Capítulo 16

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Heitor aceitou que eu o tocasse e beijasse; inclusive correspondeu aos toques nos primeiros instantes de carinho, mas não demorou muito para suas mãos apertarem meus braços e me puxarem no sentido contrário como se eu fosse uma sanguessuga indesejada.

— Para. – ele disse de olhos fechados.

Meu meio irmão talvez ainda estivesse processando o que eu tinha acabado de fazer ou talvez ele tivesse algum tipo de contato espiritual do tipo que a minha mãe costumava dizer que tinha e de repente ouviu uma voz do além dizendo que nós iríamos para o inferno se continuássemos aquilo.

Eu estava louca para continuar e por isso o agarrei na primeira oportunidade. No momento em que ele me soltou voei em seus braços como se o seu corpo tivesse uma propriedade magnética sobre o meu.

Abracei Heitor por trás enquanto ele me dava as costas e fiquei ali parada sentindo o calor do seu corpo.

— Eu prometo que isso não vai sair daqui, Heitor. – eu dizia sem querer encará-lo — Se nunca fizermos isso nunca saberemos o que estamos sentindo.

— Para com isso, Emily. – ele se afastou um pouco mais.

— Não! – gritei mais alto e fui pra cima.

— Você deve tá maluca! – ele me segurou pelos braços e me jogou sobre a cama.

Olhei para ele sentindo as lágrimas rolarem pelo rosto e desejei por um instante que morresse diante de mim. Que simplesmente sumisse da minha frente porque ele poderia ser da Gabriela já que não podia ser meu.

— Você e eu somos irmãos. – ele disse a meia luz porque a luz do meu quarto ainda não tinha sido acesa e toda a iluminação que tínhamos vinha da sala.

— Eu sei. – mordi o lábio inferior para engolir o choro.

— Isso não é certo e a gente não tá pensando.

— Então quer dizer que você não me deseja, Heitor? – o encarei me insinuando — Não pensa em mim, não sente nada por mim?

— Eu acho que está bêbada.

— É. Então se mata! – joguei um travesseiro na direção dele.

— Eu já sei o que vou fazer. – se aproxima de mim que nem um animal.

— Ai. O que tu tá fazendo? – eu dizia enquanto ele tirava a minha roupa — Para com isso! – eu me debatia.

Heitor me segurou firme e me levou para o banheiro.

Eu ainda estava só de calcinha de renda fio dental e com os seios de fora quando a água gelada começou a cair sobre mim.

— AAAAA! – gritei — Seu estúpido! Para com isso! Água gelada não!

— Água gelada sim. Fica calada. – ele me segurava debaixo do chuveiro.

— Eu te odeio, Heitor! Eu te odeio!

— Eu também não morro amores por você.

O idiota me deixou no box e saiu secando as mãos na toalha.

— Agora termina o seu banho que eu vou deixar um macarrão instantâneo pronto pra você.

— Eu não quero nada!

— Se não comer por bem, eu te faço engolir que nem a gente faz com criança.

Nem minha mãe nunca tinha me obrigado a comer o que eu não queria. Como aquele homem acreditava que eu poderia ser obrigada a fazer algo por ele? Heitor não sabia o que estava fazendo e nem tinha noção de com quem estava mexendo.

Heitor , Amor e ÓdioOnde histórias criam vida. Descubra agora