Senti ele ficando meio sem graça.
- É que eu vivo lá, amor. E aposto que vai gostar de falar mal dele pra mãe dele. -Jonathan sorriu-
- Vai rolar o karanokê ou não? -gritou Marcus-
- Felipe, está no mesmo lugar? -perguntou Duda-
- Sim, só os microfones estão aqui embaixo, em cima do sofá.
Eles montaram o cantinho do karaokê e eu sentia o calor do olhar Juan. Então, decidi cantar para que o olhar fosse merecido.
***O final de semana foi incrível demais, pude conhecer mais do Jonathan, consequentemente, conheci mais do Juan, ele parecia o tempo todo apaixonado e arrependido de uma forma surreal. A semana que adentrou foi bem corrida, já que eu tinha algumas pendências do trabalho para resolver e Jonathan fez questão de deixar nas mãos do Juan a Solar, empresa dele, para que fôssemos viajar. Meus pais amaram ele de cara, conquistar meu pai era uma das coisas mais difíceis que eu disse que ele teria de fazer, mas quando é pra ser, apenas é. Foram doze dias incríveis, conhecemos várias praias que eu ainda não conhecia, jogamos muito baralho, dormimos agarradinhos, foi maravilhosa a viagem.
- Jonathan, estou tão feliz pela Jennypher ter alguém como você... Eu nunca a vi tão feliz assim, meu filho.
- Ah, sogra, ela que me faz feliz.
- Tem certeza que não pode ficar mais alguns dias, minha filha? -disse meu pai colocando uma bolsa no porta-malas-
- Queríamos muito ficar, sogrão, mas infelizmente ela tem que voltar, as aulas voltam...- Depois de amanhã.
- Leva ela em segurança pra casa, daqui a pouco estaremos lá também, voltamos semana que vem, filha.
Meus pais nos abraçaram e nos despedimos.
- Uau! Eles te amam.
- Eu sou incrível, Jennypher, o que você esperava?
Eu sorri e nossas mãos estavam entrelaçadas, em cima da coxa dele.
- Eu ficaria mais alguns dias, mas você quis voltar.
- Eu tenho que fazer as coisas em casa, se minha mãe chegar e ver aquela bagunça, eu sou deserdada.
Fomos conversando até eu dormir. Chegamos em casa e ele fez questão de me ajudar a arrumar a casa, mesmo cansado de dirigir por horas. Terminamos de arrumar tudo muito rápido, ele era bom com o aspirador e enquanto arrumamos tudo, a máquina de lavar terminou de bater e estendemos a roupa juntos, era a última coisa que faltava. Ele pediu comida e depois, apagamos.
***Seis meses depois, todos nos reunímos, finalmente, para o grande evento do ano. Jonathan me ajudou a ter coragem para publicar meu livro e era a pré estreia, que surpreendente foi um dos maiores sucessos da editora, com mais de 50 mil cópias vendidas antes mesmo da estreia. Comemoramos muito aquela noite, no dia seguinte, uma ressaca de autógrafos, com tantos aspirantes a fãs que eu fiquei surpresa. Eu não acreditei quando vi tanta gente para me prestigiar e que realmente gostavam de mim e amavam o que eu escrevia. A sensação de insuficiência que eu senti uma vida inteira foi se apaziguando, desde que conheci Jonathan e absurdamente melhorando quando vi que eu sou boa em alguma coisa, já que fui invalidada a vida inteira e finalmente, entendi que eu não sou o que dizem sobre mim, eu sou o que eu nasci pra ser, independente do que falam ao meu respeito, eu sou incrível, talentosa, eu sou luz no caminho das pessoas, eu sou fantástica.
Jonathan interrompeu meu devaneio.
- Oi, amor, vamos jantar? Todo mundo está esperando no restaurante.- Vamos sim, meu amor.
Ele estava estacionando em frente ao restaurante.
- Eu tenho um presente pra você...
- O quê?
- Eu mandei entregar na sua casa, já está até pendurado.
- Pendurado?
Ele desceu do carro e abriu a porta do carro pra mim. Nossos amigos estavam sentados à mesa, nos esperando. A noite foi incrível, jantamos, conversamos, rimos, foi como sempre. Juan já estava fazendo parte do grupo, ele era melhor amigo do Jonathan e eles estavam sempre juntos. Pagamos a conta e ainda sentados.
- Então, vamos passar ano novo na sua casa de praia, Jenny? -perguntou Marcus-
- Esse convite me inclui? -perguntou Juan-
- Agora você é parte do grupo, Juan. -disse Wesley-
- Então, vamos sim. Eu sei que eu ando muito ausente e que tem sido difícil termos esses momentos, mas ano novo, eu vou encher a cara e dançar, dessa vez de calcinha, em cima da mesa.
- Já dançou sem calcinha? Droga, e eu perdi isso. -disse Juan-
- Já conversamos sobre isso, Juan, precisa parar de dar em cima dela. -disse Jonathan, me abraçando e me beijando-
- Mesmo esquema, eu e o Jonathan vamos dirigindo, fecha direitinho, 10 é par e encaixa perfeitamente na quantidade de vagas do carro.
- Ué, e Juan vai levar qual delas? -perguntou Duda, o que fez todos rirem-
- Meu carro deve chegar essa semana, então...
- Uau! Acho que o livro rendeu uns bons dinheirinhos. -disse Emília-
- É, minha mãe também ajudou, confesso. Mas eu preciso ir, pessoal, amanhã temos compromissos bem cedo.
- Nem um karaokêzinho? -perguntou Duda, me abraçando-
- Infelizmente não dá, tenho uma entrevista às oito da manhã e outra logo em seguida... Me desculpem.
Nos despedimos, todos fizeram questão de nos acompanhar até o carro, fomos embora.
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Tinha que acontecer
RomantizmO amor não correspondido dói e faz questionarmos se algum dia seremos felizes. Depois de muito sofrimento e rejeição, Jennypher encontra, numa rua escura, num dia horrível, o amor. Entre muita dor, ela consegue ver a felicidade novamente surgindo no...