O ocorrido

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Fevereiro de 2014

Com um sobretudo cinza fosco e um capuccino na mão esquerda, Blacke caminhava em direção ao seu carro depois de várias partidas de baralho em um bar com os seus amigos da faculdade. Sentiu-se sendo acompanhada por algo ou alguém, mas sua visão não era capaz de capitar o que era, nem sua ótima audição conseguia desvendar de que lado da rua o barulho de uma bota pesada estava a vir. Blacke seguiu com seu caminho até o carro, poucos metros até ele um arrepio lhe corrompeu a espinha e Blacke foi puxada para dentro de um outro carro com um péssimo estado de qualidade, e então uma voz grossa ecoou pelos seus ouvidos, mas ela não foi capaz de decifrar suas palavras, o que ele dizia era como um código, algo em outra língua, e a paz de Blacke deu lugar ao desespero.

A vida de Blacke

As ruas de Boston são extremamente belas, caminhar pelos parques sentindo o cheiro das flores que estão espalhadas por eles faz com que eu me sinta adorável. Gosto não só das ruas daqui, mas também da minha faculdade. Estou cursando moda, e é um sonho de infância. Quando pequena, vestia as roupas e passava as maquiagens da minha mãe escondida, e ficava desfilando pela sala toda vez que ela ia no supermercado.
Minha mãe morreu a 4 anos atrás, ela era jovem e tinha apenas 38 anos de idade, e eu havia acabado de completar 16. Logo após sua morte eu não tive escolha, a não ser vir morar com minha tia em Boston. Meu pai nunca se importou comigo, ele era alcoólatra e agredia minha mãe desde muito antes do meu nascimento. Infelizmente ela morreu sem antes dar um fim em tudo isso, morreu sendo vítima de violência doméstica, morreu sendo julgada por todos aqueles que nunca vivenciaram ou presenciaram algo do tipo. Essas pessoas não conseguem similar que estar em uma situação do tipo coloca-te a se questionar se vale a pena terminar ou continuar com o agressor, tudo isso por causa do amor que sente por ele. Não acho que as coisas deveriam ser como são, mas as atitudes dos outros são  incontroláveis. Odeio o meu pai com todas as minhas forças. Embora minha mãe nunca tenha usado expressões violentas para referir-se o quão horrível ele era, eu sabia a pessoa horrível que ele era. Passei grande parte da minha vida julgando minha mãe, assim como as várias outras pessoas que também a julgavam, mas agora percebi o quão hipócrita éramos.

Continuação...

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