Meu pequeno sobrinho

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A chuva me acalmava. Caindo em cima de mim, molhando meu cabelo, deixando só um rastro gelado, enquanto corria pra dentro da minha roupa, me encharcando cada vez mais. As nuvens cinzas de Amegakure nunca saíam, chovendo por 24 horas por dia, nos 365 dias do ano. E há 3 anos… Eu sentava aqui, no alto da torre, sobre uma estátua, e observava a chuva e a cidade, em silêncio… Até que meu corpo ficasse gelado, ou eu desmaiasse de cansaço. 

Konan e Yahiko ficavam preocupados com meu bem está, mas eu só queria ficar aqui… O único lugar onde eu sentia um pouco de paz, onde eu sentia um alívio. Parecia que o céu chorava junto comigo, em silêncio… Fazendo pequenos som de água caindo, e as vezes uma suave trovoada. 

Quando recebi a notícia de que Naruto tinha sido sequestrado, enquanto eu descansava em uma pousada… Tudo que eu senti foi desespero, e enojado comigo, por tá dormindo enquanto ele era levado. Quando achamos seu pijama ensanguentado, eu senti… Um vazio. Um vazio, que a única coisa que fazia eu sentir bem em Konoha, tinha sido levada. 

E eu sinto… Sinto que podia fer feito alguma coisa. Eu podia! Se eu tivesse dormido na casa de Kushina, talvez eu pudesse ter impedido. Não… Eu com certeza teria impedido. 

Olhei pra minhas mãos, mais pálidas que o normal. E eu… Conseguia sentir, sentir as bochechas gordinhas e infantis de Naruto nas minhas mãos. As marquinhas de raposa adoráveis na sua pele branquinha. Seus olhos azuis tão escuros, como o oceano profundo, e seu cabelo preto, caindo no seu rosto. O sorriso adorável que ele sempre dava quando me via, me abraçando correndo, e ficando agarrado a mim. 

Meu pequeno Naruto… 

Eu sentia falta dele… Sentia tanta falta, que doía… Machucava… Me deixava sem consegui respira direito. Eu odiava Konoha, odiava… Com todas minhas forças, mas por ele… Eu ia. Por ele, eu dormiria lá, e ficaria 1 semana inteira, brincando, se divertindo e fazendo companhia ao meu pequeno. 

Mas ao mesmo tempo… Eu sentia… Eu via… Via uma sombra escura sobre os olhos de Naruto. Que aquela sombra… Não era só coisa da minha cabeça, e que se não fosse ela… Seus olhos seriam como o céu brilhante, assim como os de Menma, totalmente inocentes e puro. Mas os olhos de Naruto… Eram como… Como… Não sei. 

Aquilo era só coisas da minha cabeça? 

Não, não era. Aquele dia na escada da casa de Kushina, eu percebi a escuridão nas costas de Naruto. Eu vi… Mas nunca falei nada, pois achei que era só coisa da minha cabeça. 

E se não fosse…? 

Mas ele foi sequestrado.

E se não tivesse…? 

Naruto era inteligênte. Ele poderia fazer oque quiser. Ele era o verdadeiro sinônimo de Shinobi, com sua frieza e mente calculista, sempre observando as coisas, e agindo naturalmente. 

Mas ele não tinha motivos pra querer ir embora de Konoha. 

Ele precisava de motivos…? 

– Nagato! – Não olhei pra trás, reconhecendo a voz de Yahiko. – Chegou um pergaminho de Konoha pra você. – Continuei em silêncio, com a cabeça baixa. – Pode ser notícias de Naruto. 

– … – Virei a cabeça, olhando para Yahiko, com meus olhos Rinnegan sem qualquer brilho. – Notícias de Naruto…? 

– Sim. Ouvi boatos de que Kakashi encontrou rastros da Kyuubi em vários lugares. – Ao ouvi isso, fiquei em pé na língua da estátua, me aproximando de Yahiko. Eu estava tão molhada, que só de volta pra dentro do prédio, uma poça de água foi criada envolta de mim. – Vou pegar uma toalha pra você. – Yahiko saiu correndo. 

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