17 - My Father Is a Monster

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Millie Pov

Já tinha amanhecido e eu estava toda quebrada, cada centímetro do meu corpo doía. Eu realmente não nasci para dormir no chão.

- Da próxima vez eu trago uma cama. - falei saindo da barraca.

- Vai ter uma próxima vez? - Maddie me encarava com uma cara de "Misericórdia, Senhor".

- Melhor não, né?

- Pelo o amor de Deus, não! - ri.

- BOM DIA, PESSOA LINDAS E MARAVILHOSAS, QUE MORAM NO MEU CORAÇÃO! - Lilia gritou ao sair da sua barraca.

- Credo, que ser humano acorda de bom humor depois de ter passado a noite toda no chão? - perguntei com o cenho franzido.

- Euzinha. - veio a minha direção. - Mas é só porque a gente vai embora hoje. - sussurrou no meu ouvido. - Não aguento mais ver mato para todo canto que eu olho.

- Eu também não aguento mais. - sussurrei de volta e ela riu.

- Bom dia! - meu pai apareceu e eu me afastei de Sadie com uma rapidez impressionante. - Vamos arrumar nossas coisas, não quero chegar tarde em casa.

- Tudo bem. - falei.

Como já era de se esperar, eu fui um desastre ao tentar desmontar a minha barraca, por sorte Natalia estava por perto e não me deixou passar vergonha. Demoramos cerca de duas horas para desmontar todas as barracas e juntar nossas coisas. Na verdade, elas demoraram, porque eu fiquei o tempo todo sentado só observando.

- E então? - meu pai se aproximou quando todas as nossas coisas já estavam no carro. - Quando vamos fazer isso de novo?

- Que tal nunca? - Lilia respondeu, sendo totalmente ignorada por ele.

- Hein? Quando faremos? - perguntou se direcionando a Sadie, Natalia, Regina e a mim.

- Quando meus lindos filhos de olhos azuis quiserem. - Sadie e Regina se entreolharam com os olhos arregalados, enquanto as outras garotas me encaravam sérias. - Mas se eles puxaram os pais, eles provavelmente não vão querer, então a resposta é nunca.

- Meus netinhos vão amar a natureza, assim como Louis e eu. - revirei os olhos ao ouvir o nome daquele idiota.

- Ata. - Sadie falou. - Boa sorte com seus netinhos, amantes da natureza. - Regina a empurrou de leve, antes de encará-la com um olhar reproativo.

- Espera, azuis? Louis não tem olhos verdes. - falou confuso.

- Eu sei, era só um sonho meu, nada de mais. - sorriu. - Mas caso não aconteça, meus filhos vão usar lentes.

- Ah mas não vão mesmo. - falou. - Lente de contato é coisa de boiolinha. Fiquei enjoado só de pensar.

- Nossa, obrigada por poluir o ambiente com essa sua homofobia de merda. - Maddie falou em alto e bom som. - Você é nojento. - meu pai a encarava com ódio.

- Foda-se o que você acha de mim, eu estou falando com mimha filha, você não tem direito nenhum de se intrometer num assunto de família. Quando eu estou falando você tem que calar a boca e ouvir, quando eu quiser sua opinião ridícula, eu peço. - falou em um tom agressivo.

- Quem você pensa que é pra falar assim com a minha garota? - Lilia ficou de frente com Corey.

- Alguém que não pediu a opinião dela. - respirou fundo. - Não quero e nem vou ter viadinho na minha família.

- Engraçado dizer isso. - falei.

- Vamos embora, já cansei desse lugar. - Regina falou pegando no braço dele, o puxando até o carro em seguida.

O caminho para casa estava sendo tão silencioso que eu já estava chegando ao ponto de abri a porta e pular, mas como era eu quem estava dirigindo dessa vez, isso não seria possível. Toda vez que eu puxava assunto, só recebia um "uhum". Seria possível perder a amizade de mallia por causa da homofobia do meu pai?

- Lilia, Maddie... me desculpem por isso. Se eu soubesse que meu pai faria isso, eu nem teria insistido para que vocês viessem. Eu realmente sinto muito.

- Está tudo bem, Mills, a culpa não foi sua. - Maddie falou e eu suspirei aliviada.

- Seu pai é um merda. - Lilia falou e eu ri. - Homofóbico da porra.

- É, eu sei, eu queria que ele fosse que nem a mãe da Sadie, ela reagiu super bem com a Sadie.

- Minha mãe é minha melhor amiga, ela nunca me deixaria na mão. - falou enquanto mexia no celular.

- Quem dera meu pai fosse assim. - suspirei. - Vai ser difícil contar a ele sobre... a gente.

- A gente não precisa contar. - parou de mexer no celular para me olhar.

- Querendo ou não, uma hora vocês vão ter que contar, ou ele vai acabar descobrindo sozinho. - Natalia se manifestou. - Já deu pra perceber que descrição não é muito o forte de vocês.

- Não mesmo. - Lilia riu.

O resto da viagem foi divertido, nós não paramos de conversar, brincar e nem rir por um minuto. Lilia revelou a história de mallia, que era bem interessante para falar a verdade.

- Ainda não entendi o porque esconder isso de mim. - estacionei o carro em frente a casa de Natalia.

- Porque escondido é mais gostoso. - Maddie mordeu o lábio inferior. - É mais excitante.

- Jesus, tenha misericórdia dessas criaturas que só sabem pensar naquilo. - Natalia falou erguendo as mãos para cima. Todos nós rimos.

- Amém. - respondemos ao mesmo tempo.

- Idiotas. - revirou os olhos, o que nos fez rir mais ainda. - Eu vou embora que é o melhor que eu faço. - saiu do carro. - Tchau, sapabonde.

- Tchau, pastora. - mostrou o dedo do meio. - Nossa, que pastora rude.

- Vai se foder, Millie.

- Sua auréola está caindo, cuidado para o chifrezinho não crescer. - falei em meio a risadas.

- Vai para a puta que te pariu.

- Ela já morreu.

- Então vai para o puto que jogou esperma na puta que te pariu.

- Já estou indo. - dei partida, indo até a casa de Lilia e depois a de Maddie, voltando para caso com Sadie ao meu lado.




Cheerleader • Sillie Onde histórias criam vida. Descubra agora