capítulo um.

1.1K 105 11
                                    

P.O.V: Victoria Martín

Estou me arrumando para mais um dia de trabalho. Desde quando me mudei para a Espanha, há dois anos, trabalho como bartender em um dos bares mais badalados e frequentados de Madrid. É um bar bem famoso, toda noite lota, sempre acabamos atendendo famosos lá. Desde atores, a modelos e até mesmo jogadores de futebol (e esses são os piores).

Jogador de futebol geralmente acha que tem o rei na barriga, que são os donos do mundo e que todos são obrigados a beijar o chão que eles passam.

Eu saí da Colômbia há dois anos para fazer um intercâmbio aqui em Madrid. O intercâmbio acabou no ano passado, mas eu já tinha conseguido me estabelecer aqui. Bom, divido apartamento com a minha melhor aqui que conheci aqui em Madrid, estou trabalhando, conheci pessoas incríveis, fiz bons amigos, estou bem, estabilizada e feliz.

O desejo dos meus pais e dos meus irmãos mais velhos é que eu volte para Medellín, mas a verdade é que não tenho pretensão de voltar a morar lá tão cedo.

Quando eu saí de Medellín eu estava passando por um dos piores momentos da minha vida. Além de ter perdido o emprego, eu descobri que o meu ex namorado estava me traindo com uma amiga de infância. Eu era completamente apaixonada pelo Sebastian, nós nos conhecemos na escola, quando éramos apenas adolescentes. Estávamos juntos há dois anos e descobrir que ele estava me traindo com uma das pessoas em que eu mais confiava desmoronou meu mundo. Porque eu não perdi apenas o meu namorado, eu também tinha perdido Alicia, que era como uma irmã para mim. Além do mais, Alicia também era namorada do meu irmão mais velho, o Emiliano. Durante cinco meses nós fomos uma rede de apoio um para o outro, até que eu decidi fazer um intercâmbio e me mudar.
De início a minha família não gostou da ideia, principalmente do meu pai, que não queria que eu viesse morar sozinha em outro país. Mas a verdade é que por mais que eu estivesse tendo todo um suporte por parte da minha família e amigos, eu estava entrando em uma puta crise depressiva. Em questão de semanas eu tinha sido demitida de um emprego que eu tanto gostava e que ajudava nas despesas de casa, em seguida descobri que estava sendo traída da pior maneira possível. Para eu não me afundar ainda mais em uma tristeza profunda e na autodepreciação, a decisão de fazer o intercâmbio foi a melhor decisão que eu já tomei em toda a minha vida, sem dúvidas.

Sai de meus devaneios e terminei de me arrumar, peguei a minha bolsa, meu celular e as minhas chaves e fui direto para o trabalho, que ficava há vinte minutos de distância do apartamento em que eu dividia com Nicole.

— boa tarde, minha doce Vicka! — Carlos, meu chefe me cumprimentou. Carlos era uma das pessoas que fazia valer a pena trabalhar aqui. Apesar da rotina aqui ser corrida, muitas das vezes não conseguimos parar um só minuto e em alguns casos sou obrigada a aturar homem bêbado idiota e assedior. Mas ter uma boa relação com meu chefe e meus colegas de trabalho deixa as coisas um pouco mais leves.

— boa tarde, Carlos! — sorri e acenei rapidamente, indo direto para o meu armário. Guardei as minhas coisas e encontrei Fernando, meu colega de trabalho, arrumando suas coisas.

— e aí, Vicka! — ele sorriu — preparada para mais um dia agitado? Hoje é quinta-feira, muito provavelmente teremos presenças ilustres de jogadores de futebol! — ele disse e eu revirei os olhos rapidamente, rindo de sua fala.

— para ser bem sincera, eu nunca estou preparada para atender gente chata e arrogante. Mas é o nosso trabalho, não é mesmo? Então coloco o sorriso mais falso no rosto e sigo em frente! — rimos

— então vamos que hoje é dia, Vicka! — ele passou por mim e depositou um beijo na minha bochecha, me fazendo sorrir. Coloquei o meu uniforme, prendi meu cabelo em um rabo de cavalo.

O começo da tarde foi bem tranquilo, o que é normal, visto que o bar começa a lotar a noite. Durante a noite, como era esperado, o bar começou a encher e automaticamente o trabalho começou a dobrar. Vejo rapidamente que começaram a chegar alguns jogadores do Real Madrid e eu respirei fundo. Era comum alguns jogadores do time virem para cá, geralmente era aos finais de semana, mas alguns vinham no meio da semana também. Ok, não vou generalizar, alguns são legais. Não sou de bater papo com cliente, até porque não tenho muito tempo para isso, mas quando troco três palavras com alguns deles, eles sempre são gentis, educados e legais. De repente meu olhar se cruzou com o de Sergio Ramos, capitão do time madridista. Ele é ainda mais gato pessoalmente. Respirei fundo, me lembrando algo que minha amiga Nicole, frequentadora assídua das noites madrilenhas me disse uma vez. Basicamente ela já frequentou algumas baladas no qual Ramos estava e disse que ela era pegador, mas não me surpreendeu, é o que eu espero de jogador de futebol. Mas o que é curioso é que eu nunca tinha visto Sergio Ramos aqui no bar nesse período de um ano em que trabalho aqui. Engoli em seco quando vi que ele e outros jogadores vinham em direção ao bar. Sergio, Marcelo, Asensio e Isco se sentaram nos bancos em frente ao bar.

— boa noite, posso ajudá-los? — eu disse, com um sorriso no rosto.

— boa noite! — Sergio disse com a sua voz rouca, forte, o que me chamou a atenção — o que me indica? — não pude deixar de arquear a sobrancelha. Um jogador de futebol, frequentador das noites mais badaladas de Madrid não sabe o que pedir?

— temos diversas opções: Martini, whisky, chopp, Moscow Mule… — eu disse, apontando para a adega atrás de mim.

— bom, vou querer um Martini! — ele respondeu, me olhando fixamente
— tudo bem! algo mais? — pergunto

— a atendente vem junto com a bebida? — ele perguntou em meio a um sorriso presunçoso e seus amigos e companheiros de time se segurando para não rirem. Tive que me controlar muito para não revirar os olhos.

FANTASÍAS - SERGIO RAMOS.Onde histórias criam vida. Descubra agora