém é sempre divertida, carismática, envolvente, obviamente, já que ninguém quer conversar com alguém chato.
Ele não era aqueles caras que pediam nudes, fotos de agora ou que ficavam querendo conversar sobre sexo o dia todo. A conversa fluia de uma forma leve, ele me fazia rir. Eu tinha saído de um relacionamento conturbado e abusivo, e ele foi a mão que segurou a minha e me puxou para respirar enquanto eu me afogava nas minhas lágrimas. Era tudo tão intenso, ele parecia comigo, havia pegado meus jeitos de conversar, minhas excentricidades, meus bordões, ele se tornou parte de mim em pouco tempo.
O término do meu antigo relacionamento foi muito doloroso, eu odiava ter saído enganada daquela merda de relação, eu odiava ser enganada, afinal, quem gosta? Ninguém! Ele trouxe o tom leve, as piadas, o modo que ele me fazia rir, como ele me tratava. Com o tempo, falar sobre sexo e trocar fotos se tornou algo normal, parecíamos namorados distantes, algumas vezes, eu imaginava que ele estava, sei lá, numa viagem de negócios, outras eu fanficava que ele tinha ido para a guerra e eu teria que esperá-lo e eu esperaria com todo amor que eu tinha, já que ele era o motivo de eu estar sorrindo.Entre uma fanfic e outra, umas atuações com muitos encontros românticos na frente do espelho, eu decidi convidá-lo para a minha casa, acreditem, ele já havia falado que me amava algumas dezenas de vezes e eu me contive em declarar tudo o que eu sentia, justamente para não estragar aquilo que tínhamos. Ainda sentindo muita verdade em tudo o que ele me falava, eu estava doida para o meu soldado voltar da guerra para eu curá-lo de todos os traumas com um chá. Era final de ano e eu viajei com meus amigos para minha casa de praia. Ele passaria na orla da praia, que era bem perto da casa dele.
Quando eu e meus amigos chegamos na casa de praia, postei foto de tantas bebidas que eu e meus amigos havíamos comprado, estávamos determinados a beber muito e ficar muito loucos. Ele me mandou mensagem dizendo: "quando estiver bêbada, me manda mensagem". E o assunto começou. Conversamos aquele dia todo, enquanto eu arrumava a casa para a virada do ano com os meus amigos, estávamos na expectativa de virarmos o ano na orla, apreciarmos os fogos, os casais queriam tirar foto se beijando nos fogos e eu queria que ele estivesse comigo, para eu, finalmente conseguir uma foto beijando a pessoa que eu amo com os fogos iluminando nosso amor.
Quando deu onze e quarenta, uma chuva muito forte começou e durou a madrugada toda, decidimos fazer um karaokê, pediram para eu conectar meu celular na TV para acompanhar a letra da música, quando, de repente, uma mensagem erótica dele que dizia algo sobre bater na minha bunda. Todos começaram a rir e me zoaram a noite toda. Enchemos a cara, ficamos doidões e eu e uma amiga decidimos cair na piscina, o dia tinha sido bem quente, apesar da chuva, a água estava quentinha. Já eram umas três e cinquenta da manhã e ainda conversávamos.
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Tinha que acontecer
RomanceO amor não correspondido dói e faz questionarmos se algum dia seremos felizes. Depois de muito sofrimento e rejeição, Jennypher encontra, numa rua escura, num dia horrível, o amor. Entre muita dor, ela consegue ver a felicidade novamente surgindo no...