𝒏𝒖𝒎𝒃𝒆𝒓 𝒕𝒘𝒐'

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━━ Que porra de barulho é esse? abro os olhos lentamente tentando identificar o som irritante, encaro a janela em minha frente, o céu permanecia escuro e os carros eram quase inexistentes na rua, a única claridade presente no ambiente era a fraca ...

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━━ Que porra de barulho é esse? abro os olhos lentamente tentando identificar o som irritante, encaro a janela em minha frente, o céu permanecia escuro e os carros eram quase inexistentes na rua, a única claridade presente no ambiente era a fraca luz amarela dos postes. puxo o edredom, deixando parte de meu corpo a mostra, esfrego os olhos enquanto procuro as pantufas de coelho com os pés, devido a escuridão.

Caminho até a penteadeira puxando o aparelho que vibrava, observo a tela com o número desconhecido, o relógio marcava 4:00, quem me ligaria as quatro da manhã? levo o celular até a orelha e apoio meus braços no vidro.

━━ oi? ━━ pergunto ao atender a chamada. ━━ lure? aí meu Deus! eu fiquei tão preocupada, por onde andou? ━━ a voz de minha mãe se torna presente do outro lado da linha, o sotaque espanhol era evidente na voz da mulher. Franzo as sobrancelhas tentando entender como a mesma poderia ter conseguido meu número, solto um suspiro e sento no puff, que possuía seu tom forte de rosa Pink. ━━ não queria que tivesse me achado. Digo, só estive tentando construir a minha vida, minha carreira, coisa que não consegui com você e o gustav! ━━ curvo meu corpo para baixo, ajeitando as orelhas rosas em minha pantufa enquanto espero a resposta vinda da mulher. ━━ eu não quis isso lure! nem o seu irmão, pelo contrário, sempre fiz de tudo para que você tivesse o melhor futuro possível, mesmo sabendo que que você nunca deu valor á nada que eu pude te proporcionar, e isso, porque você sempre estava insatisfeita, via as coisas das suas amigas como melhores e se matava tentando viver em um padrão ridículo imposto por si mesma! você fugiu para outro país sem ao menos de despedir, fui capaz de pensar por anos que você poderia ter morrido enquanto na verdade, a "mexican queen" fazia teste pra capa de revista porno. ━━ escuto Micaela gritar através da ligação, as palavras na maior parte das vezes se embolaram devido á mesma não ser fluente em inglês. Suas palavras eram irritadas e profundas, elas poderiam tocar o coração de qualquer outro que escutará, mas eu sei toda a verdade. Eu não fugi porque era uma vadia escrota, fugi por ver a minha mãe matar seu próprio marido, e gustav deu todo apoio á ela, que alegou ter saído do controle quando esfaqueou o cara com quem teve dois filhos, meu irmão sempre foi a perfeição da família, e eu, era apenas a "mini putinha" sim, o apelido que me deram aos sete.

━━ viu! você tá fazendo de novo, se colocando como a vítima, quando na verdade não é! você não é santa micaela, gustav pode ter passado a vida te defendendo, mas eu não, eu sei bem quem você é, sei bem o que pessoas como você faz. E é por isso que fui embora, não preciso de uma assassina dizendo o que devo ou não fazer, ou impondo quais decisões eu deveria tomar, prefiro ser a garota do mundo, do que viver sendo a garotinha ingênua que permite a mãe louca controlando cada passo dela. ━━ finalizo e antes que possa receber uma resposta finalizo a ligação, jogo o celular na cama, escutando o barulho da espuma entrando em contato com o aparelho.

estico o braço até o interruptor, acendo a luz e fecho os olhos com a claridade repentina se tornando presente, me levanto e caminho até o banheiro, fecho a porta e encaro meu reflexo no espelho, o cabelo dourado batendo nos meus seios, os cílios compridos de um volume russo, o microdermal no canto direito do meu rosto, que brilhava junto da pequena argola cravejada em mini pedrinhas brilhantes. Prendo o cabelo em um rabo de cavalo e abro a torneira, escutando o barulho do jato de água entrando em contato com o mármore da pia, levo minhas mãos juntas em formato de concha até a agua e molha meu rosto, a água estava gelada diferente de minha pele, que fervia pela quentura do edredom que cobria meu corpo antes. Fecho a torneira e puxo a toalha rosa, esfrego em meu rosto e devolvo a mesma para o pequeno cabide.

abro o closet e procuro a saia xadrez em meio tantas roupas, vejo a mesma amassada junto das outras peças, quais eu recolho também, por combinar perfeitamente com a roupa que pretendo usar hoje, uma meia calça fina, um corset de couro branco e o coturno rosa brilhante.

A minha adolescência foi conturbada, compreendo que nunca fui santa, e já diz muita merda, mas foram apenas as consequências de uma família perturbada, passei anos tentando acreditar que a morte do meu pai não me afetou em nada, e por mais que tenha sido difícil, a minha mente soube como lidar com isso. Agora, descobrir que a minha mãe matou o meu pai, e o meu irmão simplesmente aceitou isso e defendeu ela com tanta propriedade, acabou comigo. Gustav sempre foi o perfeitinho da família, porque ele sempre passava pano para os sujos, e desprezava os limpos, Johann não era um pai maravilhoso, apenas acho que o mesmo não merecia ter sido esfaqueado por sua própria esposa, e não ter recebido sequer uma lagrima de seu filho preferido. Talvez não seja eu quem ele verdadeiramente assombra, eu fugi, como o rato foge do gato, eu fugi tanto que desapareci para eles, a família coroada, não posso argumentar contra gustav, já que não sei o que ele se tornou depois da última vez que o vi, mas acredito que o garoto seja um dos bateristas da igreja. Chegava a ser de se admirar o amor que meu irmão tinha por baterias, não acho que isso tenha ido tão longe, depois que crescemos, percebemos que o México não é infinito.

Só que o fato de eu ter desaparecido em um dia qualquer, não deixa eles saberem que eu não estava sozinha, quer dizer, eu estava com Sophia Lacorte, o que dá quase na mesma de estar sozinha, pelo menos é um sozinha acompanhado. Enfim, eles não conhecem ela, na verdade, nem eu conheço ela, a garota é esquisita, e age feito uma criança na maior parte do tempo. na fase que estou não posso escolher as melhores pessoas para ficarem ao meu lado, eu sou esquisita, e fui criada em meio de milhares de esquisitos. E eu odeio a Alemanha, com certeza é o lugar que eu seria novamente a garotinha ingênua do papai, mas lá é pior, porque é toda a família do papai. Não conheço parte deles, porém acredito que todos sejam insurpotavelmente escrotos, a conclusão veio da vez que passamos o Natal na casa deles, e foi a primeira vez que vi humanos com cérebro dizerem coisas que nem animais diriam, o que me fez acreditar que a família haning são animais em forma de gente.

𝗆𝖾𝗑𝗂𝖼𝖺𝗇 𝗊𝗎𝖾𝖾𝗇 - Tom kaulitz Onde histórias criam vida. Descubra agora