vinte e dois

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P.O.V: Victoria Martin

Sergio e eu estamos brigados. Hoje completam três dias que Alejandro reapareceu do além, o que causou um surto de ciúmes em Sergio.

Desde então não conversamos mais e isso está me consumindo por dentro. Eu odeio ficar longe dele, odeio ficar sem conversar com ele, sem vê-lo, sem toca-lo, abraça-lo, sem sentir o seu cheiro... Me peguei chorando pela milésima vez em três dias, um recorde pessoal para mim.

— até quando você vai ficar choramingando pelos cantos?! — Nicole bufou. Eu não tinha percebido que ela havia entrado no meu quarto — vocês namoram, não namoram? estão juntos há meses! não sejam idiotas, sentem e conversem como dois adultos que estão juntos! — pude ver ela revirando os olhos.

— Sergio não me responde, Nicole. eu não vou ficar correndo atrás dele também! — dei de ombros.

— você está agindo como vocês dois fossem ficantes, como dois adolescentes. vocês dois namoram, porra!!! E são dois adultos! parem com esses joguinhos bobos! — ela disse irritada

— eu sei muito bem o que eu e o Sergio somos, Nicole! — respondi com desdém notório na voz.

— bom, depois não fique chorando pelos cantos! — ela deu de ombros e saiu.

Me agarrei no meu travesseiro e fiquei olhando para o celular, na expectativa de algo que não aconteceu em três dias acontecesse em três segundos.

Em seguida, fui surpreendida por uma mensagem de Sergio.

Amor

Vamos conversar. Venha para a minha casa hoje às sete, vamos sair para jantar. Depois iremos para a festa do Isco e da Sara.

Victoria Martin

tudo bem.

Respondi simples e bloqueei o celular.

Ocupei a minha mente limpando a casa e lendo um livro durante o dia inteiro, quando deu o horário de me encontrar com Sergio eu tomei um banho e coloquei um vestido.

Dirigi até a casa dele, como já tenho as chaves, entrei direto. Procurei por Sergio na sala, na cozinha e na parte externa, mas nada. Subi até o segundo andar da casa, indo direto para o quarto e ouvi o barulho da água do chuveiro caindo ao chão.

Preferi não entrar. Me deitei na cama e esperei pacientemente Sergio terminar o seu banho.

Minutos depois ele apareceu com uma toalha branca enrolada na cintura e uma outra toalha menor em suas mãos, que está servindo para secar o seu cabelo. Vejo o seu peitoral definido, desnudo, repleto de tatuagens e algumas gotas de água espalhadas pela pele. Instantaneamente mordo o lábio inferior por impulso. Quando Sergio me viu, abriu uma espécie de meio sorriso.

— oi — ele disse com a voz baixa, quase em um sussurro.

— oi! — dei um sorriso tímido. é tão estranho agir com timidez na frente dele.

Sergio decidiu não continuar uma conversa. Ele se secou e foi até o closet pegar uma roupa. Ele saiu do local vestindo uma polo branca e uma calça da alfaiataria cinza. nos pés ele também usa um tênis branco.

Nos encaramos em silêncio por alguns segundos. Odeio essa sensação de que tem algo faltando.

— olha, amor, me desculpa! — ele soltou o ar de seus pulmões — tenho consciência de que agi como um verdadeiro babaca nos últimos dias, você não merece isso. quero me desculpar! — ele disse com sinceridade e se sentou na cama, ficando a poucos centímetros de distância de mim.

FANTASÍAS - SERGIO RAMOS.Onde histórias criam vida. Descubra agora